As complicações da bulimia estão relacionados com os comportamentos compensatórios apresentados pela pessoa, ou seja, com as atitudes que tomam após comer, como por exemplo o vômito forçado, isso porque ao induzir o vômito, além de expulsar os alimentos também expulsa o ácido presente no estômago, causando lesões, feridas e irritações na garganta e no esôfago.
Além disso, o uso frequente de laxantes também pode estar relacionado com complicações, uma vez que pode promover desidratação e inflamações gastrointestinais.
A bulimia é um transtorno alimentar e psicológico caracterizado pela compulsão alimentar seguida de comportamento compensatório com o objetivo de eliminar o que foi consumido e evitar o ganho de peso. Entenda o que é a bulimia e como identificar os sintomas.

Assim, as principais complicações relacionados com esse transtorno alimentar são:
1. Refluxo e feridas no esôfago
O refluxo aparece devido à repetição da indução do vômito, o que enfraquece o esfíncter esofágico inferior, que é a estrutura responsável por evitar que o conteúdo do estômago volte para o esôfago. Além disso, o fato de forçar o vômito e ter sempre conteúdo ácido no esôfago favorece a formação de úlceras, o que pode ser bastante desconfortável. Devido ao fato dos vômito serem frequentes na bulimia, a cicatrização dessas úlceras é demorada, agravando ainda mais a dor e o desconforto sentido.
O que fazer: Além de orientação psicológica e nutricional, é importante que a pessoa vá ao gastroenterologista para que seja indicado o uso de medicamentos que diminuem a acidez do estômago, como o Omeprazol e o Plasil. Além disso, evitar beber líquidos durante as refeições e usar remédios caseiros como o chá de gengibre também são medidas que ajudam a controlar o refluxo. Conheça mais sobre o tratamento para refluxo.
2. Desidratação
A desidratação também é possível de acontecer como consequência da bulimia, sendo muitas vezes decorrente do vômito frequente e uso de medicamentos laxantes e diuréticos, fazendo com que o corpo perca muita água e minerais como o potássio, que são importantes para o equilíbrio do sangue e para o funcionamento dos músculos e dos rins.
O que fazer: É importante beber pelo menos 2 litros de água por dia e dar preferência a líquidos que contenham vitaminas e minerais, como sucos naturais de frutas, água de coco e bebidas isotônicas.
3. Inchaço nas bochechas
O inchaço na região da boca e queixo normalmente está ligado ao aumento das glândulas parótidas, que são um tipo de glândulas salivares que acabam crescendo de acordo com a quantidade de vezes que o vômito é provocado.
O que fazer: Para reduzir o inchaço, é necessário tratar a bulimia, normalizar a acidez do sangue e da boca, e evitar os vômitos, pois desta forma a glândula deixa de ser estimulada em excesso e volta ao seu tamanho normal.
4. Deterioração dos dentes
É comum na bulimia fazer com que a boca, a língua e a garganta fiquem ressecadas e doloridas, além de aumentar o risco de cáries e de sensibilidade nos dentes, que também acabam ficando deformados nos casos mais graves e prolongados da doença, principalmente devido à indução do vômito, favorecendo a presença frequente de conteúdo ácido na boca.
O que fazer: Para tratar, deve-se enxaguar a boca com bicarbonato de sódio após os episódios de vômitos, e procurar um dentista que irá tratar cáries e outras doenças na boca, e prescrever enxaguantes bucais ou géis à base de flúor, ou, até mesmo, recomendar o uso de um aparelho que proteja os dentes no momento dos vômitos.
Além disso, é importante beber bastante água para manter a boca hidratada e evitar escovar os dentes logo após vomitar, pois isso piora a corrosão do esmalte dos dentes.
5. Prisão de ventre crônica
Os laxantes são utilizados com o objetivo de favorecer a contração intestinal e facilitar a eliminação das fezes, no entanto o seu uso constante e frequente, como o que acontece na bulimia, pode fazer com que o o intestino fique dependente desse tipo de medicação, resultado na prisão de ventre. Dessa forma, uma das complicações da bulimia é a prisão de ventre crônica, sendo difícil para a pessoa evacuar sem a ajuda do medicamento. Conheça mais sobre os riscos dos laxantes para a saúde.
O que fazer: Nesses casos, é importante falar com o médico para avaliar a gravidade do problema, pois em alguns casos é necessário tomar medicamentos ou fazer cirurgia para corrigir alterações no intestino. Além disso, deve-se fazer uma dieta rica em fibras, legumes, verduras e sementes, e beber bastante água para facilitar o trânsito intestino, de preferência sob orientação de um nutricionista para evitar complicações.
Veja no vídeo a seguir o que comer para combater a prisão de ventre:
6. Ausência de menstruação
Como na bulimia há perda de nutrientes importantes para o funcionamento do organismo e, por isso, no casos das mulheres pode ser que sejam percebidas alterações no ciclo menstrual ou a ausência de menstruação justamente devido à falta de nutrientes responsáveis pela regulação dos hormônios relacionados com o sistema reprodutor da mulher.
O que fazer: Para que os ciclos menstruais da mulher voltem a ser regulares, é importante que a mulher volte a ter a alimentação normal e adequada, de preferência sob orientação nutricional. Dessa forma, quando a mulher volta a alimentar-se normalmente e a estar bem nutrida, a produção de hormônios volta ao normal, reativando o ciclo menstrual.
7. Depressão e mudanças de humor
As mudanças de humor e a depressão são comuns em pacientes com bulimia e são problemas que devem ser tratados com acompanhamento médico, que poderá prescrever medicamentos antidepressivos, além de psicoterapia, que tem como objetivo ajudar o paciente a melhorar sua autoestima e a ter uma nova atitude em relação à alimentação.
Neste ponto é importante que o paciente receba o apoio da família e dos amigos para superar os transtornos psicológicos trazidos pela doença, sendo importante sua participação e incentivo ao tratamento.
8. Insônia
A insônia decorre principalmente das oscilações de humor, alterações hormonais e preocupação constante com o peso e a alimentação.
O que fazer: Para melhorar o sono, pode-se usar medicamentos prescritos pelo médico e tomar chás calmantes à noite, como os chás de cidreira e valeriana. Além disso, é importante ter uma rotina para acordar e dormir, evitar fazer cochilos durante o dia e evitar tomar bebidas com cafeína a partir das 17h, como café e refrigerantes de cola.
Confira outras dicas para conseguir dormir melhor assistindo ao vídeo a seguir: