Síndrome do encarceramento: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em junho 2023

A síndrome do encarceramento é uma doença neurológica rara, em que ocorre tetraplegia e paralisia do nervos cranianos, o que resulta em paralisação de todos os músculos do corpo, com exceção dos músculos que controlam o movimento dos olhos ou das pálpebras.

Nesta doença, também conhecida como síndrome de Locked-In, a pessoa fica "presa" dentro do seu próprio corpo, sem conseguir se movimentar ou comunicar, mas continua consciente, percebendo tudo o que acontece à sua volta e a sua memória continua intacta.

Esta síndrome não tem cura, porém existem procedimentos que podem ajudar a melhorar a qualidade de vida da pessoa, como uma espécie de capacete que consegue identificar o que a pessoa está precisando, para que possa ser atendida.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas da síndrome do encarceramento

Os sintomas da síndrome do encarceramento são:

  • Paralisia dos músculos voluntários do corpo, como pernas, braços e tronco;
  • Braços e pernas rígidas e esticadas;
  • Incapacidade de falar, mastigar e engolir;
  • Incapacidade de movimentar-se;
  • Ausência de expressões faciais;
  • Dificuldade para respirar, apneia ou respiração rápida e profunda;
  • Tontura ou vertigem.

Geralmente, a pessoa consegue somente piscar e movimentar os olhos para cima e para baixo, pois até mesmo os movimentos laterais dos olhos estão comprometidos, além de conseguir escutar e compreender o que as pessoas dizem.

A pessoa também sente dor, mas não consegue se comunicar e por isso não consegue esboçar nenhum movimento, como se não tivesse sentindo nenhuma dor. 

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da síndrome do encarceramento é feito pelo clínico geral ou neurologista, no hospital, através da avaliação dos sintomas, assim como quando se iniciaram, e exame físico e neurológico.

Além disso, o médico deve solicitar exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia computadorizada, por exemplo, para confirmar o diagnóstico e identificar sua causa.

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Foto de uma doutora e um doutor de braços cruzados esperando você para atender

No caso de não encontrar lesões vasculares ou tumores no cérebro nos exames de imagem, o médico pode pedir uma punção lombar para identificar uma causa autoimune ou infecciosa. Veja como é feita a punção lombar.

Outros exames que o médico pode solicitar são o estudo eletrofisiológico, eletroencefalograma e exames de sangue.

Possíveis causas

A síndrome do encarceramento pode ser causada por lesões que afetam áreas específicas do cérebro, como a ponte ventral ou mesencéfalo ventral caudal, que possuem nervos cranianos que regulam as funções motoras do corpo e a coordenação.

As principais condições que podem causar a síndrome do encarceramento são:

  • AVC isquêmico ou hemorrágico;
  • Traumatismo craniano por pancadas, acidentes, armas branca ou de fogo;
  • Tumor ou câncer cerebral;
  • Metástase cerebral de câncer de pulmão ou melanoma;
  • Infecções, como meningite;
  • Doenças desmielinizantes, como síndrome de Guillain-Barré, esclerose lateral amiotrófica ou esclerose múltipla

Nesta síndrome, as informações que o cérebro emite para o corpo não são totalmente captadas pelas fibras musculares e por isso o corpo não responde às ordens enviadas pelo cérebro.

Como é feito o tratamento

O tratamento da síndrome do encarceramento é feito pelo neurologista ou clínico, sendo que inicialmente é feito no hospital com suporte ventilatório, monitoramento dos batimentos cardíacos e pressão arterial.

Após a pessoa estar com os dados vitais estabilizados, o tratamento varia de acordo com a causa da síndrome do encarceramento, podendo ser feito com:

  • Remédios trombolíticos, nos casos de AVC hemorrágico ou isquêmico;
  • Antibióticos para tratar a meningite;
  • Cirurgia, para remoção de tumores ou massas cerebrais;
  • Corticoides em altas doses, no caso de exacerbações da esclerose múltipla;
  • Imunoglobulina, aplicada na veia, para tratar a síndrome de Guillain-Barré.

Além disso, podem ser recomendados, após o tratamento inicial, a fisioterapia respiratória e física, e fonoaudiologia, para melhorar as habilidades motoras e a qualidade de vida.

Pode também ser indicado o uso de máscara de oxigênio para facilitar a respiração ou a alimentação por sonda, sendo necessário também o uso de fraldas para conter a urina e as fezes.

Para facilitar a comunicação, podem ser utilizadas tecnologias que conseguem traduzir através de sinais, como piscar de olhos, o que a pessoa está pensando em palavras, permitindo que a outra pessoa o entenda.

Outra possibilidade é usar uma espécie de touca com eletrodos na cabeça que interpreta o que a pessoa está pensando para que possa ser atendida, ou o uso de eletrodos que são colados na pele que são capazes de promover uma contração muscular para reduzir a sua rigidez.

Os cuidados devem ser os mesmos de uma pessoa acamada inconsciente e se a família não prestar este tipo de cuidados a pessoa pode falecer devido a infecções ou acumulo de secreções nos pulmões, que podem causar pneumonia.