Como é a recuperação após a substituição da válvula aórtica

Atualizado em setembro 2019

A recuperação da cirurgia de substituição da válvula aórtica é demorada, sendo necessário repousar e alimentar-se adequadamente para ajudar no processo de cicatrização.

Em média, a pessoa fica internada cerca de 7 dias, sendo que, depois disso, deve seguir os cuidados em casa de acordo com orientação médica. Durante o primeiro mês após a cirurgia, é importante não dirigir e não fazer atividades pesadas, que podem incluir atividades simples como cozinhar ou varrer a casa, por exemplo, de forma a evitar que surjam complicações. 

Imagem ilustrativa número 1

O que acontece nos primeiros dias após a cirurgia

Logo após a cirurgia, o paciente é levado para a UTI, onde normalmente fica por um ou dois dias para ser acompanhado de perto e evitar complicações. Se tudo estiver bem, a pessoa é transferido para a enfermaria, onde permanecerá até que tenha alta hospitalar. Em geral, o paciente vai para casa cerca de 7 a 12 dias depois da cirurgia, e o tempo total de recuperação depende de fatores como a idade, os cuidados durante a recuperação e o estado de saúde antes da cirurgia.

Ainda durante o internamento, é necessário fazer fisioterapia, para recuperar a capacidade pulmonar, melhorando a respiração, e para o fortalecer e recuperar o corpo após a cirurgia, permitindo que a pessoa retome as atividades normais do cotidiano. A fisioterapia também pode ser realizada após a alta hospitalar, com duração variada, de acordo com a orientação médica e a recuperação do paciente. Veja 5 exercícios para respirar melhor depois da cirurgia.

Cuidados a ter em casa

Quando a pessoa vai para casa, é importante fazer uma alimentação adequada e fazer os exercícios recomendados pelo médico.

Como se alimentar

A falta de apetite é comum após a cirurgia, mas é importante que a pessoa se esforce para comer um pouco a cada refeição, dando ao corpo os nutrientes necessários para uma melhor recuperação.

Após a cirurgia, a dieta deve basear-se em uma alimentação saudável, com alimentos ricos em fibras, frutas, verduras e cereais integrais, como aveia e linhaça, por exemplo. Além disso, deve-se evitar o consumo de alimentos gordurosos, como bacon, linguiça, frituras, produtos industrializados, biscoitos e refrigerantes, pois esse tipo de alimentos pode aumentar a inflamação.

A prisão de ventre também é comum, pois ficar sempre deitado e parado faz com que o intestino fique lento. Para melhorar esse sintoma, deve-se ingerir muitas frutas, legumes e cereais integrais ao longo do dia, e beber bastante água. A água ajuda a hidratar o corpo e a formar as fezes, favorecendo o trânsito intestinal. Quando não é possível resolver a prisão de ventre com a alimentação, o médico pode também prescrever um laxante.  Saiba mais sobre a alimentação na prisão de ventre.

Que atividades fazer

Em casa, deve-se seguir as orientações médicas de repouso e descanso. Após as duas primeiras semanas, a pessoa já deve conseguir levantar-se e caminhar melhor, mas ainda deve evitar fazer esforços, como pegar pesos ou caminhar por mais de 20 minutos sem parar.

Também é comum sofrer de insônia no regresso a casa, mas manter-se acordado durante o dia e tomar um analgésico antes de dormir pode ajudar. A insônia tende a melhorar com o passar dos dias, com o regresso à rotina.

Outras atividades como dirigir e voltar ao trabalho, devem ser liberadas pelo cirurgião. Em média, a pessoa pode voltar a dirigir após cerca de 5 semanas, e voltar a trabalhar até cerca de 3 meses, podendo demorar mais quando a pessoa faz algum trabalho manual pesado.

Quando procurar o médico

Após a cirurgia, a pessoa deve procurar o médico quando houver:

  • Aumento da dor ao redor do local da cirurgia;
  • Aumento da vermelhidão ou inchaço no local da cirurgia;
  • Presença de pus;
  • Febre superior a 38°C.

Outros problemas como insônia, desânimo ou depressão devem ser relatados ao médico nas consultas de retorno, principalmente se a pessoa perceber que se prolongam no tempo.

Após a recuperação total, a pessoa pode ter uma vida normal em todas as atividades, devendo sempre manter o acompanhamento com o cardiologista. Dependendo da idade e do tipo de válvula utilizada na cirurgia, pode ser necessária uma nova cirurgia de substituição da válvula aórtica após 10 a 15 anos.