O que é o Glifosato e como pode afetar a saúde

Atualizado em março 2019

O glifosato é um tipo de herbicida que é muito utilizado por agricultores em todo o mundo para evitar o crescimento de ervas daninhas em plantações, facilitando o crescimento da planta que está sendo cultivada.

Este herbicida funciona através de um mecanismo que impede a planta de produzir os aminoácidos necessários para o seu crescimento e desenvolvimento. Dessa forma, não é um herbicida seletivo, isto é, quando é aplicado no terreno, elimina qualquer tipo de planta que esteja crescendo. Por esse motivo, este herbicida é utilizado nas plantações especialmente após a colheita ou antes da plantação, quando apenas existem ervas daninhas que se pretendem eliminar.

Por ter este potente mecanismo de ação, e por ser tão amplamente utilizado, o glifosato tem levantado várias questões sobre a segurança do seu uso. No entanto, desde que aplicado com equipamento de proteção e desde que todas as medidas de segurança sejam respeitadas, parece haver pouco risco de toxicidade.

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Possíveis riscos para a saúde

Quando é utilizado na sua forma pura, o glifosato tem um grau de toxicidade muito baixo e, por isso, é considerado seguro. No entanto, a maior parte dos herbicidas utiliza a substância misturada com outros produtos que facilitam a sua adesão às plantas e que podem aumentar a toxicidade.

O efeito mais rápido é o surgimento de irritação e vermelhidão nos olhos, assim como inflamação da pele. Por isso, durante a aplicação do Glifosato é muito importante utilizar equipamento de proteção composto por luvas, óculos, máscara e fato de proteção. Além disso, caso o herbicida seja respirado pode ainda surgir irritação na garganta e no nariz. Já no caso de ingestão acidental, os produtos com Glifosato podem causar queimaduras na boca, náuseas e vômitos.

Estes efeitos também se aplicam aos animais de estimação e, por essa razão, o local onde é aplicado não deve ficar acessível a animais.

Glifosato pode causar câncer?

Vários estudos feitos em ratos de laboratório indicam que altas doses deste herbicida podem aumentar o risco de desenvolver câncer.

No entanto, os testes em humanos apresentaram resultados confusos, sendo que esse risco apenas parece estar presente quando o glifosato é usado numa fórmula junto com outras substâncias, e mesmo nessas condições não parecem existir evidências concretas que levem à proibição do produto.

Dessa forma, o seu uso é regulamentado pela Anvisa e deve ser feito principalmente por profissionais de forma restritiva e seguindo-se todas as normas de segurança. Quanto ao seu uso em casa, a Anvisa regulamenta que só pode ser vendido na sua forma diluída.

Como acontece a exposição ao Glifosato

O risco de exposição ao Glifosato é maior em pessoas que trabalham diretamente com o herbicida, como os agricultores. As formas mais comuns de exposição incluem o contato com a pele e olhos, inspiração do produto na hora da aplicação e ingestão acidental, que pode acontecer quando se lava mal as mãos após a utilização.

Quanto à presença desse herbicida nos alimentos comprados para usar em casa, os grupos de alimentos que têm maiores chances de ter entrado em contato com o Glifosato, em algum momento, incluem:

  • Frutas frescas ou congeladas, como laranja, uva, azeitonas;
  • Vegetais frescos ou congelados, como batata, milho, cogumelos;
  • Leguminosas frescas, como feijão, ervilhas ou lentilhas;
  • Sementes e oleoginosas, como sementes de gergelim, girassol ou mostarda;
  • Cereais, como aveia, cevada, arroz ou trigo;
  • Chá, café ou cacau.

Porém, o risco destes alimentos para a saúde continua sendo muito baixo, já que existem entidades reguladoras que testam periodicamente esses alimentos para avaliar o nível máximo de resíduos, de forma a mantê-los seguros para a saúde.

Como usar o Glifosato com segurança

Uma vez que o maior risco de exposição acontece no momento de aplicação do herbicida é muito importante ter alguns cuidados como usar o equipamento de proteção composto por luvas, óculos e máscara e fato de proteção.

Além disso, deve-se sempre lavar as mãos com água e sabão, assim como qualquer local da pele que possa ter entrado em contato com a substância.