Tonturas na gravidez: 7 causas comuns (e o que fazer)

Atualizado em setembro 2023

A tontura na gravidez é um sintoma relativamente comum no início da gestação devido às alterações hormonais normais e aumento fluxo sanguíneo no corpo da mulher, para criar um ambiente saudável para o desenvolvimento do bebê, podendo causa pressão baixa. No entanto, a tontura também pode surgir devido a desidratação, hipoglicemia ou anemia, por exemplo.

Assim que surgir a tontura, a gestante deve se sentar para evitar o risco de cair e se ferir, respirar fundo e tentar relaxar. Caso esteja em um ambiente com muitas pessoas, é importante ir para um local um pouco mais calmo e onde possa tomar um pouco de ar.

Além disso, é importante fazer as consultas pré-natais para avaliar o estado de saúde da mulher e do bebê, e consultar o obstetra se a tontura for muito frequente ou quando aparecem outros sintomas, como visão embaçada, dor de cabeça ou palpitações, para identificar sua causa e iniciar o tratamento mais adequado.

Imagem ilustrativa número 1

Principais causas

As principais causas da tontura na gravidez são:

1. Alterações hormonais

A tontura pode surgir nas primeiras semanas da gestação, devido às alterações hormonais normais, como aumento da produção do hormônio beta-HCG, além de outros hormônios como progesterona e estrogênio, que ajudam a aumentar o fluxo sanguíneo no corpo da mulher e permitem criar condições para o bebê se desenvolver dentro do útero.

Isto pode fazer com que a pressão fique mais baixa, podendo causar tontura, especialmente após se levantar muito rápido.

O que fazer: levantar-se lentamente após deitar ou sentar por mais de 15 minutos, e evitar longos períodos em pé, podem ajudar a melhorar a tontura. No entanto, se a tontura não melhorar, ficar mais intensa ou se surgirem sintomas de dor abdominal ou sangramento vaginal, deve-se entrar em contato com o médico imediatamente. 

2. Hiperemese gravídica

A hiperemese gravídica é uma forma grave de vômitos durante a gravidez, em que a mulher vomita várias vezes ao ao longo do dia, durante semanas, causando tontura, náuseas que não melhoram, dor de estômago, vômitos frequentes, fadiga ou perda do apetite, podendo levar ao comprometimento do estado nutricional ou desidratação.

Essa condição é mais comum em mulheres que têm histórico familiar de hiperemese gravídica ou gravidez gemelar, por exemplo.

O que fazer: a hiperemese gravídica deve ser tratada pelo obstetra, com remédios para diminuir os vômitos, como a metoclopramida, por exemplo. Além disso, nos casos graves, pode ser necessário internamento hospitalar para receber soro na veia e remédios antieméticos. Veja como é feito o tratamento da hiperemese gravídica.  

3. Gravidez ectópica

A gravidez ectópica, também chamada de gravidez tubária, ocorre quando o embrião se desenvolve fora do útero, sendo mais comum nas trompas de Falópio, também chamadas de tubas uterinas, podendo causar cólica intensa em apenas um lado da barriga e que piora com o movimento.

A cólica causada pela gravidez tubária geralmente é acompanhada de outros sintomas como tontura, sangramento vaginal, dor durante o contato íntimo, náuseas, vômitos ou desmaios.

O que fazer: no caso da presença de sintomas de gravidez tubária deve-se procurar o pronto socorro mais próximo imediatamente para que sejam feitos exames, confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento mais adequado, que geralmente é feito a partir de uma cirurgia para retirada do embrião. Saiba como é feito o tratamento da gravidez ectópica.

4. Desidratação

A desidratação pode surgir em qualquer fase da gravidez, por não beber água suficiente durante o dia, ou devido a dias com temperaturas muito altas que aumentam a eliminação de água e sais minerais pelo organismo através do suor, levando ao surgimento de sintomas como tontura, sede excessiva, boca seca, dor de cabeça intensa e cansaço.

Além disso, a desidratação também pode surgir devido a enjoo matinal, hiperemese gravídica, diarreia ou até insuficiência renal.

