Perda de líquido na gravidez: consequências e o que fazer

A perda de líquido amniótico pode resultar em complicações para o bebê, como alterações no seu desenvolvimento, restrição de crescimento fetal, traumatismos e compressão do cordão umbilical, por exemplo.

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O líquido amniótico é responsável pela regulação da temperatura, permite o desenvolvimento e movimentação do bebê, além de proteger o bebê contra infecções e traumatismos, e com sua diminuição, o bebê se torna mais exposto a diversas situações.

A redução do volume de líquido amniótico, chamada oligoidramnio, pode acontecer em qualquer fase da gravidez e deve ser avaliada pelo obstetra, de forma a identificar sua causa e indicar o tratamento mais adequado.

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Como saber se está perdendo líquido

A perda de líquido amniótico pode ser percebida através das suas características, pois tem um aspecto mais claro, aquoso, sem cheiro ou com cheiro levemente adocicado.

Além disso, o líquido amniótico pode sair em pequenas quantidades como um gotejamento ou sair em grandes quantidades e de forma constante. Veja como saber que está perdendo líquido amniótico.

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Possíveis causas

As principais causas de perda de líquido na gravidez são:

1. Ruptura prematura de membranas

A ruptura prematura de membranas é caracterizada pela perda de líquido amniótico na forma de gotejamento ou jato, causada pelo rompimento das membranas fetais antes das 37 semanas de gestação.

Essa condição pode ser causada por histórico anterior de ruptura prematura de membranas, colo do útero curto, deficiências nutricionais de cobre ou vitamina C ou uso de cigarro ou drogas na gestação.

Além disso, outras causas são baixo IMC ou sangramento vaginal no segundo ou terceiro trimestre. Veja outras causas de sangramento vaginal na gravidez.

2. Alterações congênitas no bebê

Algumas alterações congênitas no bebê, principalmente as que envolvem os rins ou trato urinário, podem resultar em perda de líquido amniótico após as 16 a 20 semanas de gestação.

Isso porque essas condições podem afetar a produção e/ou liberação da urina pelo bebê, resultando em baixos níveis de líquido amniótico.

3. Problemas na placenta

Alguns problemas na placenta, como descolamento de placenta ou síndrome de transfusão feto-fetal, podem causar perda de líquido amniótico.

O descolamento da placenta acontece quando a placenta se separa do útero antes do trabalho de parto, provocando sangramento vaginal intenso ou dor abdominal intensa e constante.

Leia também: Descolamento de placenta: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/descolamento-da-placenta

Já a síndrome de transfusão feto-fetal é causada por um desequilíbrio da circulação da placenta em gestação de gêmeos idênticos.

Isso faz com que um bebê receba mais sangue do que o outro, e consequentemente, o bebê que recebe menos sangue produz menos urina, o que reduz o volume do líquido amniótico.

4. Complicações maternas

Algumas complicações maternas, como pressão alta na gravidez, pré-eclâmpsia, desidratação ou diabetes gestacional, por exemplo, podem resultar em perda de líquido amniótico e a diminuição dos seus níveis.

Leia também: Pré-eclâmpsia: sintomas, tratamento e riscos para o bebê tuasaude.com/sintomas-de-pre-eclampsia

5. Gravidez pós-termo

A gravidez pós-termo é a gestação em que o bebê não nasceu até as 40 semanas, podendo chegar até 42 semanas de gravidez ou mais. 

Isso pode resultar em perda de líquido amniótico e comprometer o fornecimento de oxigênio e nutrientes para o bebê, uma vez que a placenta pode envelhecer e calcificar.

Leia também: 41 semanas de gestação: desenvolvimento do bebê tuasaude.com/desenvolvimento-do-bebe-41-semanas-de-gestacao

Principais consequências

A perda de líquido durante a gravidez pode resultar em algumas complicações para o bebê, como:

  • Bebê menor para a idade gestacional;
  • Atraso no crescimento ou no desenvolvimento dos pulmões e rins;
  • Menor movimentação do bebê, o que pode causar atrofia muscular;
  • Aumento do risco de compressão do cordão umbilical;
  • Maior risco de infecções graves ou traumatismos;
  • Dificuldade respiratória.

Além disso, a perda de líquido amniótico pode resultar em natimorto ou até aborto espontâneo, principalmente quando a perda de líquido é mais intensa e acontece na primeira metade da gravidez, até a semana 24.

A menor quantidade de líquido amniótico também interfere na visualização do bebê através da ultrassonografia sendo mais difícil a identificação de alterações fetais.

O que fazer

Na presença de perda de líquido amniótico, deve-se consultar o obstetra assim que possível para uma avaliação e identificar a causa da perda ou diminuição do líquido amniótico.

Além de ser importante ter consultas regulares com o obstetra para que seja feita a avaliação do volume do líquido ao longo da gravidez.

Caso a perda de líquido seja intensa e acompanhada de outros sintomas, como sangramento vaginal, contrações, tontura ou inchaço e rápido ganho de peso, deve-se ir imediatamente ao pronto-socorro.

Como é feito o tratamento

O tratamento da perda de líquido na gravidez deve ser feito com orientação do obstetra e varia de acordo com a idade gestacional.

Assim, podem ser indicados:

  • Hidratação materna, em que é administrado soro na mãe para aumentar a quantidade de líquido;
  • Amnioinfusão, em que é administrado soro fisiológico diretamente na cavidade amniótica para restabelecer a quantidade normal de líquido.

Em alguns casos, quando a perda de líquido acontece na segunda metade da gravidez, pode ser necessária a indução do parto, no entanto, dependendo da idade gestacional, pode haver maior risco de complicações.

Perda de líquido durante o parto

Já nos casos em que a grávida entra em trabalho de parto com pouco líquido amniótico, o obstetra pode inserir um pequeno tubinho até ao útero para inserir uma substância que substitui o líquido amniótico, no caso de parto normal.

Isso permite evitar complicações como a falta de oxigênio no bebê, que pode acontecer caso o cordão umbilical fique preso entre a mãe e o bebê.

Porém, este tratamento não serve para tratar a falta de líquido amniótico durante a gestação porque só funciona enquanto o líquido está sendo injetado durante o parto normal.

Quantidades normais de líquido amniótico por trimestre

A quantidade normal de líquido amniótico na barriga da grávida durante a gestação vai aumentando a cada semana, sendo que no final do:

  • 1º Trimestre (entre 1 e 12 semanas): há cerca de 50 ml de líquido amniótico; 
  • 2º Trimestre (entre 13 e 24 semanas): aproximadamente 600 ml de líquido amniótico; 
  • 3º Trimestre (a partir das 25 semanas até o final da gravidez): há entre 1000 a 1500 ml de líquido amniótico. ​

Normalmente, o líquido amniótico aumenta cerca de 25 ml até à 15ª semana de gestação e depois se produz 50 ml por semana até às 34 semanas e, a partir daí vai diminuindo até à data do parto.

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