Osteomielite: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em outubro 2021

Osteomielite é o nome que se dá à infecção do osso e que geralmente é causada por bactérias, mas que também pode ser provocada por fungos ou vírus. Esse tipo de infecção pode acontecer como consequência de um corte profundo, fratura ou colocação de uma prótese, por exemplo, em que o agente infeccioso entra em contato diretamente com o osso, ou chegar ao osso através da circulação sanguínea como consequência de outras situações, como abscesso, endocardite ou tuberculose, por exemplo.

Qualquer pessoa pode desenvolver esta infecção, que não costuma ser contagiosa de uma pessoa para outra, e os sintomas provocados incluem dor localizada na região afetada, inchaço e vermelhidão, assim como febre, náuseas e cansaço.

O tratamento para osteomielite costuma ser difícil e demorado e normalmente inclui o uso de medicamentos para promover a eliminação do microrganismo responsável pela infecção. Nos casos mais graves, pode ser recomendada a realização de cirurgia para remover os tecidos mortos e facilitar a recuperação.

Imagem ilustrativa número 1

Tipos de osteomielite

De acordo com o tempo de evolução, mecanismo de infecção e resposta do organismo, a osteomielite pode ser classificada em alguns tipos, sendo os principais:

  • Aguda: quando os sintomas surgem assim que acontece a infecção do osso, sendo diagnosticada nas primeiras 2 semanas da doença;
  • Subaguda: quando é identificada e diagnosticada em até 6 semanas após a infecção;
  • Crônica: quando dura mais de 6 semanas ou quando forma abscesso, geralmente, por não ser identificada e tratada logo, evoluindo e piorando de forma lenta e contínua, que pode persistir por meses ou, até, anos.

É importante que o tipo de osteomielite seja identificado, pois assim o médico consegue avaliar a gravidade da doença e, assim, indicar o tratamento mais adequado.

Sintomas de osteomielite

Os principais sintomas da osteomielite, tanto aguda como crônica, incluem:

  • Dor local, que pode ser persistente na fase crônica;
  • Inchaço, vermelhidão e calor na área afetada;
  • Febre, de 38 a 39ºC;
  • Calafrios;
  • Náuseas ou vômitos;
  • Dificuldade para movimentar a região afetada;
  • Abscesso ou fístula na pele.

Além disso, nos casos mais graves, é possível que haja destruição óssea e necrose local. Assim, na presença de sinais e sintomas possivelmente indicativos de osteomielite, é importante que o clínico geral ou ortopedista seja consultado, pois assim é possível que sejam realizados exames que ajudem a confirmar a infecção e o agente infeccioso, sendo então indicado o tratamento mais adequado.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da osteomielite é feito inicialmente por meio da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa, assim como avaliação do histórico clínico e exames laboratoriais e de imagem. Dentre os exames laboratoriais indicados estão o hemograma, VSH e dosagem de PCR, assim como análise de uma amostra do tecido infectado para que seja identificado o agente infeccioso responsável pela osteomielite.

Em relação aos exames de imagem, pode ser indicada a realização de radiografia, tomografia, ressonância magnética ou cintilografia óssea, que ajudam a identificar a gravidade e extensão da infecção.

O médico também terá atenção para diferenciar a osteomielite de outras doenças que podem causar sintomas semelhantes, como artrite séptica, tumor de Ewing, celulite ou abscesso profundo, por exemplo. Saiba diferenciar as principais causas de dor no ossos.

Principais causas

Alguns dos principais fatores associados ao desenvolvimento de uma osteomielite são:

  • Abscessos na pele;
  • Abscesso dentário;
  • Lesões de pele, como cortes, ferimentos, celulite infecciosa, cirurgias ou implante de aparelho;
  • Fratura óssea;
  • Implante de prótese articular ou óssea;
  • Infecções generalizadas, como endocardite, tuberculose, brucelose, aspergilose ou candidíase.

A osteomielite pode surgir em qualquer pessoas, inclusive adultos e crianças. Entretanto, pessoas com a imunidade comprometida, como aquelas com diabetes descompensado, que fazem uso crônico de corticoides ou que fazem uma quimioterapia, por exemplo, assim como pessoas que têm uma circulação sanguínea prejudicada, que são portadoras doenças neurológicas ou que passaram por uma cirurgia recentemente, apresentam maior risco para desenvolver este tipo de infecção mais facilmente, pois são situações que comprometem o fluxo de sangue saudável para o osso e favorecem a proliferação de microrganismos.

Como é feito o tratamento

Na presença de um quadro de osteomielite, o tratamento precisa ser feito o mais rápido possível para permitir a cura, com medicamentos potentes e que façam um rápido efeito, orientado pelo ortopedista. De forma geral, é indicado o uso de antibióticos no hospital, por longo período, que devem ser administrados diretamente na veia para acelerar o processo de eliminação do agente infeccioso.

Após a melhora do quadro clínico-laboratorial, o paciente pode continuar tomando o antibiótico em casa, após a avaliação do ortopedista, podendo o uso de antibiótico ser associado ao tratamento cirúrgico com debridamento local e ressecção óssea.

Nenhum tipo de tratamento caseiro deve substituir os medicamentos orientados pelo médico para tratar a osteomielite, mas uma boa forma de acelerar a recuperação é fazer repouso, e manter uma alimentação equilibrada com uma boa hidratação.

A fisioterapia não é um tratamento que auxilia na cura da osteomielite, mas pode ser útil durante ou após o tratamento para manter a qualidade de vida e ajudar na recuperação.

Quando é necessária a amputação?

A amputação só é necessária em último recurso, quando o comprometimento do osso é muito grave e não teve melhora com o tratamento clínico ou com cirurgia, apresentando um elevado risco de vida para a pessoa.

A osteomielite tem cura?

A osteomielite tem cura quando a infecção é identificada logo no início e o tratamento com antibióticos é iniciado em seguida seguindo as orientações do médico.