Cistos: o que são, tipos, causas e tratamento

Atualizado em março 2023

Os cistos são pequenas bolsas ou nódulos preenchidos com líquido ou substâncias semi-sólidas ou gasosas, que podem se desenvolver em qualquer local do corpo, sendo mais comuns na mama, na tireoide, nos ovários ou no fígado.

Os cistos são, na maior parte dos casos, benignos, ou seja, não são sinal de câncer. No entanto, dependendo do seu tamanho e localização, podem causar sintomas como dor ou desconforto, rigidez no local, sensibilidade ou presença de um caroço sob a pele.

O desenvolvimento dos cistos pode acontecer devido a infecções, traumatismos, obstrução das glândulas sebáceas, ou mesmo por uma questão de genética, e normalmente não precisam de tratamento. No entanto, quando causam sintomas, apresentam características suspeitas de gravidade, podendo ser aspirados com agulhas específicas ou removidos com cirurgia.

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12 principais tipos de cisto e como tratar

Existem vários tipos de cistos, que devem ser avaliados e identificados pelo médico, sendo os principais:

1. Cisto no ovário

O cisto no ovário pode surgir dentro ou ao redor do ovário, e na maioria das vezes, é benigno, desaparecendo após alguns meses sem necessitar de tratamento, não representando qualquer risco à saúde da mulher. No entanto, dependendo do seu tamanho pode provocar sintomas como dor na região pélvica, menstruação irregular, ou sangramento fora do período menstrual.

Geralmente, esse tipo de cisto surge devido a alterações hormonais presentes ao longo do ciclo menstrual, gravidez, menopausa ou como consequência do uso de alguns medicamentos hormonais.

Como é o tratamento: na maioria dos casos de cisto no ovário não é necessário qualquer tipo de tratamento, podendo regredir espontaneamente, sendo apenas necessário que o ginecologista seja consultado regularmente para que seja avaliado o seu desenvolvimento.

No entanto, nos casos em que o cisto cresce demais e provoca sintomas, quando há risco de rompimento ou torção, ou quando são identificados sinais de malignidade durante a realização do exame de ultrassom, o ginecologista pode indicar a realização de cirurgia para remover o cisto e uso de medicamentos contraceptivos orais, para evitar que o cisto continue a se desenvolver, e analgésicos para aliviar os sintomas. Veja mais detalhes do tratamento para cisto no ovário.

2. Cisto de Naboth

O cisto de Naboth pode formar-se no colo do útero, devido ao acúmulo de muco liberado pelas glândulas de Naboth, quando seus ductos ficam obstruídos e impedem a passagem do muco. 

Estes cistos são comuns em mulheres em idade fértil e não são motivo para preocupação, pois costumam ser benignos.

Como é o tratamento: apesar do cisto de Naboth não ser motivo de preocupação, o ginecologista pode indicar a realização da eletrocauterização, principalmente nos casos em que não identificados vários cistos de Naboth, já que pode alterar o formato do útero. Conheça mais sobre o cisto de Naboth.

3. Cisto de Baker

O cisto de Baker surge na articulação do joelho, sendo visto como um caroço localizado na parte de trás do joelho.

Esse cisto surge devido ao acúmulo de líquidos da articulação o que pode acontecer com consequência de artrose, lesão do menisco, artrite reumatoide ou gota, podendo causar dor e rigidez no local do cisto, dificultando a movimentação do joelho.

Como é o tratamento: normalmente esse tipo de cisto não precisa de tratamento, no entanto, nos casos em que há dor pode ser recomendada fisioterapia, aspiração do líquido ou cirurgia, que é indicada quando o cisto se rompe.

4. Cisto sebáceo

O cisto sebáceo é uma espécie de caroço que se forma sob a pele, preenchido por queratina e outros materiais derivados da pele, também chamado de sebum, de cor branca, aspecto semi-sólido e macio ao toque. Este cisto costuma se formar após traumas na pele ou dentro de folículos pilosos, é benigno e não precisa de qualquer tratamento.

Como é o tratamento: o tratamento para cisto sebáceo pode ser indicado quando causa incômodo, cresce muito ou cause dor devido a uma inflamação ou infecção, sendo nesses casos indicada a realização de um pequeno procedimento cirúrgico. Veja como é feito a cirurgia para cisto sebáceo.

5. Cisto no rim

O cisto simples no rim normalmente é benigno e não costuma provocar sintomas, sendo necessário apenas o acompanhamento pelo médico.

No entanto, caso o exame de ultrassom demonstre sinais suspeitos de uma lesão grave, como um abscesso ou câncer, o médico deverá indicar uma investigação mais aprofundada, com tomografia, ressonância magnética e, se necessário, uma punção para análise do seu conteúdo.

Como é o tratamento: o tratamento para cisto no rim pode variar de acordo com o tamanho, quantidade de cistos identificados e sintomas apresentados pela pessoa, podendo ser indicado pelo médico o uso de medicamentos e cirurgia para remover o cisto ou o rim, no caso de existirem vários cistos. Veja mais sobre cisto no rim.

6. Cisto pilonidal

O cisto pilonidal é caracterizado por uma bolsa constituída por material de glândulas sebáceas e sudoríparas, além de pedaços de pele e pelos, que se desenvolve geralmente no final da coluna vertebral, logo acima dos glúteos, gerando sintomas como dor, inchaço, calor e fissuras na pele.

