Suor noturno (sudorese noturna): o que pode ser e o que fazer

Atualizado em janeiro 2023

O suor noturno normalmente acontece devido a ansiedade, estresse, ambientes quentes ou consumo de alimentos termogênicos, mas também pode indicar menopausa, diabetes, hipertireoidismo ou infecções.

Dependendo da causa do suor noturno, outros sintomas como perda peso, tremor em partes do corpo, febre, irritabilidade, ciclo menstrual irregular e diarreia também podem estar presentes. 

Em caso de suor noturno, especialmente se existirem outros sintomas, é importante consultar o clínico geral. O tratamento pode envolver o uso de medicamentos antidepressivos, reposição hormonal, controle da diabetes e, algumas vezes, a cirurgia para parar de suar. Veja como é feita a cirurgia para parar de suar.

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Principais causas

As principais causas de suor noturno incluem:

1. Ansiedade ou estresse 

A ansiedade ou estresse são condições em que a pessoa frequentemente apresenta preocupação e medo intenso, excessivo ou persistente em relação às situações do dia a dia, causadas pela ativação do sistema nervoso que libera o hormônio adrenalina na corrente sanguínea. Quando isso acontece durante a noite, a pessoa pode acordar com sudorese noturna, associada a outros sintomas como batimentos cardíacos acelerados e a sensação de que algo ruim pode acontecer. 

O que fazer: é importante identificar a causa da ansiedade ou do estresse e fazer um acompanhamento com um psicólogo, que poderá indicar também a consulta com um psiquiatra para avaliar a necessidade de utilizar remédios. Além disso, deve-se adotar, no dia a dia, medidas para reduzir a ansiedade ou o estresse, como praticar atividades físicas, respirar lentamente durante a crise ou beber um chá calmante antes de dormir. Confira as opções de chás calmantes para ansiedade e estresse.

2. Menopausa ou TPM

As oscilações dos hormônios estrogênio e progesterona que acontecem em mulheres na menopausa ou em períodos pré-menstruais, por exemplo, também são capazes de aumentar a temperatura do corpo e provocar episódios de fogachos e sudorese, que pode ser noturna, sendo uma alteração benigna e que tende a passar com o tempo.

Os homens também não estão livres destes sintomas, pois cerca de 20% dos que estão acima dos 50 anos podem apresentar a andropausa, também conhecida como menopausa masculina, que consiste na queda dos níveis de testosterona, e que cursa com suor noturno, além de calor, irritabilidade, insônia e diminuição da libido. Aqueles que passam por tratamento do tumor da próstata em que são usados medicamentos para redução da testosterona, também podem apresentar estes sintomas.

O que fazer: se o suor noturno for repetitivo ou muito intenso, a mulher deve conversar com o ginecologista ou endocrinologista para investigar melhor o sintoma e buscar formas de tratamento, como a terapia de reposição hormonal. Saiba como fazer a terapia de reposição hormonal e as opções naturais.

No caso dos homens, deve-se consultar um urologista que deve orientar o tratamento que pode ser feito com reposição hormonal da testosterona. No entanto, esse tratamento não é indicado para homens com câncer de próstata. 

3. Diabetes

Não é incomum que pessoas com diabetes que estejam fazendo tratamento com insulina apresentem episódios de hipoglicemia durante a noite ou início da manhã. Quando isso acontece, a pessoa pode não sentir qualquer outro sintoma a não ser o suor noturno.

A hipoglicemia provoca o aparecimento de suor pois ativa mecanismos do corpo para compensar a falta de glicose, resultando em transpiração, palidez, tontura, palpitações e náuseas.

O que fazer: algumas medidas podem ser feitas em casa para evitar crises de hipoglicemia durante o sono, como nunca pular o jantar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas à noite. Outra medida importante é verificar os níveis de glicose sanguínea antes de dormir e, se estiverem muito baixos, devem ser corrigidos com um lanche saudável. Além disso, é importante conversar com o médico para avaliar a possibilidade de ajustar a dose ou o tipo de medicamentos para diabetes. Veja todas as opções de tratamento da diabetes

4. Apneia do sono

A apneia do sono pode causar uma queda da oxigenação do sangue durante a noite, levando a uma ativação do sistema nervoso, o que pode provocar suor noturno, além da pessoa ter maiores chances de desenvolver hipertensão arterial, arritmias cardíacas e doenças cardiovasculares.

Esta doença é um distúrbio que causa uma parada momentânea da respiração ou uma respiração muito superficial durante o sono, resultando em roncos e num descanso pouco relaxante, que provoca sintomas de sonolência durante o dia, dificuldade de concentração, dor de cabeça e irritabilidade, por exemplo. 

