12 doenças causadas por bactérias: sintomas e tratamento

Atualizado em outubro 2022

As bactérias são pequenos microrganismos que estão naturalmente presentes no organismo e no ambiente e que podem ou não causar doença. As bactérias que causam doenças são conhecidas como bactérias patogênicas e que podem entrar no organismo por meio da ingestão de alimentos ou água contaminados, contato sexual desprotegido ou pelas vias aéreas, por exemplo.

As doenças causadas por bactérias são tratadas principalmente com o uso de antibióticos, que devem ser usados conforme a orientação do médico para evitar o surgimento de bactérias multirresistentes, que são responsáveis por infecções mais graves e de tratamento mais complicado.

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1. Infecção urinária

A infecção urinária é uma das infecções mais comuns causadas por bactérias, podendo acontecer devido a um desequilíbrio da microbiota da região genital, ou devido ao fato de segurar o xixi, não realizar a higienização íntima adequada, beber pouca água durante o dia ou possuir pedras nos rins, por exemplo.

Várias são as bactérias que podem causar infecção urinária, sendo as principais Escherichia coli, Proteus sp., Providencia sp. e Morganella spp..

Principais sintomas: Os principais sintomas relacionados à infecção urinária são dor e ardor ao urinar, urina turva ou com presença de sangue, febre baixa e persistente, vontade frequente de fazer xixi e sensação de não conseguir esvaziar a bexiga.

Como tratar: O tratamento para infecção urinária é indicado pelo médico quando há sintomas e o microrganismo é identificado, sendo normalmente indicado o uso de antimicrobianos, como o Ciprofloxacino, por exemplo. No entanto, quando não existem sintomas, o médico pode optar por não realizar tratamento com antibióticos para evitar o surgimento de bactérias resistentes.

Prevenção: A prevenção das infecções urinárias é feita por meio do controle das causas. Assim, é importante realizar a higiene íntima adequadamente, evitar segurar o xixi por muito tempo e beber pelo menos 2 litros de água por dia, por exemplo.

2. Meningite

A meningite corresponde à inflamação do tecido que envolve o cérebro e a medula espinhal, a meninge, e pode ser causada por diversas espécies de bactérias, sendo as principais Streptococcus pneumoniae, Mycobacterium tuberculosis, Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis, que podem ser adquiridas por meio de secreções de pessoas diagnosticadas com a doença.

Principais sintomas: Os sintomas da meningite podem surgir cerca de 4 dias após o acometimento das meninges, podendo haver febre, dor de cabeça e ao movimentar o pescoço, aparecimento de manchas roxas na pele, confusão mental, cansaço excessivo e rigidez muscular no pescoço.

Como tratar: O tratamento da meningite normalmente é feito no hospital, para que o médico possa avaliar a evolução da pessoa e prevenir complicações. Assim, é necessário o uso de antibióticos, de acordo com a bactéria responsável, podendo ser indicado o uso de Penicilina, Ampicilina, Cloranfenicol ou Ceftriaxona, por exemplo, que devem ser utilizados conforme orientação do médico.

Prevenção: A prevenção da meningite deve ser feita principalmente por meio da vacinação contra a meningite, que deve ser tomada ainda em criança. Além disso, é importante que as pessoas com meningite usem máscara e evitem tossir, falar ou espirrar perto de pessoas saudáveis para evitar o contágio. Saiba quais são as vacinas que protegem contra a meningite.

Assista ao vídeo a seguir e entenda um pouco mais sobe a meningite:

youtube image - MENINGITE: 8 sintomas que não pode ignorar!

3. Clamídia

A clamídia é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que pode ser transmitida através da relação sexual oral, vaginal ou anal sem preservativo, além de também poder ser transmitido da mulher para o filho durante o parto normal quando o tratamento não foi realizado corretamente.

Principais sintomas: Os sintomas da clamídia podem surgir até 3 semanas após a o contato com a bactéria, podendo ser notado dor e ardor ao urinar, corrimento peniano ou vaginal branco amarelado e semelhante a pus, dor pélvica ou inchaço dos testículos, por exemplo. Conheça outros sintomas de clamídia.

Como tratar: O tratamento para clamídia deve ser feito sob orientação do ginecologista ou urologista, sendo indicado o uso de antibióticos, como Azitromicina ou Doxiciclina, para promover a eliminação da bactéria e alívio dos sintomas. É importante que o tratamento seja feito pela pessoa infectada e pelo (a) parceiro (a), mesmo que não existam sintomas aparentes, pois assim é possível prevenir a infecção.

