Hipotireoidismo na gravidez: riscos e tratamento

Atualizado em maio 2023

O hipotireoidismo na gravidez quando não identificado e tratado pode trazer complicações para o bebê, isso porque o bebê necessita dos hormônios tireoidianos produzidos pela mãe para que consiga se desenvolver corretamente.  Assim, quando há pouca quantidade ou nenhuma de hormônios tireoidianos, como o T3 e o T4, pode haver aborto espontâneo, atraso no desenvolvimento mental e diminuição do quociente de inteligência, o QI.

Além disso, o hipotireoidismo pode diminuir as chances de engravidar porque altera os hormônios reprodutores da mulher, fazendo com que nem sempre ocorra ovulação e período fértil durante o ciclo menstrual.

Por isso, é importante que as gestantes sejam acompanhadas pelo obstetra e sejam realizadas dosagens de TSH, T3 e T4 para identificar o hipotireoidismo e seja iniciado o tratamento caso haje necessidade.

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Possíveis riscos

O hipotireoidismo na gravidez pode trazer complicações tanto para a mãe quanto para o bebê, principalmente quando não é feito o diagnóstico e quando o tratamento não é iniciado ou realizado corretamente.

Riscos para o bebê

O desenvolvimento do bebê é completamente dependente, principalmente nas primeiras 12 semanas de gravidez, dos hormônios tireoidianos produzidos pela mãe. Assim, os principais riscos para o bebê do hipotireoidismo na gravidez são:

  • Alterações cardíacas;
  • Atraso no desenvolvimento mental;
  • Diminuição do quociente de inteligência, o QI;
  • Baixo peso ao nascer;
  • Alteração da fala.

Além disso, o hipotireoidismo não controlado na gravidez pode aumentar o risco de sofrimento fetal, que é uma situação rara caracterizada pela diminuição do fornecimento de oxigênio para o bebê, interferindo no crescimento e desenvolvimento do bebê. Conheça mais sobre o sofrimento fetal.

Riscos para a mulher

A mulher com hipotireoidismo não identificado ou tratado tem maior risco de desenvolver anemia, placenta prévia, de ter hemorragia após o parto, parto prematuro e de ter pré-eclâmpsia, que é uma condição que tende a começar a partir das 20 semanas de gestação e causa pressão alta na mãe, podendo afetar o funcionamento adequado dos órgãos e causar aborto ou parto prematuro. Veja mais sobre a pré-eclâmpsia e como tratar.

Hipotireoidismo pode dificultar a gravidez?

O hipotireoidismo pode dificultar a gravidez porque pode alterar o ciclo menstrual e influenciar na ovulação, podendo em alguns casos não não haver a liberação do óvulo. Isso acontece porque os hormônios da tireoide têm influência na produção dos hormônios sexuais femininos, que são responsáveis pelo o ciclo menstrual e pela fertilidade da mulher.

Assim, para engravidar mesmo tendo hipotireoidismo, deve-se manter a doença bem controlada, fazendo exames de sangue para avaliar os níveis de hormônios e fazendo corretamente o tratamento recomendado pelo médico. 

Ao controlar a doença, os hormônios do sistema reprodutor também ficam mais controlados e, após cerca de 3 meses já é possível engravidar normalmente. No entanto, é preciso continuar fazendo exames de sangue regularmente, para avaliar a necessidade de ajustar os medicamentos e respectivas doses.

Além disso, para que a gravidez seja possível, é importante que a mulher verifique se o seu ciclo menstrual conseguiu ficar mais ou menos regular e, com a ajuda do ginecologista, identificar o período fértil, que corresponde ao período em que há maior probabilidade de gravidez.

Como identificar

Na maior parte dos casos, as gestantes já têm hipotireoidismo antes da gravidez, mas os exames de pré-natal ajudam a detectar a doenças em mulheres que não apresentavam sintomas do problema.

Para diagnosticar a doença, deve-se fazer exames de sangue que avaliam a quantidade dos hormônios da tireoide no corpo, com TSH, T3, T4 e anticorpos tireoidianos e, nos casos positivos, deve-se repetir a análise a cada 4 ou 8 semanas durante toda a gestação para manter o controle da doença.

Como deve ser o tratamento

Se a mulher já tem hipotireoidismo e planeja engravidar, deve manter a doença bem controlada e fazer exames de sangue a cada 6 a 8 semanas desde o primeiro trimestre de gestação, sendo normal a dose do medicamento ser maior do que antes da gestação, devendo a mulher seguir as recomendações do obstetra ou do endocrinologista.

Quando a doença é descoberta durante a gravidez, o uso de medicamentos para reposição dos hormônios da tireoide deve começar logo que o problema seja identificado, devendo-se também refazer as análises a cada 6 ou 8 semanas para reajuste da dose.

Hipotireoidismo no pós-parto

Além do período de gestação, o hipotireoidismo também pode surgir no primeiro ano após o parto, especialmente após 3 ou 4 meses do nascimento do bebê. Isso ocorre devido a alterações no sistema imune da mulher, que passa a destruir as células da tireoide. Na maior parte dos casos, o problema é passageiro e se resolve até 1 ano de pós parto, mas algumas mulheres desenvolvem hipotireoidismo permanente, e todas passam a ter maiores chances de ter novamente o problema em uma futura gestação.

Assim, deve-se esta atenta aos sintomas da doença e fazer exames de sangue que avaliem o funcionamento da tireoide durante o primeiro ano depois do parto. Por isso, veja quais os sintomas de hipotireoidismo.

Assista ao vídeo a seguir para saber o que comer para prevenir problemas na tireoide:

youtube image - Alimentação para Problemas na Tireoide