Cólera: o que é, sintomas, transmissão e tratamento

Atualizado em fevereiro 2023

A cólera é uma doença infecciosa que atinge o intestino e que é causada pela bactéria  Vibrio cholerae, que pode infectar água e alimentos. Este tipo de infecção é mais comum e causa surtos mais facilmente em locais que não têm água encanada ou com saneamento básico inadequado, em que não há coleta de lixo ou que há esgoto a céu aberto, por exemplo.

Os sintomas de cólera podem surgir até 5 dias após o consumo de água ou alimentos contaminados com a bactéria, havendo principalmente diarreia intensa, fezes mais líquidas, náuseas e vômitos constantes, cansaço e boca seca, por exemplo.

É importante que na presença de sinais e sintomas indicativos de cólera, o clínico geral, gastroenterologista ou infectologista seja consultado para que seja confirmado o diagnóstico e iniciado o tratamento mais adequado.

Imagem ilustrativa número 3

Sintomas de cólera

Os principais sintomas de cólera são:

  • Diarreia intensa, mais de 1 vez por hora, uma vez que as toxinas produzidas pela bactéria promove aumento da produção de fluidos pelas células que revestem o intestino;
  • Fezes líquidas de cor branca, semelhante a leite ou água de arroz;
  • Náuseas e vômitos constantes;
  • Ausência de produção de urina;
  • Cansaço e fraqueza excessivos;
  • Desidratação, com excesso de sede, e boca e pele secas; 
  • Aumento dos batimentos cardíacos e redução da pressão arterial.

Os sintomas de cólera costumam surgir 2 a 5 dias após o contato com a água ou alimento contaminado e estão relacionados com a presença de toxinas produzidas pela bactéria, causando inflamação das células intestinais e levando aos sintomas.

É importante que a cólera seja identificada e tratada rapidamente para evitar que ocorram complicações, como por exemplo a desidratação severa, necrose renal, hipoglicemia e choque hipovolêmico, podendo resultar em óbito em menos de 24 horas, por exemplo.

A bactéria permanece nas fezes durante 7 a 14 dias, podendo ser um meio de contaminação para outras pessoas, especialmente quando não se lava as mãos após ir ao banheiro, por exemplo. Por isso é importante continuar o tratamento conforme a orientação do médico mesmo que os sintomas não estejam mais presentes.

Transmissão da cólera

A transmissão da cólera acontece através do consumo de água ou alimentos contaminados, já que esse microrganismo pode ser eliminado através do vômito e da diarreia, podendo ser facilmente espalhada. Assim, é comum que a infecção seja transmitida entre pessoas que convivem no mesmo ambiente, como moradores da mesma casa ou pessoas que frequentam a mesma escola e local de trabalho, por exemplo.

Além disso, o consumo de peixes e crustáceos de água doce ou de água do mar contaminados também pode causar a doença, isso porque a bactéria faz parte do ambiente aquático. Rios, açudes e lagoas contaminadas podem causar epidemia em determinadas regiões e, por isso, é importante só ingerir água filtrada ou fervida.

Uma vez que a bactéria presente nas fezes se multiplica facilmente entre 5 e 40ºC, sendo também resistente ao congelamento, é comum ocorrer epidemias de cólera em áreas populacionais superlotadas, com más condições de higiene e falta de saneamento básico.

Como é feito o tratamento

Não é necessário nenhum tipo de tratamento especial para a cólera, sendo apenas recomendado manter a ingestão de líquidos ou soro para evitar a desidratação causada pela diarreia severa. O soro de reidratação oral, comprado em farmácias, ou o soro caseiro, são também interessantes para prevenir e tratar a desidratação, repondo a quantidade de líquidos e sais minerais que são perdidos na diarreia e vômito.

O uso de remédios para parar a diarreia e os vômitos não são recomendados, pois pode impedir que as toxinas produzidas pelos microrganismos sejam eliminados. No entanto, casos surjam sintomas que podem ser desconfortáveis para a pessoa, o médico pode indicar o uso de remédios para enjôo, para dor e para repor a microbiota intestinal.

Nos casos mais graves, quando a desidratação provoca sintomas como tonturas ou cansaço extremo, pode ser necessário ficar internado no hospital para fazer soro diretamente na veia e avaliar os sinais vitais. Além disso, em casos mais graves, principalmente quando é observada diarreia grave com sangue, o médico pode indicar o uso de Sulfametoxazol-Trimetoprim, Doxiciclina ou Azitromicina com o objetivo de reduzir a transmissão da bactéria.

Sinais de melhora e piora

Os principais sinais de melhora da cólera são a diminuição do vômito e da diarreia, além da melhora da cor e diminuição da fraqueza. Já os sinais de piora são palidez, emagrecimento, olhos fundos, boca seca, pele seca, além de batimentos cardíacos acelerados, cãibras e convulsões. Casos estes sintomas estejam presente deve-se manter a pessoa internada no hospital para receber o tratamento adequado.

Além disso, quando grave, a cólera pode causar desidratação em poucas horas e esta complicação pode levar ao surgimento de comprometimento dos rins, alterações no intestino, arritmia cardíaca, pressão baixa e colapso cardíaco. Veja como identificar a desidratação.

Como é feita a prevenção

O Vibrio cholerae, que é o agente infeccioso da doença, não resiste a temperaturas acima de 80ºC, por isso, para prevenir a cólera é recomendado:

  • Beber água filtrada;
  • Ferver a água encanada antes de a ingerir;
  • Consumir alimentos preparados e servidos quentes, evitando comidas cruas como saladas ou sushi;
  • Lavar bem as mãos antes de preparar os alimentos;
  • Colocar as frutas de molho em água com um pouco de cloro para que sejam desinfectadas.

É importante também lavar bem as mãos com água e sabão sempre que utilizar o banheiro e sempre que estiver com vômito e diarreia.

Vacina contra a cólera

A vacina contra a cólera é indicada principalmente nos locais que possuem alto risco de cólera e para viajantes ou trabalhadores que irão para regiões endêmicas. Atualmente são reconhecidas três vacinas para a cólera: Dukoral, Shanchol e Euvichol, que devem ser aplicadas em 2 a 3 doses dependendo da idade da pessoa. Saiba mais sobre a vacina contra a cólera.

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