Parto prematuro: sinais, causas e possíveis complicações

Atualizado em junho 2021

O parto prematuro acontece quando o bebê nasce antes das 37 semanas de gestação o que pode acontecer devido a diversas causas, desde infecção uterina, ruptura prematura da bolsa amniótica, descolamento da placenta ou doenças relacionadas com a saúde da grávida, como anemia ou pré-eclâmpsia, por exemplo.

Normalmente, o parto prematuro pode ser identificado por meio de alguns sinais e sintomas como contrações uterinas frequentes e regulares, aumento do corrimento vaginal e sensação de pressão, ou dor, na região pélvica. Nestes casos é importante que a gestante vá ao hospital assim que sentir esses sinais e sintomas, uma vez que o trabalho de parto prematuro pode representar riscos para o bebê, especialmente se tiver uma idade gestacional muito baixa.

Perante o trabalho de parto prematuro, o médico pode tentar adiar o nascimento utilizando medicamentos e técnicas para evitar as contrações uterinas e a dilatação, no entanto, é difícil conseguir adiar o parto por mais de 48 a 72 horas. No caso do nascimento do bebê prematuro, é comum que fique na UTI neonatal para que o seu desenvolvimento seja acompanhado e sejam prevenidas complicações.

Imagem ilustrativa número 1

Sinais e sintomas de parto prematuro

A gestante pode desconfiar que está entrando em trabalho de parto prematuro quando apresenta sinais e sintomas como:

  • Contrações uterinas frequentes e regulares;
  • Pressão no fundo da barriga;
  • Aumento da vontade de urinar;
  • Aumento do corrimento vaginal, que passa a ser gelatinoso e pode ou não conter vestígios de sangue;
  • Dor no fundo das costas;
  • Cólica intensa.

Se a mulher apresentar esses sintomas antes das 37 semanas de gestação é importante que ligue para o seu obstetra ou vá ao hospital para que seja avaliada. Normalmente, o médico pede um ultrassom transvaginal para avaliar a medida do colo uterino, assim como uma análise da secreção vaginal para identificar a presença de fibronectina fetal, uma proteína que ajuda a confirmar o risco de parto prematuro.

A medida acima de 30 mm no colo uterino indica um maior risco de parto dentro de 7 dias e as mulheres que apresentam este valor devem ser avaliadas em relação à fibronectina. Se a mulher tiver medidas entre 16 e 30 mm mas a fibronectina fetal negativa tem baixo risco de parto, no entanto, quando a fibronectina fetal é positiva, há risco de parto em 48 horas.

Possíveis causas

O parto prematuro tem maior chance de acontecer em mulheres com mais de 35 anos ou menos de 16 anos, assim como em mulheres que estão grávidas de gêmeos, já tiveram outro parto prematuro anterior ou quando estão perdendo sangue no terceiro trimestre de gravidez.

Além disso, outras situações que podem causar o trabalho de parto prematuro são:

  • Ruptura prematura da bolsa amniótica;
  • Enfraquecimento do colo uterino;
  • Infecção pela bactéria Streptococcus agalactiae (estreptococo do grupo B);
  • Descolamento da placenta;
  • Pré-eclampsia;
  • Anemia;
  • Doenças como tuberculose, sífilis, infecção renal;
  • Gravidez de gêmeos;
  • Realização de fertilização in vitro;
  • Malformação fetal;
  • Esforço físico intenso;
  • Uso de drogas ilícitas e bebidas alcoólicas;
  • Presença de mioma no útero.

Além disso, gestantes com histórico de vaginose também têm maior risco de parto prematuro, isso porque algumas bactérias podem liberar toxinas e promover a liberação de citocinas e prostaglandinas que favorecem o trabalho de parto. Alguns alimentos e plantas medicinais também podem promover a contração uterina e estimular o trabalho de parto prematuro e, por isso, são contraindicados durante a gravidez. Confira uma lista de chás que a grávida não deve consumir.

Principais complicações

As complicações do parto prematuro estão relacionados com a idade gestacional do bebê ao nascer:

  • Bebê com 23 a 25 semanas: a maior parte dos casos pode desenvolver deficiências graves, como paralisia cerebral, cegueira ou surdez;
  • Bebê com 26 e 27 semanas: alguns bebês podem desenvolver deficiências moderadas, como dificuldade visual, falta de controle motor, asma crônica e dificuldade em aprender;
  • Bebê com 29 a 31 semanas: a maior parte dos bebês se desenvolve sem problemas, mas alguns podem apresentar formas leves de paralisia cerebral e problemas visuais;
  • Bebê com 34 a 36 semanas: os bebês prematuros desenvolvem-se de forma semelhante aos que nascem dentro da data prevista, mas têm maiores chances de apresentar problemas de desenvolvimento e aprendizagem.

Geralmente, bebês de parto prematuro são colocados numa encubadora, uma vez que não são capazes de manter a temperatura do corpo. Assim, este aparelho mantém a temperatura e a umidade semelhantes ao útero, permitindo seu desenvolvimento.

Os bebês com menos de 34 semanas de gestação podem ainda estar ligados a um aparelho para respirar, pois antes das 34 semanas de gestação apresentam falta de surfactante, uma substância que facilita a entrada de ar nos pulmões e por isso podem surgir sinais como cor azulada das unhas e pontas dos dedos e lábios.

Além disso, os bebês prematuros tem maior risco de retinopatia, que diminui a capacidade visual, e por isso todos os bebês prematuros precisam usar uma venda nos olhos enquanto estiverem na UTI neonatal. O bebê só é liberado para casa quando atinge 2 kg e quando seus órgãos já estão mais desenvolvidos, de forrma que consiga engolir sem sonda e respirar sem ajuda de aparelhos.

Como evitar o parto prematuro

Para evitar o parto prematuro, o que a grávida pode fazer durante toda a gestação é evitar o excesso de atividade física e seguir todas as orientações do obstetra durante as consultas do pré-natal.

No entanto, se o parto começar antes da hora esperada, o obstetra poderá indicar o uso de medicamentos como os corticoides ou os antagonistas da ocitocina, que podem ser utilizados entre as 25 e 37 semanas de gestação. Estas técnicas para evitar o parto prematuro devem ser feitas em internamento no hospital e aplicadas de acordo com os benefícios para a mãe e o bebê.