O que fazer: usar roupas largas para aliviar o desconforto causado pelo calor excessivo e diminuir a produção de suor, e manter-se hidratada ingerindo cerca de 8 a 10 copos de água por dia, pois assim é possível evitar a desidratação. Nos casos mais graves de desidratação, pode ser necessário internamento hospitalar para receber soro na veia e outras medicações.

5. Hipoglicemia

A hipoglicemia é uma diminuição acentuada da glicose, resultando em sintomas como tontura, tremor, fraqueza, suor frio, pele pálida, visão embaçada, palpitação cardíaca, dor no peito, ansiedade, confusão mental, dificuldade para falar ou sonolência, por exemplo. Saiba identificar todos os sintomas de hipoglicemia.  

Essa diminuição acentuada dos níveis de açúcar no sangue pode ocorrer por ficar muito tempo sem comer, praticar atividades físicas excessivamente e sem orientação médica, ou devido à diabetes e uso de remédios antidiabéticos na gravidez.

O que fazer: comer em pequenas quantidades em intervalos menores de 2 a 3 horas, podem ajudar a prevenir a hipoglicemia. No entanto, caso surjam os sintomas, deve-se ingerir cerca de 15 g de carboidrato, para que seja absorvido de forma mais rápida, como por exemplo suco de laranja natural ou refrigerante à base de cola ou guaraná ou comer doces ou chocolates, por exemplo.

Além disso, é importante que o obstetra seja consultado para que possa ser avaliada a quantidade de açúcar no sangue e o risco para a mãe e para o bebê, e fazer o tratamento para diabetes corretamente, conforme orientado pelo médico, para evitar episódios de hipoglicemia. Veja como é feito o tratamento da diabetes na gravidez.

6. Alimentação pobre em ferro

A tontura na gravidez também pode surgir devido a uma alimentação pobre em ferro e ácido fólico, o que pode causar anemia ferropriva, caracterizada por uma diminuição da produção de glóbulos vermelhos no sangue, também conhecidos como hemácias, que são responsáveis por levar oxigênio para os tecidos do corpo e para o bebê.

A anemia ferropriva pode ocorrer em qualquer fase da gestação, podendo levar ao surgimento de outros sintomas como cansaço excessivo, palidez ou falta de ar, sendo detectada através de exames pré-natais para medir a quantidade de ferro no sangue.

O que fazer: o tratamento da anemia ferropriva deve ser feito de acordo com a orientação do obstetra e, normalmente, inclui o uso de suplementos de ferro e ácido fólico , além do consumo de alimentos ricos em ferro como lentilha, salsa, feijão e carnes vermelhas, por exemplo. Veja como fazer uma alimentação rica em ferro.

7. Pressão do útero sobre os vasos sanguíneos

A tontura na gravidez também pode surgir no segundo ou terceiro trimestre da gravidez, devido à pressão do útero sobre os vasos sanguíneos, especialmente quando a mulher deita de costas.

Isto ocorre porque o peso do bebê sobre a veia cava, pode dificultar o retorno de sangue das pernas para o coração, levando ao surgimento de tontura.

O que fazer: uma boa opção para evitar a tontura, é deitar-se de lado virada para o lado esquerdo, ou deitar na cama e colocar um travesseiro alto por baixo das pernas, por exemplo, pois evita a pressão do útero sobre os vasos sanguíneos e facilita o retorno do sangue ao coração. No entanto, se a tontura não melhorar, é importante consultar o obstetra, para avaliar se existe outra causa e, assim, ser orientado o melhor tratamento.

Quando ir ao médico

É importante consultar o obstetra quando a tontura é frequente ou está associada a outros sintomas, como:

  • Visão embaçada;
  • Dor de cabeça;
  • Palpitações;
  • Suor frio;
  • Palidez;
  • Cansaço excessivo;
  • Tremor;
  • Falta de ar;
  • Dor no peito;
  • Náuseas e vômitos,
  • Cólicas intensas;
  • Inchaço no corpo;
  • Sangramento vaginal;
  • Sonolência.

Além disso, se a tontura surgir de repente ou for grave, deve-se procurar o hospital ou o pronto socorro mais próximo imediatamente, para que o obstetra possa identificar a causa e iniciar o tratamento mais adequado.

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