Eutanásia, ortotanásia ou distanásia: o que são e diferenças

Atualizado em fevereiro 2021

Distanasia, eutanásia e ortotanásia são termos que indicam práticas médicas relacionadas com a morte do paciente. De forma geral, a eutanásia pode ser definida como o ato de "antecipar a morte", a distanásia como uma "morte lenta, com sofrimento", enquanto que a ortotanásia representa a "morte natural, sem antecipação ou prolongamento".

Essas práticas médicas são bastante discutidas no contexto da bioética, que é a área que investiga as condições necessárias para uma administração responsável da vida humana, animal e ambiental, pois as opiniões podem variar em relação ao apoio ou não destas práticas.

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A seguir são indicadas as principais diferenças entre distanásia, eutanásia e ortotanásia:

1. Distanasia

A distanásia é um termo médico utilizado para descrever uma abordagem médica relacionada com o óbito do paciente e que corresponde ao prolongamento desnecessário da vida por meio do uso de remédios que pode trazer sofrimento para a pessoa.

Dessa forma, como promove o prolongamento da dor e do sofrimento, a distanásia é considerada uma má prática médica, pois, embora alivie os sintomas, não traz melhora da qualidade de vida para a pessoa, tornando a morte mais lenta e dolorosa.

2. Eutanásia

A eutanásia é o ato de abreviar a vida de uma pessoa, ou seja, tem como princípio acabar com o sofrimento da pessoa que possui uma doença grave e incurável, quando não existem mais tratamentos que possam ser realizados para melhorar o quadro clínico da pessoa.

Entretanto, a eutanásia é ilegal na maioria dos países, já que envolve a vida humana. Os profissionais contra esta prática afirmam que a vida humana é inviolável, e ninguém tem o direto de abreviá-la, e, além disto, é muito difícil definir quais pessoas ainda podem ter o sofrimento aliviado sem que seja necessário antecipar a sua morte.

Existem tipos diferentes de eutanásia, que definem melhor a maneira como esta antecipação da morte será feita, e incluem:

  • Eutanásia ativa voluntária: é feita pela administração de medicamentos ou realização de algum procedimento com o intuito de levar o paciente à morte, após o seu consentimento;
  • Suicídio assistido: é o ato realizado quando o médico fornece medicamentos para que o próprio paciente possa abreviar a vida;
  • Eutanásia ativa involuntária: é a administração de medicamentos ou realização de procedimentos para levar o paciente à morte, em situação na qual o paciente não consentiu previamente. Esta prática é ilegal em todos os países.

É importante lembrar que existe uma forma diferente de eutanásia chamada de eutanásia passiva, caracterizada pela suspensão ou término dos tratamentos médicos que mantêm a vida do paciente, sem oferecer nenhum medicamento para a sua abreviação. Este termo não é muito utilizado, pois considera-se que, neste caso, não se causa a morte da pessoa, mas permite que o paciente morra naturalmente, podendo ser enquadrada na prática de ortotanásia.

3. Ortotanásia

A ortotanásia é uma prática médica em que há promoção de uma morte natural, sem que sejam realizados tratamentos pouco úteis, invasivos ou artificiais para manter a pessoa viva e prolongar a morte, como a respiração por aparelhos, por exemplo.

A ortotanásia é praticada por meio dos cuidados paliativos, que é uma abordagem que procura manter a qualidade de vida do paciente, e da sua família, em casos de doenças graves e incuráveis, ajudando no controle de sintomas físicos, psicológicos e sociais. Entenda o que são cuidados paliativos e quando estão indicados.

Assim, na ortotanásia a morte é vista como algo natural pelo qual todo ser humano irá passar, buscando-se o objetivo que não é abreviar e nem adiar a morte, mas sim buscar a melhor maneira de passar por ela, mantendo a dignidade da pessoa que está doente.