Ácido folínico: para que serve e efeitos colaterais

Ácido folínico é um medicamento usado para neutralizar os efeitos de medicamentos que bloqueiam a ação do ácido fólico, como o metotrexato, e também é frequentemente associado a quimioterápicos para proteger as células saudáveis e potencializar a ação dos medicamentos.

Também conhecido como folinato de cálcio, o ácido folínico pode ser encontrado como solução injetável de 10 mg/mL, com o nome comercial Leucovorin ou Fauldleuco, ou em comprimidos de 15 mg, comercializados como Folinac.

A escolha da via de administração e da dose do ácido folínico depende da condição a ser tratada e da necessidade de ação rápida, sendo sempre orientada pelo médico com base na avaliação de saúde de cada pessoa.

Imagem ilustrativa número 1

Para que serve

O ácido folínico é indicado para:

  • Neutralizar os efeitos de medicamentos que bloqueiam o ácido fólico, como metotrexato, pirimetamina ou trimetoprima, ajudando a reduzir a toxicidade;

  • Apoiar o tratamento de alguns tipos de câncer, como o câncer colorretal, protegendo células saudáveis e potencializando a ação de medicamentos usados em quimioterapia, como o 5-fluorouracil (5-FU);

  • Corrigir a deficiência de folato, como na anemia megaloblástica.

Além disso, o ácido folínico também pode ser utilizada para prevenir complicações em pessoas que recebem altas doses de metotrexato, ajudando a proteger órgãos como rins e fígado.

Ácido folínico serve para intoxicação por metanol?

O ácido folínico pode ser usado no hospital para intoxicação por metanol, mas não é o tratamento principal.

Nesse caso, o ácido folínico ajuda a converter o ácido fórmico (principal responsável pela toxicidade do metanol) em dióxido de carbono e água, acelerando sua eliminação e reduzindo sua toxicidade. Veja como é feito o tratamento da intoxicação por metanol.

Como usar

O ácido folínico pode ser usado das seguintes formas:

1. Ácido folínico 15 mg

O ácido folínico 15 mg em comprimido é indicado quando a pessoa consegue ingerir e absorver o medicamento normalmente. 

Essa forma é usada principalmente para tratar a deficiência de folato, como na anemia megaloblástica, ou como complemento em tratamentos que não exigem ação imediata. 

O comprimido deve ser tomado por via oral, conforme orientação médica, e é preferível quando não há risco de vômitos ou má absorção do medicamento.

2. Ácido folínico injetável

A solução injetável é indicada quando é necessária ação rápida do ácido folínico ou quando a via oral não é adequada, devendo ser usada somente em hospitais ou clínicas especializadas sob supervisão médica.

Essa medicação pode ser aplicada por via intravenosa ou intramuscular, devendo seguir:

  • Via intravenosa: A solução deve ser diluída em glicose 5% ou cloreto de sódio 0,9% antes da infusão. A velocidade de aplicação deve ser controlada devido ao conteúdo de cálcio;
  • Via intramuscular: A solução pode ser aplicada diretamente no músculo sem diluição, seguindo técnicas seguras de injeção. Veja como é feita a injeção intramuscular.

As apresentações disponíveis incluem a solução com concentração padrão de 10 mg/mL, o frasco pequeno de 50 mg/5 mL para doses menores e o frasco maior de 300 mg/30 mL, utilizado em tratamentos que exigem doses mais elevadas.

Posologia indicada

A escolha da via de administração e da dose do ácido folínico depende da condição da pessoa e da necessidade de ação rápida, podendo incluir:

Condição

Dose / Frequência

Via de administração

Neutralizar medicamentos que bloqueiam ácido fólico

10 mg/m2 a cada 6 h, até que os níveis fiquem seguros.

Injetável intravenoso ou intramuscular

Após altas doses de metotrexato

15 mg (aproximadamente 10 mg/m2 ) a cada 6 horas, total de 10 doses, começando 24 horas após o início do metotrexato.

Injetável intravenoso ou intramuscular

Potencialização de quimioterapia com 5-FU

200 mg/m2 ou 20 mg/m2 conforme protocolo, aplicados diariamente por 5 dias, ciclos repetidos a cada 4 ou 5 semanas.

Injetável intravenoso lento

Anemia por falta de folato

1 comprimido de 15 mg por dia.

Via oral

Para casos de altas doses de metotrexato, a dose deve ser ajustada com base nos níveis de metotrexato e creatinina, monitorados por exames de sangue diariamente.

Em casos de eliminação lenta ou função renal comprometida, a dose pode ser aumentada ou aplicada com mais frequência até que o metotrexato seja eliminado do organismo de forma segura.

Qual a diferença entre ácido fólico e ácido folínico?

O ácido fólico é uma forma sintética da vitamina B9, que é convertido na sua forma ativa, o tetraidrofolato, para ter ação, sendo indicado como suplemento em alguns casos de anemia ou para evitar malformações congênitas no bebê na gestação.

Já o ácido folínico (folinato de cálcio) é a forma ativa ou quase ativa do folato, indicado como resgate após quimioterapia com metotrexato ou tratamento da deficiência de folato em pessoas que não conseguem metabolizar o ácido fólico.

Leia também: Comprimidos de ácido fólico: para que serve, como tomar e efeitos colaterais tuasaude.com/acido-folico-folicil

Possíveis efeitos colaterais

O ácido folínico, quando usado sozinho, geralmente causa poucos efeitos colaterais. Entre os efeitos mais leves estão febre, coceira, vermelhidão na pele, náuseas e vômitos.

Quando a leucovorina é combinada com quimioterapia, alguns dos efeitos colaterais podem ser decorrentes dos outros medicamentos, como diarreia, inflamação na boca e redução de glóbulos brancos.

Em casos raros, podem ocorrer convulsões ou desmaios, especialmente em pessoas com metástase cerebral, assim como reações alérgicas graves, incluindo anafilaxia. Entenda os sintomas da anafilaxia.

Quem não deve usar

O ácido folínico não deve ser usado por pessoas que tenham alergia à essa substância ou a qualquer um de seus ingredientes. 

Também é contraindicado para o tratamento de anemia causada por deficiência de vitamina B12, como a anemia perniciosa, porque embora possa melhorar os exames de sangue, não trata a deficiência dessa vitamina.

É necessário ter cuidado ao usar ácido folínico com medicamentos, como anticonvulsivantes, pois pode reduzir a eficácia deles. 

Durante a gravidez ou amamentação, o uso só deve ocorrer se for claramente necessário e sempre sob supervisão médica.

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