Prevenção: Para prevenir a infecção pela Chlamydia trachomatis, é importante usar preservativo em todas as relações sexuais e fazer o tratamento de acordo com a indicação do médico, mesmo que não existam sinais ou sintomas aparentes.

4. Gonorreia

A gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae que é transmitida através da relação sexual vaginal, anal ou oral desprotegida.

Principais sintomas: Na maioria dos casos a gonorreia é assintomática, no entanto alguns sintomas podem aparecer até 10 dias depois do contato com a bactéria, podendo ser notado dor e ardor ao urinar, corrimento branco-amarelado, inflamação da uretra, incontinência urinária ou inflamação no ânus, quando a infecção aconteceu por meio da relação sexual anal.

Como tratar: O tratamento para gonorreia deve ser feito de acordo com a orientação médica, sendo normalmente recomendado o uso de antibióticos, como Azitromicina ou Ceftriaxona, e abstinência sexual durante o período de tratamento.

É importante que o tratamento seja feito até o fim, mesmo que não existam sinais e sintomas aparentes, pois assim é possível garantir a eliminação da bactéria e prevenir o desenvolvimento de complicações, como doença inflamatória pélvica e infertilidade. Saiba mais sobre o tratamento da gonorreia.

Prevenção: Para prevenir a transmissão e contágio da gonorreia, é importante utilizar camisinha em todas as relações sexuais.

5. Sífilis

Assim como a clamídia e a gonorreia, a sífilis também é uma infecção sexualmente transmissível, causada pela bactéria Treponema pallidum, cujo o contágio pode acontecer através da relação sexual desprotegida ou contato direto com as lesões da sífilis, já que são ricas em bactérias. Além disso, a sífilis pode ser transmitida de mão para filho durante a gestação ou no momento do parto, quando a doença não é identificada e/ou tratada corretamente.

Principais sintomas: Os sintomas iniciais da sífilis são feridas que não doem ou causam desconforto que podem aparecer no pênis, ânus ou região genital feminina e desaparecer espontaneamente. No entanto o desaparecimento dessas lesões não é indicativo de que a doença está solucionada, mas sim de que a bactéria está se espalhando pelo organismo através da corrente sanguínea, podendo dar origem à sífilis secundária e terciária. Veja mais sobre os sintomas da sífilis.

Como tratar: O tratamento da sífilis deve ser recomendado pelo urologista ou ginecologista de acordo com o estágio da doença em que a pessoa se encontra e gravidade dos sintomas. De forma geral, o tratamento é feito por meio de injeções de penicilina benzatina, que é capaz de promover a eliminação da bactéria.

Prevenção: A prevenção da sífilis é feita por meio do uso de preservativo em todas as relações sexuais, assim é possível evitar entrar em contato com as lesões. Além disso, no caso da gestante com sífilis, para prevenir a infecção do bebê, é importante que o tratamento seja feito de acordo com a orientação do médico, pois assim é possível diminuir a quantidade de bactérias circulantes e diminuir o risco de transmissão.

6. Hanseníase

A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença causada pela bactéria Mycobacterium leprae e que pode ser transmitida por meio do contato com secreções nasais de pessoas com lepra, principalmente.

Principais sintomas: Essa bactéria possui predileção pelo sistema nervoso, podendo causar paralisia muscular, por exemplo. No entanto, os sintomas mais característicos da hanseníase são as lesões formadas na pele, que acontecem devido à presença da bactéria no sangue e na pele. Assim, os sintomas mais característicos da hanseníase são ressecamento da pele, perda da sensibilidade e presença de lesões e feridas nos pés, nariz e olhos, o que pode resultar em cegueira.

Como tratar: O tratamento para a hanseníase deve ser indicado pelo infectologista assim que o diagnóstico é feito para que haja chances reais de cura. Assim, o tratamento geralmente é feito com vários medicamentos com o objetivo de eliminar a bactéria e evitar a progressão da doença e o surgimento de complicações. Os medicamentos mais indicados são Dapsona, Rifampicina e Clofazimina, que devem ser utilizados conforme a orientação do médico.

Além disso, devido às deformidades que podem surgir, pode ser necessária a realização de procedimentos para correção e, até mesmo, acompanhamento psicológico, uma vez que as pessoas com hanseníase podem sofrer discriminação devido a sua aparência. Entenda como é feito o tratamento para a hanseníase.

Prevenção: A forma de prevenção mais eficaz contra a lepra é o a detecção da doença em fases iniciais e início da terapia assim que é estabelecido o diagnóstico. Dessa forma, é possível prevenir a ocorrência dos sintomas e de complicações e o contágio de outras pessoas.

