Depressão: o que é, sintomas, teste, causas e tratamento

Atualizado em agosto 2023

A depressão é um transtorno psicológico caracterizado por tristeza persistente e falta de interesse para realizar atividades que antes eram consideradas divertidas.

Embora a tristeza seja uma emoção normal, na depressão essa tristeza é tão forte e dura por tanto tempo, que acaba afetando toda a vida da pessoa, podendo impedir a realização de tarefas básicas como dormir ou comer e, em alguns casos, levar a pessoa a ter vontade de morrer. Entenda o que a vontade de morrer pode significar e o que fazer. 

A depressão tem cura, mas o tratamento é demorado e pode incluir psicoterapia, medicamentos, convulsoterapia e algumas terapias naturais.

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Principais sintomas

Os principais sintomas de depressão incluem:

  • Sentir-se triste, ansioso ou "vazio";
  • Ter sentimentos de falta de esperança ou pessimismo frequentes;
  • Ficar facilmente irritado;
  • Não ter vontade de fazer atividades que antes eram divertidas;
  • Sentir-se sem energia e com muito cansaço;
  • Dormir poucas horas por noite ou dormir por tempo excessivo;
  • Ter dificuldade de concentração e de memória;
  • Sentir mais ou menos apetite que o habitual;
  • Ter pensamentos suicidas.

Pessoas com depressão normalmente apresentam vários destes sintomas na maior parte do dia, quase todos os dias da semana e por mais de duas semanas seguidas.

Dependendo da intensidade dos sintomas a depressão pode ser dividida em "transtorno de adaptação com estado de ânimo deprimido", conhecida popularmente como depressão leve, quando o episódio depressivo causa alguma dificuldade para continuar uma tarefa simples ou atividade social, " transtorno depressivo maior" ou "distimia", quando os sintomas afetam as atividade pessoais e sociais, como o trabalho e a família, além das tarefas diárias.

Todos os tipos de depressão devem ser corretamente diagnosticados e tratamento por um psicólogo e/ou psiquiatra.

Teste online de depressão

Para saber se existe risco de estar com depressão, responda às questões:

  1. 1. Sinto que gosto de fazer as mesmas coisas de antes
  2. 2. Dou risadas espontaneamente e me divirto com coisas engraçadas
  3. 3. Existem momentos durante o dia em que me sinto alegre
  4. 4. Sinto que tenho um pensamento rápido
  5. 5. Gosto de cuidar da minha aparência
  6. 6. Me sinto animado com coisas boas que estão por vir
  7. 7. Sinto prazer quando assisto um programa na televisão ou leio um livro

O que causa depressão

Não existe uma causa específica para o aparecimento da depressão, mas esse transtorno tende a ser mais frequente quando existe um conjunto de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos que tornam a pessoa mais predisposta à depressão.

Alguns dos fatores mais importantes para a depressão são:

  • Ter casos de depressão na família;
  • Ter sofrido algum episódio traumático ou muito estressante, como abuso sexual ou a perda de algum familiar;
  • Estar passando por uma fase de grandes mudanças;
  • Fazer uso exagerado de álcool ou de drogas;
  • Ter alguma doença grave ou crônica, como câncer;
  • Fazer uso de alguns tipos de medicamentos.

Além disso, alguns estudos também indicam que a depressão pode surgir devido a desequilíbrios químicos no cérebro, nomeadamente nas concentrações dos neurotransmissores serotonina, noradrenalina e dopamina.

Depressão em diferentes fases da vida

A depressão pode surgir em qualquer momento da vida e afetar pessoas de todas as idades. No entanto, é mais frequente nas fases da vida em que existe um maior número de mudanças como:

Depressão infantil

Embora seja menos frequente, a depressão infantil pode acontecer em crianças que passaram por momentos traumáticos durante a infância, como o divórcio problemático dos pais ou momentos de violência verbal ou física.

Os sinais de depressão na infância podem ser mais difíceis de identificar do que em outras fases da vida, mas tendem a incluem rosto triste, falta de vontade para brincar, birras fáceis, dificuldade para dormir, falta de apetite e até dificuldade para segurar o xixi ou o cocô.

Depressão na adolescência

A depressão na adolescência é um pouco mais comum que a depressão infantil, pois o adolescente passa por várias mudanças físicas e psicológicas que podem facilitar o aparecimento da depressão. Além disso, outros fatores também aumentam o risco de depressão como fazer uso de drogas, sofrer bullying na escola ou ser sentir pressão para atingir o sucesso.

O próprio adolescente pode identificar que está ficando deprimido, mas a depressão também pode ser identificada pelos pais, amigos ou professores através de sinais como cansaço constante, problemas de memória, choro frequente ou falta de interesse para sair com os amigos, por exemplo.

Depressão na gravidez

Após a adolescência, a gravidez é outra das fases mais marcantes na vida da mulher e, por isso, a depressão na gravidez é cada vez mais frequente. A depressão nesta fase é caracterizada por sentimentos de ansiedade e tristeza, que podem resultar em desinteresse pela gravidez e colocar em risco o desenvolvimento do bebê.

