Ooforectomia: o que é, quando é indicada e como é feita

Atualizado em março 2023

A ooforectomia é a cirurgia para remoção de um ou dos dois ovários, sendo indicada principalmente quando há risco de desenvolvimento de câncer de ovário, ou para o tratamento de abscesso no ovário, endometriose, cistos ou torção ovariana.

Essa cirurgia é feita com anestesia, normalmente por videolaparoscopia, o que permite uma recuperação mais rápida e diminui o risco de sangramento após o procedimento, no entanto, em alguns casos pode ser feita através da cirurgia convencional, com um corte na barriga, sendo chamada de laparotomia.

A ooforectomia é feita pelo ginecologista, sendo oferecida gratuitamente pelo SUS, desde que tenha indicação médica, ou pode ser feita em clínicas ou hospitais particulares.

Imagem ilustrativa número 1

Quando é indicada

A ooforectomia é indicada para o tratamento de:

  • Câncer de ovário;
  • Abscesso tubo-ovariano;
  • Endometriose no ovário ou endometrioma;
  • Cistos ou tumores benignos no ovário;
  • Teratoma de ovário;
  • Torção do ovário;
  • Necrose no ovário;
  • Criopreservação de tecido ovariano.

A ooforectomia pode ser indicada pelo médico após a realização de exames ginecológicos e de imagem, como ultrassom pélvico ou transvaginal, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, em que são identificadas alterações ou formação de massas no ovário.

Além disso, o ginecologista pode indicar a realização da ooforectomia profilática, que é feita com o objetivo de prevenir o desenvolvimento de câncer de ovário, principalmente em mulheres com histórico familiar de câncer de ovário ou com mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2, que aumentam o risco de câncer nos ovários e nas mamas.

Cuidar da sua saúde nunca foi tão fácil!

Marque uma consulta com nossos Ginecologistas e receba o cuidado personalizado que você merece.

Marcar consulta

Disponível em: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Sergipe e Ceará.

Foto de uma doutora e um doutor de braços cruzados esperando você para atender

Como se preparar

Antes de realizar a cirurgia é indicado que a mulher fique em jejum por cerca de 8 horas e que tenha uma alimentação leve e líquida, podendo ser também indicado pelo médico a suspensão de algum medicamento. Antes de realizar a cirurgia, o médico irá solicitar exames de risco cirúrgico e exames de sangue para avaliar o estado de saúde geral.

Além disso, para se preparar para a ooforectomia é importante esclarecer com o médico todas as dúvidas sobre a cirurgia e a recuperação, além de informar todos os medicamentos, vitaminas e suplementos nutricionais que toma com frequência, pois alguns podem afetar a recuperação, interferir na anestesia ou aumentar o risco de formação de coágulos ou de sangramento. Deve-se informar também se tem alguma alergia ou outro problema de saúde.

É recomendado também não fumar e nem consumir bebidas alcoólicas antes da cirurgia de ooforectomia.

Como é feita

A ooforectomia é feita pelo cirurgião ginecológico, no hospital, para retirar um ou os dois ovários, sob anestesia geral. Por isso, antes de iniciar a cirurgia, é administrado soro fisiológico na veia, pelo enfermeiro, para para que o anestesista faça a anestesia geral e também para hidratar e administrar medicamentos.

Para realizar a ooforectomia por videolaparoscopia, também chamada ooforectomia laparoscópica, o médico deve seguir alguns passos:

  1. Limpar a pele abdominal com um antisséptico;
  2. Fazer três pequenos cortes na região do abdome, para introduzir a microcâmara e os instrumentos cirúrgicos;
  3. Introduzir gás carbônico dentro da cavidade abdominal, para fornecer um espaço para o médico visualizar o local cirúrgico e manipular os instrumentos;
  4. Introduzir um tubo fino com uma microcâmera de vídeo conectada, para visualizar os ovários e órgãos pélvicos, através de imagens no computador;
  5. Realizar a retirada de um ou dos dois ovários;
  6. Fechar os cortes e fazer curativo no local.

Outra forma de realizar a cirurgia de ooforectomia é a través da laparoscopia, em que é feito um corte maior na região abdominal, para remover um ou os dois ovários. No entanto, geralmente é feita a videolaparoscopia, pois tem uma recuperação mais rápida e o risco de sangramento após o procedimento é menor.

Tipos de ooforectomia

Os principais tipos de ooforectomia são:

  • Ooforectomia unilateral: é removido apenas um ovário;
  • Ooforectomia bilateral: são removidos os dois ovários;
  • Salpingo-ooforectomia: além do ovário, é removido também a tuba uterina, podendo ser unilateral ou bilateral;
  • Histerectomia com salpingo-ooforectomia: é removido um ou os dois ovários, a tuba uterina e o útero.

O tipo de ooforectomia deve ser indicado pelo ginecologista de acordo com a condição a ser tratada, de forma individualizada.

Como é a recuperação

Quando apenas um dos ovários é retirado, normalmente não há muitos impactos a curto e médio prazo, isso porque o outro ovário encarrega-se da produção dos hormônios. No entanto, é importante que a mulher continue sendo acompanhada pelo médico para que seja verificado se os níveis hormonais estão dentro do normal ou se é necessário fazer algum tipo de reposição, principalmente se a mulher deseja engravidar.

Por outro lado, quando a mulher é submetida a uma ooforectomia bilateral, a mulher entra em menopausa, pois os ovários são responsáveis pela produção de estrogênio, e, por isso, pode haver sintomas da menopausa, como ondas de calor, suor noturno, ausência de menstruação, diminuição da libido, aumento do risco de fraturas devido à maior chance de desenvolver osteoporose, e aumento do risco de doenças cardiovasculares.

Os benefícios e riscos da cirurgia para retirada dos ovários devem ser discutidos com o ginecologista, de forma a encontrar a melhor opção de tratamento, especialmente em mulheres que ainda não entraram na menopausa.

Possíveis riscos da cirurgia

Os principais riscos da cirurgia de ooforectomia são:

  • Infecção no local da cicatriz;
  • Sangramentos;
  • Lesão em vasos sanguíneos ou nervos;
  • Lesão no ureter;
  • Formação de coágulos sanguíneos;
  • Ruptura do tumor e espalhamento de células cancerígenas;
  • Reação alérgica à anestesia;
  • Infertilidade, especialmente quando são removidos os dois ovários.

Além disso, em alguns casos pode ocorrer uma condição chamada síndrome do ovário remanescente, com sintomas de dor pélvica, que ocorre devido a remoção incompleta do tecido ovariano, pela presença de aderências no ovário, sangramento intenso durante a cirurgia ou até mesmo pela técnica cirúrgica utilizada.