7. Coqueluche

A coqueluche é uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis, que entra no organismo através das vias respiratórias, aloja-se nos pulmões e leva ao desenvolvimento dos sintomas respiratórios, sendo mais comum de acontecer nas crianças e que pode ser facilmente prevenida por meio da vacinação.

Principais sintomas: Os sintomas iniciais da coqueluche são semelhantes aos de uma gripe, sendo observada febre baixa, coriza e tosse seca, por exemplo. No entanto, à medida que a infecção evolui é possível haver crises de tosse súbita em que a pessoa sente dificuldade para respirar e que terminam em uma inspiração profunda, como se fosse um gripo.

Como tratar: O tratamento para coqueluche envolve o uso de antibióticos, como Azitromicina, Claritromicina ou Eritromicina, por exemplo, que deve ser utilizado conforme a orientação do médico.

Prevenção: Para prevenir a coqueluche é recomendado evitar ficar em locais fechados por muito tempo e lavar as mãos com água e sabão de forma frequente, além de ser recomendado tomar a vacina DTPA, que está prevista no plano de vacinação da criança e que garante proteção contra coqueluche, difteria, tuberculose e tétano. Saiba mais sobre a vacina DTPA.

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8. Tuberculose

A tuberculose é uma infecção respiratória causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, popularmente conhecido como bacilo de Koch, que entra no organismo por meio das vias aéreas superiores e aloja-se nos pulmões levando ao desenvolvimento de sinais e sintomas respiratórios, além de também poder espalhar-se no organismo e resultar o desenvolvimento da tuberculose extrapulmonar. Conheça mais sobre a tuberculose.

Principais sintomas: Os principais sintomas da tuberculose pulmonar são tosse por mais de três semanas, que podem ser acompanhadas por sangue, dor ao respirar ou tossir, suor noturno e febre baixa e constante.

Como tratar: O tratamento para a tuberculose é realizado de forma contínua, ou seja, o pneumologista ou infectologista indica a combinação de Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol por cerca de 6 meses ou até a cura da doença. Além disso, é recomendado que a pessoa em tratamento para tuberculose permaneça isolada nos 15 primeiros dias de tratamento, pois ainda é capaz de transmitir a bactéria para outras pessoas.

Prevenção: A prevenção da tuberculose é feita por meio de medidas simples, como evitar ficar em lugares públicos e fechados, cobrir a boca ao tossir e lavar regularmente as mãos. Além disso, a prevenção também pode ser feita por meio da vacina BCG, que deve ser feita logo após o nascimento.

9. Pneumonia

A pneumonia bacteriana é normalmente causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae, que pode causar doença principalmente em crianças e idosos e a infecção normalmente se dá através da entrada acidental da bactéria no pulmão vindas da boca ou como consequência de infecção em outra parte do corpo.

Principais sintomas: Os principais sintomas de pneumonia bacteriana por S. pneumoniae são tosse com catarro, febre alta, dificuldade para respirar e dor no peito, sendo importante consultar um pneumologista ou clínico geral para que os sintomas possam ser avaliados e possa ser iniciado o tratamento mais adequado. 

Como tratar: O tratamento para pneumonia por Streptococcus pneumoniae é feito normalmente com repouso e antibióticos, como Amoxicilina ou Azitromicina, por até 14 dias, de acordo com o medicamento indicado. Além disso, em alguns casos, o médico pode indicar a realização de fisioterapia respiratória para que o processo de respiração possa ser mais fácil.

Prevenção: Para prevenir a pneumonia bacteriana é recomendado evitar permanecer por muito tempo em locais fechados e com pouca ventilação de ar e lavar bem as mãos.

10. Salmonelose

A salmonelose, ou intoxicação alimentar, é uma doença causada pela Salmonella sp., que pode ser adquirida por meio do consumo de alimentos e água, além de contato com animais contaminados pela bactéria. A principal fonte de Salmonella sp. são os animais criados em fazendas, como vacas, porcos e galinhas, principalmente. Assim, os alimentos que podem ser obtidos desses animais, como carnes, ovos e leite, correspondem à principal fonte de infecção de salmonelose.

Principais sintomas: Os sintomas da infecção por Salmonella sp. surgem 8 a 48 horas após o contato com a bactéria, podendo ser observado, vômitos, náuseas, dor abdominal, febre, dor de cabeça, mal-estar e calafrios. Em alguns casos, também pode ser percebido diarreia e presença de sangue nas fezes.