Embora possa acontecer com qualquer mulher, devido às rápidas alterações hormonais, a depressão é mais comum em grávidas que têm falta de apoio emocional, que não desejaram a gravidez ou que não têm qualquer tipo de assistência durante a gestação.

Depressão pós-parto

A depressão pós-parto pode acontecer até 6 meses após o nascimento do bebê e, normalmente, é causada pelo medo da mulher em se tornar mãe e das novas responsabilidade. Porém, também pode acontecer por outros fatores como ter pouco apoio familiar, ter passado por momentos estressantes na gravidez ou ter baixa condição socioeconômica.

Além dos sintomas clássicos da depressão, mulheres que sofrem com depressão pós-parto, tendem a dar pouca atenção para o bebê e a ser incapazes de cuidar de si próprias ou do seu filho.

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Como é feito o tratamento

O tratamento para depressão deve ser sempre orientado por um psicólogo e/ou um psiquiatra, podendo variar de acordo com a idade e a intensidade dos sintomas. Nos casos mais leves de depressão geralmente é apenas indicada a psicoterapia, deixando os medicamentos e outras terapias para as situações com sintomas mais graves.

As opções de tratamento mais utilizadas são:

1. Psicoterapia

A psicoterapia consiste na realização de sessões no consultório do psiquiatra, ou do psicólogo, que têm como objetivo ajudar a lidar melhor com as emoções e sentimentos, estimulando o autoconhecimento e a resolução de conflitos internos que podem estar na origem da depressão.

A psicoterapia pode ser suficiente para tratar casos de depressão leve, mas também é fundamental em casos de depressão grave, mesmo que já se esteja utilizando medicamentos, pois ajuda a reorganizar os pensamentos, sentimentos e as emoções.

2. Remédios antidepressivos

Os remédios utilizados para tratar a depressão são conhecidos como antidepressivos e ajudam a regular algumas substâncias químicas no cérebro, o que permite controlar melhor as emoções e o estresse.

O médico pode também indicar o uso de outros medicamentos, como os ansiolíticos ou os antipsicóticos, dependendo dos sintomas apresentados.

3. Eletroconvulsoterapia

A eletroconvulsoterapia normalmente é usada nos casos mais severos, em que o uso de remédios e psicoterapia não é suficiente para aliviar os sintomas da depressão ou quando existe tendência para o suicídio. Este tipo de terapia consiste em aplicar pequenos impulsos elétricos que atuam no cérebro.

Apesar de parecer uma terapia perigosa, a eletroconvulsoterapia é sempre feita seguindo um protocolo rigoroso que permite preservar a saúde e a integridade de cada paciente, devendo ser feito um estudo clínico de cada pessoa previamente ao tratamento. No entanto, existem alguns efeitos colaterais como dor de cabeça, náuseas, dor muscular e, em alguns casos, apagões mentais permanentes.

4. Terapias alternativas

As terapias alternativas, como acupuntura ou meditação, também podem ser utilizadas como forma de potencializar os efeitos do tratamento médico da depressão, pois ajudam a lidar melhor com o estresse e a ansiedade.

O ideal é que o uso deste tipo de terapias seja sempre supervisionado pelo médico responsável pelo tratamento.

Tratamento natural para depressão

Além dos tratamento indicados pelo médico e das terapias alternativas que podem ser usadas, também existem algumas formas naturais de ajudar a aliviar os sintomas. Uma dessas formas é a prática regular de exercício físico, que deve ser feita 3 a 5 vezes por semana, por pelo menos 30 minutos por dia.

Além disso, também existem alguns suplementos e plantas medicinais que podem ajudar como o hipericão, a damiana ou a valeriana. Idealmente o uso de suplementos e plantas medicinais só deve ser feito com supervisão do médico e de um profissional de saúde acostumado com o uso de plantas medicinais.

Depressão tem cura?

A depressão é considerada uma doença crônica pois pode se manter durante vários meses e até anos, no entanto, a depressão tem cura especialmente nos casos mais leves que recebem tratamento desde o aparecimento dos sintomas. No entanto, nos casos mais graves é possível que o tratamento precise ser mantido por vários anos.

O abandono do uso dos medicamentos, assim como da psicoterapia são principais atitudes que estão na origem do aumento das taxas de insucesso do tratamento.

Como ajudar alguém com depressão

O apoio emocional da família, amigos e pessoas próximas é um dos pilares mais importantes do tratamento da depressão, que pode ajudar a encurtar o tempo de tratamento.

Algumas atitudes que podem ajudar alguém com depressão incluem:

  • Procurar informações sobre a depressão;
  • Deixar a outra pessoa confortável;
  • Recomendar a busca de um terapeuta e estimular que continue o tratamento;
  • Participar de técnicas de relaxamento com a pessoa;
  • Estimular os efeitos positivos do tratamento.

Saber como agir perante uma pessoa com depressão pode ser difícil. Dessa forma, o melhor é sempre reunir com o médico que está orientando o tratamento para que ele possa informar de que forma a família e os amigos podem ajudar em cada caso específico.