O déficit cognitivo é uma condição caracterizada por perdas na cognição, podendo causar sintomas e sinais como dificuldade em lembrar coisas, manter a concentração e em reconhecer pessoas e lugares.
Também conhecida como declínio cognitivo, essa condição acontece devido a um dano ao tecido neural, podendo ser causada por fatores como sedentarismo, envelhecimento natural, obesidade, diabetes e deficiências nutricionais, por exemplo.
Leia também: Envelhecimento: o que é, sinais (e o que fazer para envelhecer com saúde) tuasaude.com/envelhecimentoO tratamento do déficit cognitivo pode ser feito por meio do treinamento cognitivo, prática de atividades físicas, alimentação saudável, psicoterapia e, em alguns casos, o médico pode prescrever o uso de medicamentos.
Sintomas de déficit cognitivo
Os principais sintomas de déficit cognitivo são:
- Dificuldade para lembrar das coisas;
- Dificuldade em manter a concentração;
- Dificuldade em fazer projetos complexos ou tarefas com muitas etapas;
- Falta de motivação;
- Dificuldade em resolver problemas do dia a dia ou de tomar decisões;
- Dificuldade em encontrar palavras ou nomear objetos e familiares;
- Dificuldade em reconhecer pessoas e lugares;
- Problemas em atividades que eram familiares.
A pessoa com déficit cognitivo também pode apresentar mudanças no comportamento, como alterações de humor, isolamento social, apatia, agitação, confusão, irritabilidade e agressão.
Tipos de déficit cognitivo
O déficit cognitivo é classificado em:
1. Déficit cognitivo leve
A pessoa com déficit cognitivo leve apresenta alterações cognitivas objetivas que são notáveis, mas que não prejudicam de forma significativa a sua independência nas atividades do dia a dia.
Este tipo é considerado um estágio intermediário entre o declínio cognitivo associado ao envelhecimento normal e as manifestações precoces da demência.
2. Déficit cognitivo moderado
A pessoa com déficit cognitivo moderado apresenta um prejuízo na capacidade funcional e dificuldade nas atividades básicas da vida diária.
O déficit moderado geralmente é classificado dentro do espectro da demência moderada.
3. Déficit cognitivo grave
O déficit cognitivo grave corresponde clinicamente à demência, onde a pessoa não é capaz viver de forma independente, por não conseguir planejar e realizar tarefas regulares, necessitando de cuidadores.
Leia também: Demência: o que é, tipos, sintomas e causas tuasaude.com/demenciaComo confirmar o déficit cognitivo
O diagnóstico do déficit cognitivo é feito pelo clínico geral, neurologista, geriatra ou psiquiatra, por meio da avaliação clínica da pessoa, as queixas cognitivas, os sintomas comportamentais e os remédios em uso.
Para confirmar o diagnóstico, o médico pode realizar testes padronizados, como Mini-exame do Estado Mental, Avaliação Cognitiva de Montreal, Questionário de Atividades Funcionais de Pfeffer e a Escala de Katz, por exemplo.
Além disso, o médico também pode solicitar exames laboratoriais para descartar alterações metabólicas e deficiências, como vitamina B12, hipotireoidismo, deficiência de Vitamina D, distúrbios eletrolíticos, e infecções, e exames de imagem.
Leia também: 17 principais exames laboratoriais (de sangue, urina e fezes) tuasaude.com/exames-laboratoriaisPossíveis causas
O déficit cognitivo é causado por um dano ao tecido neural, que pode afetar o córtex, tálamo e/ou gânglios da base, e/ou a massa branca do cérebro.
Os fatores que podem provocar o déficit cognitivo são: fatores genéticos, envelhecimento, Alzheimer, doença de Parkinson, demência de corpos de Lewy e doença de Huntington, AVC, pressão alta e resistência à insulina ou diabetes.
Pessoas com colesterol alto, obesidade, transtornos psiquiátricos ou do sono, deficiências nutricionais, infecções do cérebro ou das meninges, tumores cerebrais, traumas na cabeça e hidrocefalia, ou que usam remédios sedativos, tranquilizantes e glicocorticoides, também possuem maior risco de apresentar déficit cognitivo.
Fatores relacionados ao estilo de vida também aumentam o risco de déficit cognitivo, como tabagismo, sedentarismo, abuso crônico de álcool, uso de substâncias psicoativas e baixa escolaridade.
Como tratar o déficit cognitivo
O tratamento do déficit cognitivo varia conforme a sua causa e o nível de gravidade, e inclui:
- Treinamento cognitivo, com exercícios ou jogos de memória, palavras cruzadas e Sudoku;
- Prática de exercício físico regular, incluindo exercícios aeróbicos e de força;
- Alimentação saudável, priorizando uma dieta rica em frutas, oleaginosas, leguminosas, gorduras saudáveis e peixes, como a dieta Mediterrânea;
- Suplementos alimentares, como de vitamina B12, vitamina D, em casos de deficiência destes nutrientes;
- Psicoterapia, para ajudar no tratamento de transtornos de humor, como ansiedade e depressão;
- Terapias complementares, como ioga, meditação, pintura e acupuntura.
Nos casos de déficit cognitivo moderado a grave, o médico também pode indicar o uso de medicamentos como donepezila, rivastigmina, galantamina e memantina.
Como prevenir
Algumas estratégias que ajudam a prevenir o déficit cognitivo são:
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Fazer pelo menos 150 minutos de exercício aeróbico, de intensidade moderada ou de 75 a 150 minutos de atividade vigorosa, por semana;
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Manter uma alimentação saudável;
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Parar de fumar;
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Reduzir ou parar o consumo excessivo de álcool;
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Manter os níveis saudáveis de pressão arterial, açúcar no sangue e colesterol;
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Fazer treinamento cognitivo e de estimulação;
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Tratar os transtornos psiquiátricos, como depressão e ansiedade;
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Equilibrar ou descontinuar o uso de remédios que podem contribuir para o comprometimento cognitivo, apenas se houver orientação médica;
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Tratar deficiências nutricionais;
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Melhorar a qualidade do sono.
Além disso, é recomendado também socializar e engajar em atividades, como caminhar com vizinhos, praticar artes expressivas e fazer exercícios ou dança em grupo.
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