Transtorno bipolar: o que é, sintomas e tratamento

Atualizado em março 2024
Evidência científica

Transtorno bipolar é uma alteração mental grave em que a pessoa apresenta oscilações de humor que podem variar desde depressão, em que há profunda tristeza, até mania, em que há euforia extrema, ou hipomania, que é uma versão mais leve da mania.

Este transtorno, também chamado de doença bipolar ou doença maníaco-depressiva, afeta tanto homens como mulheres e pode começar no final da adolescência ou no início da idade adulta, precisando de tratamento para toda a vida.

É importante lembrar que nem toda mudança de humor significa que existe um transtorno bipolar. Para que a doença seja identificada, é necessário fazer uma avaliação com o psiquiatra ou psicólogo, para detectar como a pessoa vivencia as fases e como interferem no seu dia a dia.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas

Os sintomas de transtorno bipolar dependem da fase de humor que a pessoa apresenta, e podem variar entre episódio maníaco, depressivo ou ambos:

Sintomas de episódio maníaco

  • Agitação, euforia e irritabilidade;
  • Falta de concentração;
  • Crença irrealista em suas habilidades;
  • Comportamento incomum;
  • Tendência ao abuso de drogas;
  • Fala muito rápida;
  • Falta de sono;
  • Negação de que algo está errado;
  • Aumento do desejo sexual;
  • Comportamento agressivo.

Sintomas de episódio depressivo

  • Mau humor, tristeza, ansiedade e pessimismo;
  • Sentimentos de culpa, inutilidade e desamparo;
  • Perda de interesse por coisas que se gostava;
  • Sensação de fadiga constante;
  • Dificuldade de concentração;
  • Irritabilidade e agitação;
  • Sono excessivo ou falta de sono;
  • Alterações no apetite e peso;
  • Dor crônica;
  • Pensamentos de suicídio e morte.

Estes sintomas podem estar presentes durante semanas, meses ou anos e podem se manifestar durante todo o dia, todos os dias. Veja outros sintomas do episódio depressivo do transtorno bipolar.

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Teste online de transtorno bipolar

Se acha que pode estar sofrendo com transtorno bipolar, responda às seguintes questões tendo por base os últimos 15 dias:

  1. 1. Você se sentiu muito animado, nervoso ou estressado?
  2. 2. Você se sentiu extremamente preocupado com alguma coisa?
  3. 3. Existiram momentos em que você se sentiu muito irritado?
  4. 4. Teve dificuldade para conseguir relaxar?
  5. 5. Você se sentiu com pouca energia?
  6. 6. Sente que perdeu o interesse por coisas que antes gostava?
  7. 7. Você perdeu a confiança em si mesmo?
  8. 8. Sente que perdeu verdadeiramente a esperança?

Tipos de transtorno bipolar

Existem 3 tipos de transtorno bipolar, que se diferenciam pelos tipos de sintomas apresentados e pelo tempo que duram, devendo ser avaliados por um psicólogo ou psiquiatra:

1. Transtorno bipolar tipo 1

Este tipo de transtorno bipolar é caracterizado principalmente por períodos de mania, em que a pessoa apresenta um humor excessivamente feliz, com extrema euforia, sensação de energia, agitação, delírios de grandeza e pouca necessidade de dormir. Também pode haver irritabilidade, agressividade ou delírios paranoicos, por isso pode ser confundido com esquizofrenia.

Para identificar um episódio de mania, pelo menos 3 ou 4 dos sintomas devem durar pelo menos 1 semana. Esses sintomas normalmente causam muitos problemas para a pessoa, visto que interferem em seus relacionamentos e em seu dia a dia, sendo a principal causa de internamento em pessoas com este transtorno. Entenda melhor o que é a mania bipolar.

Embora os episódio de mania sejam mais frequentes, a pessoa também tende a apresentar episódios alternados de depressão.

2. Transtorno bipolar tipo 2

Esse tipo de bipolaridade é caracterizado por episódios depressivos e hipomaníacos, porém, são mais leves e não interferem totalmente no dia a dia da pessoa. Geralmente a pessoa apresenta maior sociabilidade, impulsividade, menor necessidade de sono, maior capacidade de iniciativa, energia para as atividades e impaciência.

