Cirurgia de reconstrução mamária: o que é e quando é indicada

Atualizado em outubro 2023

A reconstrução mamária é uma cirurgia plástica estética que serve para reparar ou reconstruir a mama de mulheres mastectomizadas, após o tratamento do câncer de mama ou para preveni-lo, de modo a melhorar a autoestima, confiança e qualidade de vida.

Este tipo cirurgia, também chamada de mamoplastia reparadora ou reconstrutiva, pode ser feita junto com a mastectomia ou algum tempo após, pois depende das condições clínicas da mulher e para sua realização o médico leva em consideração o tamanho, forma e aparência da mama retirada.

A cirurgia de reconstrução mamária é feita pelo cirurgião plástico utilizando diferentes técnicas, como colocação de implantes ou retalhos abdominais, o que varia de acordo com os objetivos da mulher, o tipo de mastectomia realizada e os tratamentos para câncer que foram feitos. Confira os principais tipos de mastectomia.

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Quando é indicada

A cirurgia de reconstrução mamária é indicada para todas as mulheres que desejam reparar ou reconstruir a mama após a mastectomia, restaurando a imagem corporal da mulher e melhorando a auto estima.

Essa cirurgia pode ser feita junto com a mastectomia ou algum tempo após, o que varia de acordo com o estágio do câncer e necessidade de realização da radioterapia, uma vez que a radiação pode atrasar a cicatrização da mama e causar complicações.

Além disso, a decisão de quando fazer a mastectomia deve levar em consideração o desejo da mulher em fazer a reconstrução imediata ou ou tardia, de acordo com suas condições clínicas e estado de saúde geral.

Quando a cirurgia de reconstrução não pode ser feita de imediato, a mulher pode optar por outras técnicas, como o uso de sutiãs com enchimento, até que tenha condições físicas e/ou psicológicas para realizar a mamoplastia reconstrutiva.

A reconstrução mamária é oferecida gratuitamente pelo SUS, porém o tempo de espera pode ser bastante longo, principalmente quando a reconstrução não é feita juntamente com a mastectomia.

Como se preparar

Para se preparar para a reconstrução mamária é importante:

  • Conversar com o cirurgião plástico o melhor momento para realizar a cirurgia, se ao mesmo tempo que a mastectomia ou após o termino do tratamento do câncer, principalmente se tiver necessidade de radioterapia após a retirada da mama;
  • Esclarecer com o médico todas as dúvidas com relação à cirurgia, como expectativas, técnicas que podem ser realizadas, resultados e recuperação;
  • Informar se tem alergias e todos os medicamentos que utiliza, pois em alguns casos, o médico pedir para interromper o uso de medicamentos, especialmente os anticoagulantes alguns dias antes da cirurgia para evitar sangramentos.
  • Fazer jejum absoluto de pelo menos 8 horas antes da cirurgia, conforme orientação médica.

Além disso, antes de fazer a cirurgia de reconstrução mamária, também deve-se fazer todos os exames solicitados pelo médico, como exames de sangue e risco cirúrgico, para avaliar o estado de saúde geral e o risco de complicações. Veja os principais exames do risco cirúrgico.

Para programar a mamoplastia reconstrutiva, o médico deve fazer um exame físico das mama, podendo ser tiradas fotos das mamas, para manter documentado o antes e depois da cirurgia.

Como é feita

A cirurgia de reconstrução mamária é feita pelo cirurgião plástico, no hospital, com anestesia geral, utilizando diferentes técnicas, como colocação de implante ou retalhos de tecido abdominal.

No caso da realização da reconstrução mamária junto com a mastectomia, o médico deve realizar a retirada da mama primeiro e depois fazer a reconstrução, sendo normalmente um tempo maior de cirurgia.

No entanto, quando a mulher já realizou a mastectomia, a reconstrução é feita algum tempo após o término do tratamento do câncer de mama ou quando a mulher se sentir preparada ou desejar a reconstrução da mama.

Após a cirurgia, a mulher deve ficar com um dreno por alguns dia e permanecer em internamento hospitalar por cerca de 1 semana para acompanhamento médico e avaliação da cicatrização.

Cuidados após a reconstrução mamária

Após a reconstrução, normalmente são colocados gazes e fitas nos cortes cirúrgicos, além de ser recomendada a utilização de uma bandagem elástica ou sutiã para diminuir o inchaço e sustentar a mama reconstruída.

