Toxocaríase: o que é, sintomas, tratamento e como evitar

Atualizado em março 2023

A toxocaríase é uma infecção pelo parasita Toxocara sp., que pode habitar o intestino delgado de gatos e cachorros e chegar no organismo humano por meio do contato com fezes de cães e gatos infectados.

Quando se entra em contato acidentalmente com o Toxocara sp., as larvas conseguem se dirigir para vários locais do corpo, causando sintomas como dor abdominal, febre, diminuição da visão e dor no olho, por exemplo.

A toxocaríase humana é mais comum em crianças que brincam no chão, na terra ou na areia, mas também pode acontecer em adultos que tiveram contato com o mesmo ambiente. O tratamento varia de acordo com os sintomas apresentados, podendo ser recomendado o uso de antiparasitários ou uso de colírios com corticoides, no caso da toxocaríase ocular.

Imagem ilustrativa número 2
Larva de Toxocara canis

Tipos de toxocaríase

De acordo com o local em que as larvas do parasita permanecem e se desenvolvem, a toxocaríase pode ser classificada em dois tipos principais:

  • Toxocaríase visceral, em que o parasita migra para as vísceras, onde pode atingir a vida adulta e resulta em sintomatologia diversa;
  • Toxocaríase ocular, em que o parasita migra para o globo ocular.

É importante que o tipo de toxocaríase seja identificado para que o tratamento mais adequado seja iniciado.

Principais sintomas

Os principais sintomas de toxocaríase são:

  • Febre acima de 38ºC;
  • Tosse persistente;
  • Chiado e dificuldade para respirar;
  • Dor abdominal;
  • Aumento do fígado, também chamado de hepatomegalia;
  • Hipereosinofilia, que corresponde ao aumento na quantidade de eosinófilos no sangue;
  • Manifestações cutâneas, como prurido, eczema e vasculite.

Já no caso da toxocaríase ocular, os sintomas surgem quando as larvas atingem o globo ocular, havendo vermelhidão do olho, dor ou coceira no olho, manchas brancas na pupila, fotofobia, visão turva e diminuição da visão, por exemplo.

Além disso, o surgimento dos sintomas também podem variar de acordo com a quantidade de parasitas no organismo e sistema imunológico da pessoa. Assim, quando existem suspeitas de infecção por toxocaríase é recomendado consultar o clínico geral, no caso do adulto, ou o pediatra, no caso da criança, para que seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da toxocaríase humana é difícil, pois normalmente só é confirmado depois da identificação da larva por meio da biópsia do tecido, já que esse parasita normalmente não é encontrado nas fezes.

No entanto, é possível detectar a presença de anticorpos contra o parasita na corrente sanguínea do paciente por meio de exames imunológicos e sorológicos, podendo ser muito útil no diagnóstico.

Transmissão da toxocaríase

A toxocaríase humana é transmitida por meio do consumo ou contato acidental de ovos infectantes de Toxocara sp., que podem estar presentes na areia, terra e chão, por exemplo. As larvas presentes nesses ovos se desenvolvem no intestino das pessoas e dirigem-se para diversos tecidos, causando os sintomas.

Como é feito o tratamento 

O tratamento para toxocaríase humana deve ser orientado pelo clínico geral ou por um pediatra, e depende dos sintomas apresentados pela pessoa. No caso da toxocaríase visceral, o tratamento indicado pelo médico é com antiparasitários, como Albendazol, Tiabendazol ou Mebendazol 2 vezes por dia durante 5 dias ou de acordo com a recomendação médica. 

Já no caso da toxocaríase ocular, o resultado do tratamento com antiparasitários ainda não é muito bem comprovado, sendo mais recomendado que o oftalmologista indique o uso de colírios com corticoides para tratar os sintomas e evitar a progressão da doença levando ao desenvolvimento de lesões permanentes no olho.

Como evitar a toxocaríase

Para evitar a infecção pelo Toxocara sp., é recomendado que os animais domésticos sejam levados periodicamente ao veterinário para que seja tratado contra as parasitoses e ter cuidado quanto à eliminação das fezes dos animais e o ambiente que ele frequenta.

É recomendado lavar bem as mãos após estar em contato com animais domésticos, evitar que as crianças brinquem em locais onde existam animais domésticos e lavar bem o local bem que o animal habita, pelo menos 1 vez por semana.