Diuréticos: o que são, tipos e quando não usar

Atualizado em janeiro 2023

Os diuréticos são medicamentos que favorecem a eliminação de sódio e água na urina, sendo normalmente indicados no tratamento da hipertensão arterial, glaucoma, alcalose metabólica, insuficiência renal aguda e inchaço causado por doenças do coração, rim ou fígado, por exemplo, podendo ser usados sozinhos ou associados a outras substâncias ativas.

Existem vários tipos de diuréticos disponíveis, como os tiazídicos, os de alça, os poupadores de potássio, os osmóticos ou inibidores da anidrase carbônica, que possuem diferentes mecanismos de ação e atuam em diferentes regiões do rim.

Assim, de acordo com a condição a ser tratada, o médico pode recomendar diferentes diuréticos, sendo importante usar de acordo com a sua orientação.

Imagem ilustrativa número 2

Principais tipos de diuréticos

Os principais tipos de diuréticos são:

1. Diuréticos tiazídicos

Os diuréticos tiazídicos agem bloqueando o canal de cloreto e sódio nos túbulos renais, evitando que o sódio seja absorvido pelos rins, e aumentando sua eliminação.

Quando o sódio é eliminado, leva junto água, que quando está presente em grandes quantidades no corpo, aumenta a retenção de líquidos e a pressão sanguínea.

Além disso, esses diuréticos também eliminam cloro e potássio pela urina, e aumentam o relaxamento dos vasos sanguíneos, tendo um efeito diurético moderado.

Nomes genéricos/comerciais: alguns exemplos de diuréticos tiazídicos são a indapamida (Natrilix, Indapen, Flux), hidroclorotiazida (Diurix, Hidromed) e a clorotalidona (Higroton).

Indicações terapêuticas: geralmente, os diuréticos desta classe são indicados para reduzir a pressão arterial e para o tratamento crônico de edemas associados a insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática e doença renal.

Efeitos colaterais mais comuns: alguns dos efeitos colaterais mais comuns que podem ocorrer durante o tratamento com estes medicamento são vertigem, dor de cabeça, fraqueza, náuseas, vômitos, cólicas, diarreia, prisão de ventre, colecistite, pancreatite e alterações sanguíneas e dermatológicas.

2. Diuréticos de alça

Os diuréticos de alça agem em uma parte específica dos rins, chamada alça de Henle, aumentando a eliminação de sódio, água e cloro pelos rins, e em menor quantidade de magnésio e cálcio, impedindo que a água seja reabsorvida pelos rins, e desta forma reduzem a quantidade de líquidos no corpo.

Além disso, estes remédios exercem também efeitos diretos sobre o fluxo sanguíneo, causando dilatação dos vasos sanguíneos e redução da resistência vascular renal.

Estes remédios têm um efeito diurético potente, com início de ação rápido e de curta duração.

Nomes genéricos/comerciais: a furosemida (Lasix, Neosemid) é um exemplo de um diurético de alça muito usado. Saiba como usar e quais as contra-indicações da furosemida.

Indicações terapêuticas: os diuréticos da alça estão indicados para o controle do edema pulmonar agudo e de outros tipos de edema mais leves, insuficiência renal aguda, insuficiência cardíaca, insuficiência hepática com cirrose, e pressão alta. Além disso, também podem ser usados para tratar a hipercalcemia aguda, já que promovem a excreção urinária de cálcio.

Efeitos colaterais mais comuns: alguns dos efeitos colaterais que podem ocorrer durante o tratamento são distúrbios eletrolíticos, desidratação, hipovolemia, aumento nos níveis de creatinina e de triglicerídeos no sangue, crises de gota e aumento no volume urinário.

3. Diuréticos poupadores de potássio

Os diuréticos poupadores de potássio aumentam a eliminação de sódio e água pelos rins, porém evitam que o potássio seja eliminado, que é um mineral importante para regular os batimentos cardíacos e a função dos nervos e músculos.

Esses diuréticos tem um efeito menos potente, sendo geralmente indicado quando a pessoa tem um risco aumentado de ter baixo potássio no sangue ou para pessoas que tomam remédios que diminuem o potássio no corpo. 

Nomes genéricos/comerciais: alguns exemplos de diuréticos poupadores de potássio são a amilorida, que só se encontra associada a outras substâncias ativas, e a espironolactona (Aldactone, Diacqua). Veja outras indicações terapêuticas da espironolactona.

Indicações terapêuticas: os diuréticos poupadores de potássio exercem uma ação diurética fraca e, por isso, raramente se utilizam isoladamente no tratamento do edema ou pressão alta, sendo geralmente associados a outros diuréticos. A sua coadministração aumenta o efeito diurético e a resposta anti-hipertensiva a diuréticos tiazídicos e de alça. 

Efeitos colaterais mais comuns: alguns dos efeitos adversos que podem ocorrer são expansão do volume extracelular, desidratação e hipernatremia.

4. Diuréticos osmóticos

Estes medicamentos agem aumentando a pressão osmótica nos túbulos renais, impedindo a reabsorção de água e aumentando a eliminação da urina, diminuindo a pressão e o edema intracraniano, e a pressão intraocular elevada.

Nomes genéricos/comerciais: manitol a 20%. Saiba como é que o manitol é utilizado.

Indicações terapêuticas: o manitol a 20 % está indicado para o tratamento do edema cerebral, glaucoma agudo, insuficiência renal aguda e na preparação para cirurgia oftalmológica.

Efeitos colaterais mais comuns: Alguns dos efeitos adversos mais comuns que podem ocorrer são náusea, vômitos, sede, dor de cabeça, tontura, tremores, febres, aumento dos batimentos cardíacos, dor no peito, hipernatremia, desidratação, visão borrada, urticária ou hipertensão.

5. Diuréticos inibidores da anidrase carbônica

Estes remédios agem inibindo a anidrase carbônica, que é uma enzima que participa do transporte de gás carbônico e do controle do pH do sangue.

Assim uma vez que essa enzima é inibida, aumenta a eliminação de bicarbonato de sódio e água pela urina.  

Nomes genéricos/comerciais: acetazolamida (Diamox). Saiba como usar e quais as contra-indicações do Diamox.

Indicações terapêuticas: os inibidores da anidrase carbônica estão indicados para o tratamento do glaucoma, da alcalinização urinária, alcalose metabólica e doença aguda da montanha.

Efeitos colaterais mais comuns: alguns dos efeitos adversos que podem ocorrer são acidose metabólica, expansão do volume de líquido extracelular, hiponatremia, dor de cabeça, sonolência, náuseas, vômitos e desidratação.

Quando os diuréticos não são indicados

Alguns diuréticos não são indicados para mulheres grávidas e em fase de amamentação, além de também não serem indicados para pessoas que possuem alergia a qualquer um dos componentes da fórmula.

Além disso, o uso desse tipo de medicamento não é indicado para pessoas que possuem alterações renais graves, em caso de insuficiência hepática grave, quando os níveis de sódio e potássio estão muito baixos, em caso de anúria, que é quando há ausência de produção e eliminação de urina, em caso de descompensação cardíaca grave, desidratação ou cirrose devido ao risco de desenvolvimento de encefalopatia hepática.

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