Deficiência intelectual: o que é, características e tratamento

Atualizado em setembro 2022

A deficiência intelectual é o atraso no desenvolvimento cognitivo de algumas crianças, o que pode ser percebido pela dificuldade de aprendizado, pouca interação com outras pessoas e incapacidade de realizar atividades simples e adequadas para a sua idade.

A deficiência intelectual, também chamada por DI, é um transtorno do desenvolvimento que acomete cerca de 2 a 3% das crianças e pode acontecer devido a diversas situações, desde complicações durante a gestação ou no parto, até alterações genéticas, como Síndrome de Down e a Síndrome do X-frágil, por exemplo.

Esse transtorno pode ser percebido pelos pais ou pelo professor na escola, no entanto, o tratamento deve ser feito por uma equipe multidisciplinar com o objetivo de estimular todas as funções cognitivas, favorecendo o processo de aprendizagem e relação com outras pessoas. Assim, é importante que a criança tenha acompanhamento direto e constante do pediatra, fonoaudiólogo, pedagogo e psicoterapeuta, por exemplo.

Imagem ilustrativa número 1

Principais características

As principais características da deficiência intelectual são:

  • Dificuldade de aprendizagem e de entendimento;
  • Dificuldade de adaptação a qualquer ambiente;
  • Falta de interesse nas atividades do dia-a-dia;
  • Isolamento da família, dos colegas ou da professora, por exemplo;
  • Dificuldade de coordenação e concentração.

Além disso, é possível que a criança tenha alterações no apetite, medo excessivo e passe a não conseguir realizar atividades que antes conseguia.

É possível identificar a deficiência intelectual observando o comportamento da criança no dia-a-dia. Normalmente ela não apresenta o mesmo comportamento que outras crianças da mesma idade, sendo sempre necessário que um adulto ou uma criança mais velha esteja por perto para auxiliar o desempenho de alguma ação, por exemplo.

Possíveis causas

A causa mais comum de deficiência intelectual são as alterações genéticas, como a síndrome de Down, do X-frágil, de Prader-Willi, de Angelman e de Williams, por exemplo. Todas essas síndromes acontecem devido a mutações no DNA, podendo resultar, entre outros sintomas, em deficiência intelectual. Outras possíveis causas de deficiência intelectual são:

  • Complicações pré-natais, que são aquelas que acontecem durante a gestação, como má-formação do feto, diabetes gestacional, uso de medicamentos, tabagismo, alcoolismo, consumo de drogas e infecções, como sífilis, rubéola e toxoplasmose;
  • Complicações perinatais, que acontecem do início do trabalho de parto até o primeiro mês de vida do bebê, como diminuição do fornecimento de oxigênio para o cérebro, desnutrição, prematuridade, baixo peso ao nascer e icterícia grave do recém-nascido;
  • Desnutrição e desidratação grave, que pode acontecer até o fim da adolescência e levar à deficiência intelectual;
  • Envenenamento ou intoxicação por medicamentos ou metais pesados;
  • Infecções durante a infância que podem levar ao comprometimento neuronal, diminuindo a capacidade cognitiva, como meningite, por exemplo;
  • Situações que diminuam o fornecimento de oxigênio para o cérebro, o que pode resultar em deficiência intelectual.

Além dessas causas, a deficiência intelectual pode acontecer em erros inatos do metabolismo, que são alterações genéticas que podem acontecer no metabolismo da criança e levar ao desenvolvimento de algumas doenças, como por exemplo o hipotireoidismo congênito e a fenilcetonúria.

Como é feito o tratamento

Caso seja feito o diagnóstico da deficiência intelectual, é importante que as capacidades cognitivas e intelectuais da criança sejam estimuladas frequentemente, sendo importante o acompanhamento por uma equipe multiprofissional.

Na escola, por exemplo, é importante que os professores entendam a necessidade de dificuldade do aluno e elabore um plano de estudo específico para a criança. Além disso, é importante mantê-la integrada e estimulando o seu contato e interação com outras pessoas, o que pode ser feito por meio de jogos de tabuleiro, quebra-cabeça e mímica, por exemplo. Essa atividade além de promover o contato social, permite que a criança fique mais concentrada, o que faz com que aprenda de forma um pouco mais rápida.

É importante também que o professor respeite o ritmo de aprendizagem da criança, voltando a assuntos ou atividades mais fáceis caso seja necessário. Durante o processo de estimulação da aprendizagem, é interessante que o professor identifique a forma que a criança assimila melhor as informações e conteúdos, seja por meio de estímulos visuais ou auditivos, por exemplo, sendo então possível estabelecer um plano de educação baseado na melhor resposta da criança.