Disbiose intestinal: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em fevereiro 2024

Disbiose intestinal é o desequilíbrio no crescimento de microrganismos que naturalmente são encontrados no intestino, podendo causar sintomas como náusea, excesso de gases, desconforto no abdome, diarreia ou prisão de ventre em alguns casos.

Desequilíbrios na flora intestinal, também chamada de microbiota intestinal, são causados principalmente por uma alimentação rica em proteína e gordura e baixa em fibras, mas pode também ser consequência do uso de alguns medicamentos ou estresse, por exemplo.

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Em caso de suspeita de disbiose intestinal, é recomendado consultar um gastroenterologista. O tratamento pode envolver mudanças na dieta, melhorar os cuidados com a saúde e o uso de suplementos alimentares que contém probióticos ou vitaminas. 

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Principais sintomas 

Os principais sintomas da disbiose intestinal são:

  • Náuseas ou vômitos;
  • Excesso de gases e arrotos;
  • Desconforto ou inchaço no abdome;
  • Diarreia ou prisão de ventre;
  • Cansaço;
  • Irritabilidade.

Na maioria dos casos, a disbiose intestinal é transitória e os sintomas tendem a melhorar na medida em que a flora intestinal se recupera naturalmente. No entanto, a pessoa pode desenvolver sintomas persistentes em alguns casos.  

Além disso, a disbiose intestinal parece estar associada a doenças como intolerâncias alimentares, síndrome do intestino irritável, diabetes e câncer colorretal. No entanto, não se sabe ao certo a sua participação no desenvolvimento ou gravidade destas doenças.

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Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico de disbiose intestinal normalmente é feito pelo gastroenterologista ou nutrologista baseado nos sintomas apresentados, histórico de saúde da pessoa e resultado de exames feitos para identificar alterações na microbiota intestinal.

Alguns exames que o médico pode indicar para verificar a saúde da microbiota intestinal incluem:

  • Teste de indican urinário: é exame feito na urina para avaliar a quantidade de indican, que é uma substância produzida no organismo em resposta à alimentação. Em caso de desequilíbrio da flora intestinal, a eliminação de indican na urina pode estar aumentada;
  • Microbioma intestinal: é um teste genético feito em uma amostra das fezes para identificar as bactérias presentes na flora intestinal;
  • Prova do hidrogênio expirado: consiste em identificar a presença de gases produzidos pelas bactérias no intestino em uma amostra coletada ao se pedir para a pessoa respirar usando um saco plástico. Esta amostra é analisada por um equipamento especial e os tipos e quantidades de gases presentes podem indicar alterações na microbiota intestinal.

No entanto, é importante que o resultado destes exames seja interpretado por um especialista, porque principalmente em pessoas que não apresentam outros problemas de saúde, a composição da flora intestinal tende a variar muito sem que isso seja considerado um problema.

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Possíveis causas

As causas mais comuns de disbiose intestinal incluem:

1. Tipo de dieta

A dieta é uma das principais causas da disbiose e pequenas mudanças, excessos ou restrições na alimentação podem alterar a qualidade e a quantidade das bactérias no intestino. 

A ingestão excessiva de proteína animal, como carnes, peixes ou ovos, pode aumentar a produção de compostos que são tóxicos para as bactérias benéficas do intestino, podendo causar a disbiose. 

Além disso, o consumo excessivo de alimentos ricos em açúcares ou gordura, como leites, queijos, sorvetes e doces, contribui para a inflamação no intestino e surgimento de desequilíbrios na sua microbiota.

2. Uso de medicamentos

O uso frequente e/ou prolongado de alguns medicamentos, como laxantes, antibióticos, corticoides ou antiácidos, pode causar desequilíbrios na microbiota intestinal, resultando na eliminação de bactérias benéficas para a saúde do intestino ou em crescimento bacteriano excessivo, por exemplo. 

3. Outros fatores

Além disso, outros fatores que aumentam o risco de disbiose intestinal são o consumo exagerado de bebidas alcoólicas, idade, estresse e algumas doenças intestinais já existentes, como a síndrome do intestino irritável, diverticulite e doença inflamatória intestinal.

Como é feito o tratamento 

Na maioria dos casos, o tratamento da disbiose é feito por meio de mudança nos hábitos alimentares. No entanto, algumas vezes pode ser indicado o uso de suplementos probióticos e, dependendo da gravidade, a realização do transplante fecal.

As principais opções de tratamento para disbiose intestinal são:

1. Mudanças na dieta

Além do acompanhamento médico, para o tratamento da disbiose intestinal é importante receber orientações de um nutricionista porque a mudança de hábitos alimentares é a melhor forma para recuperar a saúde da flora intestinal.

As mudanças mais importantes nos hábitos alimentares incluem:

  • Priorizar os alimentos ricos em gordura insaturada, como azeite de oliva, abacate e amêndoa, pois favorecem o crescimento de bactérias benéficas no intestino;
  • Ter uma dieta rica em prebióticos, um tipo de fibra presente em alguns alimentos como a aveia, alho, biomassa de banana verde, mel e batata yacon, uma vez que são os nutrientes essenciais para as bactérias boas do intestino;
  • Comer alimentos ricos em fibras como, feijão, frutas com casca e vegetais frescos diariamente, porque contribuem para aumentar a variedade das bactérias benéficas no intestino;
  • Consumir alimentos ricos em probióticos, como iogurte, kefir e kombucha, que contém microrganismos vivos benéficos para a saúde do intestino e que favorecem o equilíbrio da flora intestinal. Veja os 6 alimentos probióticos que fazem bem à saúde.

Além disso, também é importante evitar o consumo excessivo de leite e seus derivados e açúcares, que estimulam a fermentação e aumentam a produção de gases no intestino, o que pode agravar os sintomas.

Veja quais são os alimentos ricos em probióticos no vídeo a seguir:

2. Suplementos alimentares

Suplementos probióticos também contém microrganismos que favorecem o equilíbrio da flora intestinal, como os lactobacillus e bifidobactérias, podendo também ser indicados no tratamento da disbiose.

Leia também: Probióticos: o que são, benefícios (e como tomar) tuasaude.com/o-que-sao-os-probioticos

Embora nem sempre sejam necessários, o uso de suplementos com vitaminas, minerais e outros nutrientes, especialmente quando deficientes, também pode ser benéfico para o desenvolvimento de uma flora intestinal saudável.

3. Melhorar os cuidados com a saúde

Para o tratamento da disbiose intestinal é fundamental que problemas de saúde que podem prejudicar o equilíbrio da microbiota do intestino, como diabetes, doença de Crohn ou colite ulcerativa, sejam tratados adequadamente, de acordo com a orientação do médico. 

Além disso, a adotar hábitos saudáveis, como praticar atividades físicas regularmente e parar de fumar, também contribuem para restaurar o equilíbrio da flora intestinal estimulando condições do organismo adequadas para o crescimento de bactérias boas.

4. Transplante fecal

O transplante fecal consiste na transferência de uma flora intestinal de uma pessoa saudável para outra com disbiose e parece contribuir para restaurar o equilíbrio das bactérias intestinais em alguns casos.

Este procedimento normalmente é indicado somente em alguns casos de infecções intestinais recorrentes. Saiba mais sobre o que é o transplante de fezes, para que serve e como é feito.

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