Como tratar: O tratamento da salmonelose normalmente não é feito com o uso de antibióticos, sendo geralmente indicado pelo médico a reposição dos fluidos, para evitar a desidratação, que é muito comum em pessoas mais velhas e crianças, e controle da náusea, vômitos e dor.

Em casos mais graves, quando os sintomas persistem e há suspeita de infecção de corrente sanguínea por essa bactéria, o infectologista pode recomendar o uso de antibióticos, como Fluoroquinolonas ou Azitromicina, por exemplo.

Prevenção: A prevenção do contágio por Salmonella sp., é feita principalmente por meio de medidas de higienização pessoal e do alimento. Ou seja, é importante lavar bem as mãos após o contato com animais e antes e após o preparo dos alimentos, principalmente quando estes estão crus.

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11. Leptospirose

A leptospirose é uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Leptospira, cuja infecção acontece pelo contato direto ou indireto com urina, fezes ou secreções infectadas pela bactéria. Essa doença é mais comum de acontecer em períodos de chuva, uma vez que a urina e excrementos de ratos, cães ou gatos, são espalhados pelo local, facilitando o contágio pela bactéria.

Principais sintomas: Os sintomas de leptospirose normalmente surgem após cerca de 5 a 14 dias após a entrada da bactéria no organismo através de mucosas ou feridas na pele, e pode provocar sintomas como dor de cabeça, dor muscular, febre alta, calafrios, olhos avermelhados e náuseas Em alguns casos, a bactéria pode atingir a corrente sanguínea e se espalhar para outros tecidos, incluindo o cérebro, causando sintomas mais graves, como dificuldade para respirar e tosse com sangue.

Além disso, devido à persistência da bactéria do organismo, pode haver insuficiência e, consequentemente, falência renal, o que pode colocar a vida da pessoa em risco.

Como tratar: A principal forma de tratamento é por meio de antibióticos, que devem ser indicados assim que os sintomas surgirem. Normalmente o infectologista recomenda o uso de Amoxicilina por 7 a 10 dias e, no caso de pacientes alérgicos a esse antibiótico, é recomendado Eritromicina. Além disso, dependendo da gravidade dos sintomas, é preciso que haja monitoramento da função dos rins, podendo ser necessária a realização de diálise.

Apesar de não ser uma doença transmissível de pessoa para pessoa, é recomendado que a pessoa diagnosticada com Leptospirose fique de repouso e beba bastante água para que a recuperação seja mais rápida.

Prevenção: Para evitar a leptospirose, é recomendado evitar locais potencialmente contaminados, como lama, rios, água parada e lugares alagados, por exemplo. Além disso, no caso de alagamento da casa, por exemplo, é recomendado lavar todos os móveis e chão com água sanitária ou cloro.

É importante, também, evitar acumular lixo em casa e evitar acumular água, pois assim, além de evitar a leptospirose, evita-se outras doenças, como a dengue e a malária, por exemplo. Conheça outras formas de prevenção da leptospirose.

12. Cólera

A cólera é uma doença infecciosa causada pela bactéria Vibrio cholerae que produz toxinas que provocam a inflamação das células intestinais, resultando nos sintomas típicos da doença. Esse tipo de doença é mais comum em locais que não possuem água encanada, saneamento básico ou coleta de lixo, o que favorece a proliferação de agentes infecciosos. Conheça mais sobre a cólera.

Principais sintomas: Os sintomas de cólera podem demorar até 5 dias após o contato ou consumo de água ou alimentos contaminados, sendo principalmente observada diarreia intensa, fezes líquidas e esbranquiçadas, náuseas constantes, desidratação, cansaço excessivo, fraqueza e alterações dos batimentos cardíacos.

Como tratar: Normalmente não é necessário tratamento específico para a cólera, sendo apenas recomendado que a pessoa beba bastante líquidos ou soro caseiro para prevenir a desidratação grave, além de também ser indicado que se tenha uma alimentação leve e de fácil digestão.

Nos casos mais graves, principalmente quando é verificada a presença de sangue nas fezes ou na urina, pode ser indicado pelo médico o uso de antibióticos para combater a bactéria e as toxinas.

Prevenção: Para prevenir a cólera, é importante cozinhar bem os alimentos, beber água filtrada e lavar as mãos antes de manipular os alimentos e após ir ao banheiro. Além disso, há também uma vacina para cólera, que é recomendada para pessoas que moram ou irão viajar para lugares com alto risco de infecção pela bactéria responsável pela doença. Saiba mais sobre a vacina para a cólera.

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