Quando surgem episódios alternados de depressão e hipomania, sem mania, a doença é classificada como transtorno bipolar tipo 2.

3. Transtorno ciclotímico

Este tipo é caracterizado por sintomas hipomaníacos e depressivos persistentes, que podem ser uma forma leve de transtorno bipolar. Esses sintomas duram mais e podem persistir por pelo menos 2 anos. Devido aos sintomas serem muito semelhantes com depressão,muitas pessoas acabam sendo tratadas para depressão em vez de transtorno bipolar.

Como é feito o tratamento

O transtorno bipolar não tem cura, mas pode ser controlado com vários tipos de tratamento, como psicoterapia, uso de remédios prescritos pelo psiquiatra, ou ainda complementado com alguns métodos naturais.

As principais formas de tratamento incluem:

1. Uso de remédios

Para o sucesso do tratamento do transtorno bipolar, os medicamentos e as doses devem ser sempre orientados por um psiquiatra, e estar sob constante supervisão médica. Os principais tipos de remédios que podem ser indicados são:

  • Estabilizadores do humor: controlam episódios maníacos, como lítio, ácido valproico ou carbamazepina;
  • Antipsicóticos, como olanzapina, risperidona, quetiapina ou aripiprazol: são usados ​​se os sintomas de depressão e mania persistirem;
  • Antidepressivos: ajudam a controlar a depressão, como a fluoxetina, que deve ser associada a um antipsicótico para evitar episódios de mania;
  • Ansiolíticos: ajudam a reduzir a ansiedade e a melhorar o sono, como os benzodiazepínicos.

O uso de medicamentos pode ser associado a sessões de psicoterapia, tornando o tratamento mais eficaz.

2. Sessões de psicoterapia

A psicoterapia é muito importante no tratamento da bipolaridade e pode ser feita individualmente, em família ou em grupos.

Existem várias modalidades, como a terapia rítmica interpessoal e social, que consiste em estabelecer uma rotina diária de sono, alimentação e exercícios, com o objetivo de reduzir as oscilações de humor, ou a terapia psicodinâmica, que busca significado e função simbólica de comportamentos característicos da doença, para que tomem consciência e possam ser prevenidos.

Outro exemplo de psicoterapia é a terapia cognitivo-comportamental, que ajuda a identificar e substituir sentimentos e comportamentos prejudiciais à saúde por outros positivos, além de desenvolver estratégias que ajudam a reduzir o estresse e lidar com situações desagradáveis. Além disso, encorajar a família a aprender sobre o transtorno bipolar pode ajudá-la a lidar melhor com a situação, bem como identificar problemas ou prevenir novas crises.

3. Fototerapia

Outra forma menos comum de tratar episódios maníacos é por meio da fototerapia, que é uma terapia especial que usa várias luzes coloridas para influenciar o humor da pessoa. Esta terapia é especialmente indicada em casos de depressão leve.

4. Métodos naturais

O tratamento natural para o transtorno bipolar é complementar, mas não um substituto do tratamento médico, e visa evitar o estresse e a ansiedade, fazendo com que a pessoa se sinta mais equilibrada, evitando novas crises.

Desta forma, as pessoas com transtorno bipolar devem praticar exercícios regulares como ioga, pilates ou fazer caminhadas relaxantes e ter uma atividade de lazer, como assistir filmes, ler, pintar, fazer jardinagem ou ter uma alimentação saudável, evitando o consumo de produtos industrializados.

Além disso, também pode ajudar a consumir bebidas com propriedades calmantes, como o chá de Erva de São João e passiflora, camomila ou erva-cidreira, por exemplo, ou realizar massagens relaxantes com alguma frequência para diminuir a tensão.

Como prevenir as crises

Para que a pessoa com transtorno bipolar viva controlando sua doença sem apresentar sintomas, deve tomar os medicamentos regularmente, no horário e na dose prescrita pelo médico, além de evitar o consumo de bebidas alcoólicas e drogas.

As complicações do transtorno bipolar surgem quando o tratamento não é realizado adequadamente e incluem depressão profunda, que pode resultar em tentativa de suicídio, ou alegria excessiva que pode levar a decisões impulsivas e a gastar todo o dinheiro, por exemplo. Nestes casos, pode ser necessário internar a pessoa para estabilizar a crise de humor e controlar a doença.