O que fazer: a apneia do sono deve ser tratada por um pneumologista, que pode indicar um aparelho chamado CPAP ou, em alguns casos, cirurgia. Saiba mais sobre o tratamento da apneia do sono.

5. Ambientes quentes

Quando a temperatura corporal se eleva, a transpiração surge como uma forma do organismo tentar resfriar o corpo e impedir que ele esquente em excesso. Em ambientes muito quentes ou estações do ano em que as temperaturas estão elevadas, é comum aumentar a produção de suor, que pode ocorrer em qualquer hora do dia, mas também causar a sudorese noturna.

O que fazer: deve-se arejar o ambiente ou, caso se tenha, usar ventilador ou ar condicionado, ligando por alguns minutos antes de dormir. 

6. Consumo de alimentos termogênicos

O consumo de alimentos termogênicos como pimenta, gengibre, álcool ou cafeína, estimula o cérebro na região que regula a temperatura corporal e acelera o metabolismo, fazendo com que o corpo gere mais calor, o que aumenta a produção de suor e, por isso, podem causar sudorese noturna se consumidos perto da hora de dormir. Confira a lista completa de alimentos termogênicos.

O que fazer: evitar consumir alimentos termogênicos à noite, dando preferência por consumir esses alimentos durante o dia, para reduzir a produção de suor noturno.

7. Hipertireoidismo

O hipertireoidismo é uma doença em que ocorre desregulação da glândula tireóide que produz quantidades excessivas do hormônio tiroxina, levando ao aumento do metabolismo do corpo, o que aumenta a produção de suor, que pode ser noturno, sendo um sintoma comum dessa doença.

O que fazer: deve-se consultar um médico para realizar exames de sangue que verifiquem os hormônios da tireoide. Caso seja confirmado o hipertireoidismo, é importante iniciar o tratamento mais adequado, que tende a ser feito com remédios ou cirurgia. Saiba como é feito o tratamento do hipertireoidismo.

8. Infecções

Algumas infecções, que podem ser agudas ou de evolução crônica, podem provocar sudorese preferencialmente noturna. Algumas das mais comuns incluem:

  • Tuberculose;
  • HIV;
  • Histoplasmose;
  • Coccidioidomicose;
  • Endocardite;
  • Abscesso pulmonar.

Geralmente, além da sudorese noturna, estas infecções também podem causar sintomas como febre, perda de peso, fraqueza, inchaço dos gânglios ou calafrios, que são contrações e relaxamentos rápidos e involuntários em partes do corpo. Conheça outras causas de calafrios.

O que fazer: é muito importante que haja uma avaliação médica o mais breve possível, e o tratamento seja orientado de acordo com o tipo de infecção, podendo ser necessário o uso de antibióticos, antifúngicos ou anti-retrovirais.

9. Uso de alguns medicamentos

Alguns medicamentos podem ter como efeito colateral a presença de suor noturno, e alguns exemplos são os antipiréticos, como o paracetamol, alguns anti-hipertensivos e alguns antipsicóticos.

O que fazer: o uso dos medicamentos não deve ser interrompido, mas deve ser conversar com o médico para entender se a dose pode ser alterada ou se existe outro remédio que possa ser usado.

10. Câncer

Alguns tipos de câncer, como linfoma ou leucemia, podem apresentar como sintoma frequente o suor noturno, além de perda de peso, gânglios aumentados pelo corpo, sangramentos e queda da imunidade. A sudorese também podem surgir em tumores neuroendócrinos, como feocromocitoma ou tumor carcinoide, que estimulam a liberação de hormônios que ativam a resposta neurológica, provocando crises de palpitação, suor, rubor da face e pressão alta, por exemplo.

O que fazer: deve-se consultar um oncologista ou endocrinologista, que podem indicar tratamentos que incluem cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, por exemplo, de acordo com o tipo de tumor e gravidade do quadro.

Quando se preocupar

O suor noturno geralmente não é motivo de preocupação, mas em alguns casos, pode ser um sinal de uma condição que requer tratamento, devendo-se procurar ajuda médica nos casos de:

  • Suor noturno com frequência ou excessivo;
  • Apresentar paradas da respiração ou sufocamento durante o sono;
  • Presença de febre ou calafrios;
  • Presença de tosse;
  • Perda de peso inexplicável.

Além disso, em pessoas com linfoma ou HIV, o suor noturno pode ser sinal de que a doença está progredindo, sendo importante comunicar ao médico e fazer acompanhamento regular.

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