Doença de Paget: o que é, sintomas e tratamento

Atualizado em setembro 2020

A doença de Paget, também conhecida como osteíte deformante, é uma doença óssea metabólica, de origem desconhecida que costuma afetar especialmente a região pélvica, fêmur, tíbia, vértebras da coluna, clavícula e úmero. Essa doença é caracterizada pela destruição do tecido ósseo, que volta a formar-se a seguir mas com deformidades. O novo osso que se forma é estruturalmente maior porém mais fraco e com muita calcificação.

Geralmente surge após os 60 anos de idade, embora a partir dos 40 já existam casos documentados. É de manifestação benigna e a maioria dos doentes não apresenta sintomas durante muito tempo, e como ocorre na maioria das vezes em idades avançadas os sintomas confundem-se muitas vezes com outras doenças como artrite ou artrose que surge devido à idade.

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Sintomas da doença de Paget

A maior parte das pessoas que possuem a doença de Paget não apresentam qualquer sinal ou sintoma de alteração, descobrindo a doença durante a realização de exames de imagem para investigar outra condição. Por outro lado, algumas pessoas podem desenvolver sintomas, sendo o mais comum a dor nos ossos no período da noite.

A doença pode ser identificada a partir dos 40 anos, sendo mais frequente após os 60 anos, e os sintomas estão mais relacionados com as complicações que podem acontecer, sendo os principais:

  • Dor nos ossos, principalmente nas pernas;
  • Deformidade e dor nas articulações;
  • Deformação nas pernas, deixando-as arqueadas;
  • Fraturas ósseas frequentes;
  • Aumento da curvatura da coluna, deixando a pessoa "corcunda";
  • Osteoporose;
  • Pernas arqueadas;
  • Surdez causada pelo aumento dos ossos do crânio.

Apesar das causas ainda não serem totalmente conhecidas, sabe-se que a doença de Paget pode estar relacionada a uma infecção viral latente, isso porque já foram encontrados, em alguns casos, vírus nos ossos afetados. Além disso, sabe-se também que a doença de Paget pode também estar relacionado com fatores genéticos e, por isso, pessoas da mesma família têm maior probabilidade de desenvolver a doença.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da doença de Paget deve ser feito pelo ortopedista inicialmente por meio da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa. No entanto, para confirmar o diagnóstico é necessário realizar alguns exames de imagem, como raio-X e cintilografia óssea, além de exames de laboratório, como dosagem de cálcio fósforo e fosfatase alcalina no sangue. Na doença de Paget, é possível observar que os valores de cálcio e potássio estão normais e a fosfatase alcalina geralmente é elevada.

Em alguns casos, o médico pode também indicar a realização da ressonância magnética, com objetivo de identificar a possibilidade de sarcoma, tumor de células gigantes e metástases, ou tomografia para verificar a possibilidade de fratura.

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Tratamento para a doença de Paget

O tratamento para doença de Paget deve ser orientado pelo ortopedista de acordo com a gravidade dos sintomas, podendo ser indicado, em alguns casos, o uso de analgésicos ou anti-inflamatórios para aliviar a dor, além de também poder ser recomendado o uso de moduladores da atividade óssea nos casos em que a doença está mais ativa.

Além dos medicamentos, é importante fazer fisioterapia para controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Já a cirurgia é o tratamento mais adequado em casos de compressão dos nervos ou para substituição uma articulação danificada.

1. Fisioterapia

A fisioterapia deve ser orientada pessoalmente por um fisioterapeuta e deve ser individualizada porque cada pessoa deve ter o seu tratamento adequado às suas necessidades, podendo ser indicada a realização de exercícios de alongamento e fortalecimento muscular, o que pode ser feito com uso de aparelhos como ondas curtas, infravermelho, ultrassom e TENS. Assim, por meio desses exercícios é possível evitar possíveis quedas e fraturas, uma vez que o equilíbrio também é estimulado.

Além disso, o fisioterapeuta pode também indicar a realização de exercícios físicos, além das sessões de fisioterapia, e o uso de muletas ou andadores para facilitar a caminhada e diminuir o risco de quedas, em alguns casos.

Preferencialmente as sessões devem ser realizadas diariamente ou pelo menos 3 vezes por semana para melhorar o condicionamento cardiovascular, promover a independência e melhorar a qualidade de vida. Apesar da fisioterapia não ser capaz de curar a doença de Paget, é muito importante para diminuir a complicações motoras impostas pelo avanço da doença.

2. Alimentação

O nutricionista poderá indicar o consumo de alimentos ricos em cálcio e vitamina D para melhorar a saúde óssea, como leite, queijos, iogurte, peixes, ovos e mariscos. Esses alimentos devem ser consumidos diariamente, devendo-se escolher de preferência produtos lácteos desnatados, para evitar o excesso de gordura na alimentação.

Para aumentar a produção de vitamina D no corpo é importante tomar banho de sol pelo menos 20 minutos todos os dias, sem usar protetor solar, pois esta vitamina é produzida na pele. Além disso, praticar atividade física regularmente ajuda a aumentar a absorção de cálcio no intestino e a sua fixação nos ossos, contribuindo para combater a doença.

Veja no vídeo a seguir mais dicas para tornar os ossos mais fortes e evitar os sinais e sintomas da doença de Paget:

youtube image - Ossos Fortes Sempre | Tati & Marcelle | Como tratar osteopenia e osteoporose

3. Remédios

Os remédios devem ser indicados pelo médico e podem ser tomados diariamente ou em certos períodos do ano, conforme a necessidade. Alguns indicados são bisfosfonados em forma de comprimido ou injeção como alendronato, pamidronato, risedronato ou ácido zoledrônico, ou medicamentos como a calcitonina, além de comprimidos de carbonato de cálcio associado a colecalciferol.

As pessoas afetadas geralmente são acompanhadas a cada 3 meses para que o médico possa observar se os medicamentos estão fazendo efeito ou se precisam ser trocados. Quando a pessoa encontra-se mais estável o acompanhamento pode ser feito a cada 6 meses ou a cada ano e deve se manter por toda a vida porque a doença não tem cura e pode causar graves deformidades.

4. Cirurgia

Normalmente o tratamento fisioterapêutico bem orientado é capaz de trazer inúmeros benefícios para a pessoa, adiando ou evitando a cirurgia, no entanto, é preciso que o tratamento seja rigorosamente cumprido.

A cirurgia pode ser uma opção quando a fisioterapia não é suficiente para combater os sintomas e as deformidades, quando há compressão de nervos ou quando a pessoa necessita substituir a articulação e se houver degeneração grave que cause intensa dor e bloqueio dos movimentos.

O ortopedista poderá substituir a articulação e após este procedimento é necessário retornar à fisioterapia para prevenir complicações e melhorar a amplitude e a força dos movimentos corporais, facilitando assim o dia a dia da pessoa.

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