Como é o tratamento: a principal forma de tratamento do cisto pilonidal é a sua retirada através de cirurgia.

7. Cisto de Bartholin

O cisto de Bartholin ocorre devido a uma obstrução da glândula de Bartholin, que está localizada na parte anterior da vagina e que é responsável por lubrificá-la durante o contacto íntimo.

Este cisto geralmente é indolor, não provoca sintomas e pode curar sem que seja necessário tratamento.

Como é o tratamento: na maioria dos casos não é necessário realizar tratamento para cisto de Bartholin, no entanto quando são identificados sinais de inflamação ou infecção do cisto, o ginecologista pode indicar o uso de anti-inflamatórios, antibióticos ou, até, cirurgia. Veja mais detalhes do tratamento para cisto de Bartholin.

8. Cisto sinovial

O cisto sinovial é um tumor benigno, preenchido por líquido transparente, que se forma junto a articulações, principalmente do punho, mas também joelhos, tornozelos ou pés.

Apesar das causas ainda não serem muito bem definidas, normalmente está associado a traumatismo, lesões por esforço repetido ou defeito na articulação, e apesar de nem sempre causas sintomas, pode provocar dor, perda de força e sensibilidade no local, além de queixas estéticas. 

Como é o tratamento: esse cisto pode desaparecer naturalmente, no entanto no caso de ter um grande tamanho, o médico pode prescrever anti-inflamatórios e a realização da aspiração do líquido, em alguns casos.

9. Cisto aracnoide

O cisto aracnoide é uma coleção de líquido cefalorraquidiano entre as membranas que recobrem o cérebro, e costuma, na maioria das vezes, ser congênito, ou seja, já nascer com o bebê, o acontecer pode lesões cerebrais, tumores ou infecções, com a meningite. Normalmente estes cistos são assintomáticos, no entanto, se crescerem podem causar danos no cérebro, e por isso precisam de tratamento.

Como é o tratamento: o tratamento para o cisto aracnoide é feito através de cirurgia, cujo tipo pode variar de acordo com os sintomas apresentados pela pessoa, idade, localização e tamanho do cisto. Entenda melhor como é feito o tratamento para o cisto aracnoide.

10. Cisto no fígado

O cisto simples no fígado, na maior parte das vezes, não produz sintomas ou qualquer alteração no corpo. Além disso, não costuma ser grave e nem é sinal de câncer, mas é importante que seja acompanhado regularmente pelo médico para que seja possível identificar qualquer alteração de tamanho ou aparecimento de sinal de malignidade.

Como é o tratamento: o tratamento para cisto no fígado pode variar de acordo com a causa e o tipo de cisto no fígado, podendo ser indicado pelo médico a realização de cirurgia para remover o cisto ou, nos casos mais graves, retirar uma parte do fígado ou fazer transplante do órgão. Veja mais sobre o cisto no fígado.

11. Cisto na mama

Os cistos na mama são normalmente assintomáticos e benignos, e costumam surgir em mulheres com idade entre os 40 e 50 anos, e são formados por líquidos.

Como é o tratamento: na maioria das vezes, é necessário apenas acompanhamento da lesão, no entanto, quando provocam dor, desconforto, crescem com o tempo ou quando passam a apresentar outras características sugestivas de malignidade, devem ser puncionados pelo médico para uma melhor avaliação do seu conteúdo.

12. Cisto no cérebro

O cisto no cérebro pode ser causado por infecções por parasitas, como no caso da solitária, transmitida pela ingestão de água ou de alimentos como legumes, frutas ou verduras contaminados com os ovos da Taenia solium.

Quando as larvas desse parasita atingem o cérebro, podem formar cistos, sendo conhecida como neurocisticercose, podendo causar pressão no cérebro e hidrocefalia, com sintomas como náuseas, vômitos, dor de cabeça ou sonolência.

Como é o tratamento: deve-se consultar o clínico geral ou infectologista para que sejam feitos exames, para confirmar os cistos no cérebro e iniciar o tratamento que normalmente é feito com remédios antiparasitários, como praziquantel ou albendazol, para eliminar o parasita, corticoides para reduzir a inflamação no cérebro, anticonvulsivantes, ou até inserção de um dreno ou shunt, para drenar o excesso de líquido.

Possíveis causas

O cisto pode ser provocado por vários fatores, a depender do seu tipo e local. Algumas das causas mais comuns são:

  • Infecções;
  • Defeitos no desenvolvimento do bebê;
  • Fatores genéticos;
  • Tumores;
  • Defeitos nas células;
  • Doenças inflamatórias;
  • Parasitas;
  • Lesões ou traumatismos nos tecidos afetados;
  • Bloqueio de glândulas;
  • Alterações hormonais;
  • Gravidez.

Em alguns casos, também podem se desenvolver devido a lesões ou traumatismos nos tecidos da região afetada, o que é comum em cistos que surgem na região articular, por exemplo.

Os cistos podem virar câncer?

Geralmente, os cistos são nódulos benignos e podem desaparecer mesmo sem tratamento. No entanto, sempre devem ser acompanhados pelo médico pois, em alguns casos, podem crescer muito ou apresentar características suspeitas, como ter um conteúdo sólido, necessitando de uma investigação mais aprofundada e tratamentos orientados pelo médico.