Geralmente, também é necessário o uso de um dreno, que deve ser colocado sob a pele, para remover qualquer excesso de sangue ou fluido que pode interferir no processo de cicatrização e favorecer a ocorrência de infecções.

O médico também pode recomendar o uso de alguns medicamentos para diminuir o risco de infecções, além de medidas relacionadas com a higienização do local e acompanhamento médico regular.

Como é a recuperação

A recuperação após a reconstrução mamária pode demorar várias semanas, sendo percebido, de forma progressiva, a diminuição do inchaço e melhora na forma da mama.

A nova mama não tem a mesma sensibilidade que a anterior e também é comum que fiquem cicatrizes relacionadas ao procedimento.

No entanto, existem algumas opções que podem ajudar a disfarças as cicatrizes, como massagem com óleos ou cremes hidratantes ou procedimentos estéticos, que devem ser feitos sob orientação do cirurgião. Veja como é a recuperação e os riscos de cirurgia plástica nos seios.

Tipos de cirurgia de reconstrução mamária

A cirurgia de reconstrução mamária pode ser feita com diferentes técnicas, sendo as principais:

1. Expansor de tecido

O expansor de tecido é uma bolsa ou balão de silicone vazia colocada sob o músculo peitoral ou sob apele, e tem uma válvula que fica sob a pele para o médico insuflar com solução salina e permitir que a pele se expanda ou estique.

Essa expansão do tecido mamário ocorre ao longo de semanas ou meses, para permitir a colocação de um implante futuramente.

Geralmente, o expansor é colocando durante a cirurgia de retirada da mama, podendo ser realizada pela maioria das mulheres que realizam a mastectomia.

No entanto, o uso de expansor é principalmente indicado para mulheres magras que fizeram mastectomia bilateral ou mastectomia em apenas uma mama e a outra mama apresenta pouca ou nenhuma flacidez, de forma a permitir uma melhor simetria das mamas após a cirurgia.

2. Implante de silicone

Essa técnica consiste em colocar um implante de silicone debaixo da pele ou músculo, simulando a forma natural da mama.

O uso de implante de silicone pode ser colocado imediatamente após a mastectomia ou algum tempo após o uso dos expansores, que são retirados antes de colocar o implante.

3. Reconstrução autóloga

Na reconstrução autóloga, é retirado um pedaço de tecido de outras partes do corpo para reconstruir a mama.

Esse pedaço de tecido é chamado retalho, e normalmente é retirado da região abdominal para usar na região das mamas e reconstruir os seios.

No entanto, nos casos de mulheres que já passaram por cirurgias abdominais ou que não têm tecido abdominal suficiente, também podem ser usados retalhos das pernas, costas ou nádegas, por exemplo.

Vantagens e desvantagens do tipo de cirurgia

O tipo de reconstrução mamária nem sempre possa ser escolhido pela mulher, devido ao seu histórico clínico, no entanto, existem alguns casos em que o médico permite fazer essa escolha. Assim, as vantagens e desvantagens de cada método estão resumidas na seguinte tabela:

Tipo de cirurgia Vantagens Desvantagens
Reconstrução com implante

Cirurgia mais rápida e fácil;

Recuperação mais rápida e menos dolorosa;

Melhores resultados estéticos;

Menores chances de cicatrizes;

Maior risco de problemas como deslocamento do implante;

Necessidade de fazer nova cirurgia para trocar o implante após 10 ou 20 anos;

Seios com aparência menos natural.

Reconstrução com retalho

Resultados permanentes, sem necessidade de fazer novas cirurgias no futuro;

Menor risco de problemas ao longo do tempo;

Seios com aparência mais natural.

Cirurgia mais complexa e demorada;

Recuperação mais dolorosa e mais lenta;

Possibilidade de resultados menos positivos;

Necessidade de ter pele suficiente para fazer o retalho.

Assim, embora optar pelo uso de implantes seja uma opção mais simples e com uma recuperação mais fácil, em alguns casos, pode trazer um maior risco de problemas no futuro.

Já o uso de retalho, é uma cirurgia mais complicada e mais demorada, no entanto, tem menos riscos a longo prazo, por utilizar tecidos removidos da própria mulher.