Como é feito o tratamento para epilepsia

Atualizado em abril 2022

O tratamento para epilepsia é feito com o objetivo de diminuir a frequência e a intensidade das crises epiléticas, uma vez que não existe uma cura para esta doença. Assim, pode ser recomendado pelo neurologista o uso de medicamentos, eletroestimulação e até com cirurgia ao cérebro, de acordo com a intensidade das crises de cada pessoa.

Além destas técnicas comprovadas, existem ainda alguns métodos que estão sendo experimentados, como o canabidiol, que é uma substância extraída da maconha e que poderá ajudar a regular os impulsos elétricos cerebrais, diminuindo as chances de ter uma crise.

Imagem ilustrativa número 1

1. Medicamentos

O uso de remédios anticonvulsivantes, geralmente, é a primeira opção de tratamento, uma vez que muitos pacientes deixam de ter crises frequentes apenas com a ingestão diária de um destes medicamentos.

Alguns exemplos incluem:

  • Fenobarbital;
  • Ácido valproico;
  • Fenitoína;
  • Clonazepam;
  • Lamotrigina;
  • Gabapentina
  • Valproato semisódico;
  • Carbamazepina;

No entanto, o medicamento e a dose correta podem ser difíceis de encontrar e, por isso, é preciso ir registrando o surgimento de novas crises, para que o médico seja capaz de avaliar o efeito do remédio ao longo do tempo, alterando-o se achar necessário.

Embora possuam bons resultados, o uso contínuo destes medicamentos pode causar alguns efeitos colaterais como cansaço, perda de densidade óssea, problemas de fala, alteração da memória e, até, depressão. Dessa forma, quando existem poucas crises durante 2 anos, o médico pode interromper o uso do medicamento.

2. Estimulação do nervo vago

Esta técnica pode ser utilizada como um substituto do tratamento medicamentoso, mas também pode ser feita como complemento do uso de remédios, quando a redução das crises ainda não é suficiente.

Neste método de tratamento, um pequeno aparelho, semelhante a um marcapasso, é colocado por baixo da pele, na região do peito, e fio são colocados até ao nervo vago que passa pelo pescoço.

A corrente elétrica que passa pelo nervo pode ajudar a aliviar até 40% a intensidades das crises de epilepsia, mas também pode provocar alguns efeitos colaterais como dor de garganta ou sensação de falta de ar, por exemplo.

3. Dieta cetogênica

Esta dieta é muito utilizada no tratamento da epilepsia em crianças, pois aumenta a quantidade de gorduras e reduz os carboidratos, fazendo com que o corpo utilize a gordura como fonte de energia. Ao fazer isso, o corpo não precisa transportar glicose pela barreira cerebral, o que diminui o risco de ter uma crise de epilepsia.

Nestes casos, é muito importante ter acompanhamento regular de um nutricionista ou médico, para garantir que as quantidades de nutrientes estão sendo bem respeitadas. Após dois anos sem crises, o médico pode ir retirando lentamente as restrições alimentares da crianças, porque, em muitos casos, as crises desaparecem completamente.

Entenda como deve ser feita a dieta cetogênica.

4. Cirurgia cerebral

A cirurgia normalmente só é feita quando nenhuma outra técnica de tratamento foi suficiente para diminuir a frequência ou a intensidade das crises. Neste tipo de cirurgia, o neurocirurgião pode:

  • Retirar a parte afetada do cérebro: desde que seja uma parte pequena e que não afete o funcionamento global do cérebro;
  • Fazer implantação de eletrodos no cérebro: ajudam a regular os impulsos elétricos, especialmente após o início de uma crise.

Embora na maioria das vezes seja necessário manter o uso de medicamentos após a cirurgia, as doses normalmente podem ser diminuídas, o que também reduz as chances de sofrer com efeitos colaterais.

Como é feito o tratamento na gravidez

O tratamento para epilepsia na gravidez com medicamentos deve ser evitado, pois os anticonvulsivantes podem provocar alterações no desenvolvimento do bebê e malformações.

As mulheres que têm crises de epilepsia regulares e necessitam de medicação para as controlar devem aconselhar-se com o seu médico neurologista e alterar a medicação para remédios que não tenham tantos efeitos colaterais no bebê. Devem também tomar 5 mg de ácido fólico antes e durante a gestação e a vitamina K deve ser administrada no último mês da gravidez.

Uma forma de controlar as crises convulsivas na gravidez é evitar os fatores que causem epilepsia na mulher e utilizar técnicas de relaxamento para evitar o estresse.

Vídeos relacionados