Daltonismo: o que é, sintomas, tipos e tratamento

Atualizado em junho 2022

O daltonismo é um distúrbio da visão em que a pessoa tem dificuldade ou incapacidade de distinguir algumas cores, principalmente o verde e o vermelho. Essa alteração é na maioria dos casos genéticas, no entanto pode surgir também como consequência de lesões na estrutura dos olhos ou dos neurônios responsáveis pela visão.

O diagnóstico do daltonismo, que também é conhecido como discromatopsia ou discromatopsia, é feito pelo oftalmologista através de testes que permitem avaliar a capacidade da pessoa em diferenciar as cores.

Assim, o oftalmologista pode indicar o tratamento mais adequado que pode ser feito com o uso de óculos para o daltonismo, por exemplo, ou adaptações no estilo de vida para que se tenha uma vida próxima do normal e sem dificuldades.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas do daltonismo

Os principais sintomas do daltonismo são:

  • Dificuldade de distinguir cores, sendo mais comum com as cores verde e vermelho;
  • Dificuldade ou incapacidade de perceber a diferença entre tons de cores iguais;
  • Sensibilidade à luz;
  • Dificuldade em perceber o brilho das cores;
  • Dor de cabeça ou dor nos olhos, ao olhar para cores em diferentes fundos, como a cor verde em fundo vermelho, ou o vermelho em fundo verde, por exemplo.

Em crianças, o daltonismo pode ser percebido pelos familiares ou professores na escola, através de alguns sinais, como dificuldade, falta de atenção ou interesse ao ler páginas coloridas, ou desenhar ou colorir com cores erradas, por exemplo.

Esses sintomas do daltonismo podem ser leves, muitas vezes passando despercebidos pela pessoa, mas também podem ser graves, e levar ao surgimento de movimentos incontrolados nos olhos de um lado para o outro, chamado nistagmo.

Por isso, é importante consultar o oftalmologista para que o daltonismo seja diagnosticado e iniciado o tratamento mais adequado, se necessário.

Porque acontece?

O daltonismo acontece geralmente devido a uma alteração genética, no cromossomo X, o que leva a dificuldade ou incapacidade na percepção das cores devido a alterações nos substâncias químicas das células sensíveis ao comprimento de onda, chamadas cones, localizadas na parte posterior dos olhos, e que são responsáveis por ativar reações que enviam informações sobre as cores para o cérebro.

Essa alteração genética é hereditária, o que significa que o daltonismo é mais comum de acontecer dentro da mesma família, já que as mutações no cromossomo X podem ser passadas de pais para filhos, sendo mais comum de ocorrer em meninos, pois possuem apenas um cromossomo X.

Além disso, embora seja mais raro, o daltonismo também pode ocorrer devido a alguns problemas de saúde que podem causar alterações visuais, como glaucoma, degeneração macular, anemia falciforme, esclerose múltipla ou doença de Parkinson, ou ainda por uso de medicamentos, como a fenitoína, envelhecimento natural do corpo ou exposição a produtos químicos, como o dissulfeto de carbono ou tolueno.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico do daltonismo é feito pelo oftalmologista através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde, história familiar de daltonismo e do teste de cores que consiste na identificação de números ou caminhos que estão presentes em imagens com padrões de cores diferentes.

Os testes de cores, como o teste de Ishihara ou o teste de Farnsworth, permitem o oftalmologista identificar o grau de alteração e o tipo de daltonismo. Confira todos os testes de daltonismo que podem ser feitos pelo médico.

Principais tipos de daltonismo

De acordo com os teste realizados pelo oftalmologista e a capacidade da pessoa em identificar o que está contido nas imagens, o médico pode confirmar o diagnóstico e indicar o tipo de daltonismo que a pessoa possui, sendo eles:

  • Daltonismo acromático: também conhecido por monocromacia, é o tipo mais raro de daltonismo, em que a pessoa enxerga a preto, branco e cinza, não vendo outras cores;
  • Daltonismo dicromático: a pessoa não possui um receptor de cor e, por isso, não consegue identificar as cores vermelha, verde ou azul;
  • Daltonismo tricromático: é o tipo mais comum, onde a pessoa possui uma leve dificuldade em distinguir as cores já que a pessoa tem todos os receptores de cores mas, não funcionam bem. As cores que geralmente são afetadas são vermelho, verde e azul com suas diferentes tonalidades.

Os tipos de daltonismo são classificados de acordo com a dificuldade para enxergar um determinado conjunto de cores, devendo ser sempre diagnosticado pelo oftalmologista.

Como é feito o tratamento

O daltonismo não tem cura, no entanto o tratamento indicado pelo oftalmologista pode promover melhora da qualidade de vida da pessoa, podendo ser recomendado:

1. Sistema ADD para identificar as cores

Aprender o sistema de identificação de cores chamado ADD é a melhor forma de conviver com o daltonismo. Esse sistema cataloga cada cor com um símbolo, ajudando a pessoa que sofre de daltonismo a 'enxergar' as cores, de forma simples, aumentando sua auto-estima e melhorando sua qualidade de vida.

Enquanto este sistema ainda não se torna obrigatório, o que se pode fazer é pedir ajuda de alguém que não seja daltônico para ajudar a escrever o símbolo adequado nas etiquetas das roupas e dos sapatos, assim como nas canetas e lápis de cor para que sempre que o daltônico veja os símbolos saiba identificar a sua cor.

O sistema de codificação ADD é semelhante a linguagem de braile para os portadores de deficiência visual e vem sendo usada em alguns países.

2. Óculos para daltônicos

Uma boa forma de conviver com o daltonismo é comprar um óculos especial para daltonismo, que adequa as cores para que o daltônico veja as cores como realmente elas são.

Existem 2 tipos de lentes, uma delas é indicada para pessoas que não conseguem ver as cores vermelhas, que é o modelo Cx-PT​, e a outra para quem não enxerga o verde, que é o modelo Cx-D. No entanto, ainda não foi criado um óculos que possa ser indicado para quem não identifica todas as cores.