Delírio: o que é, principais tipos, causas e tratamento

Atualizado em dezembro 2020

O delírio, também conhecido como transtorno delirante, é a alteração do conteúdo do pensamento, em que não exite alucinações nem alterações da linguagem, mas em que a pessoa acredita fortemente numa ideia irreal, mesmo quando já foi comprovado que não é verdade. Alguns dos sinais de indicam delírio são acreditar ter super-poderes, que se está sendo perseguido por inimigos, que se foi envenenado ou que se foi traído pelo cônjuge, por exemplo, sendo difícil distinguir a imaginação da realidade.

O delírio surge isoladamente ou pode ser um sintoma de pessoas portadoras de psicose, abuso de álcool e drogas, após uma lesão cerebral ou na presença de outros transtornos mentais, por isso necessita de tratamento com o psiquiatra.

É importante não confundir delírio com delirium, que é um estado de confusão mental relacionado a alterações na atividade do cérebro, e costuma afetar, principalmente, idosos internados ou com algum tipo de demência. Saiba mais sobre o que é delirium e suas principais causas.

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Principais tipos

Existem vários tipos de delírio, mas os principais são:

1. Delírio de perseguição ou paranoia

O portador deste tipo de delírio acredita que está sendo vítima de uma perseguição, e afirma que há inimigos que estão querendo matar, envenenar, difamar ou que querem lhe fazer algum mal, sem que isto seja verdade.

2. Delírio de grandeza

Neste caso, a pessoa acredita que é superior às outras pessoas, por ter um cargo importante ou por ter habilidades fantásticas, como ter superpoderes, ser Deus ou o presidente da república, por exemplo. 

3. Delírio de auto referência

A pessoa tem a convicção de que algum evento ou objeto, mesmo que insignificante, apresenta significado especial. Este se sente o centro de observação e atenção e mesmo o mais insignificante dos acontecimentos é dotado de significado muito importante.

4. Delírio de ciúmes

Neste tipo de delírio, a pessoa tem convicção de que está sendo enganado pelo parceiro ou parceira, e passa a ver qualquer sinal, como olhares, palavras ou atitudes como uma prova da sua suspeita. Esta situação pode impulsionar o surgimento de agressões e violências domésticas.

5. Delírio de controle ou de influência

A pessoa afetada acredita que as suas ações e o seu pensamento são controlados por uma outra pessoa, um grupo de pessoas ou forças externas. Também podem crer que são influenciadas por radiações, telepatias ou máquinas especiais controladas por inimigos para o prejudicar. 

6. Outros tipos

Existem ainda outros tipos de delírio, como por exemplo, o erotomaníaco, em que a pessoa acredita que outra pessoa, geralmente famosa, está apaixonada por ela, o somático, em que há crenças sobre sensações corporais alteradas, além de outros, como o místico ou de vingança.

Além disso, pode haver o transtorno delirante misto, em que podem variar os tipos de delírio, não havendo um tipo predominante.

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O que causa o delírio

O transtorno delirante é um doença psiquiátrica, e apesar de suas causas exatas ainda não terem sido esclarecidas, sabe-se que o seu surgimento está relacionado a alterações genéticas, pois é mais comum entre pessoas da mesma família. No entanto, também existem outros fatores que aumentam o risco de apresentar delírios, como uso de drogas, uso de medicamentos, traumatismo craniano, certas infecções ou experiências psicológicas negativas, por exemplo.

O delírio também pode ser um sintoma que faz parte ou pode ser confundida com outras doenças psiquiátricas, como esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, lesões cerebrais, transtorno obsessivo-compulsivo, depressão grave ou transtorno bipolar, por exemplo. Saiba mais sobre o que é a esquizofrenia e como identificar.

A confirmação do diagnóstico de delírio é feita após a avaliação do psiquiatra, que irá observar os sinais e sintomas apresentados, a forma de conversar do paciente e, se necessário, solicitar exames para identificar outros tipos de doenças que podem influenciar no caso.

Como é feito o tratamento 

O tratamento do delírio depende da sua causa, sendo, geralmente, necessário o uso de medicamentos antipsicóticos, como Haloperidol ou Quetiapina, por exemplo, antidepressivos ou tranquilizantes, de acordo com cada caso, que são indicados pelo psiquiatra.

A família também pode necessitar de ajuda, sendo necessário orientar os familiares e sugerir grupos de apoio. A evolução do delírio e o tempo de tratamento é variável podendo durar horas, dias, meses ou anos, o que depende da gravidade e das condições clínicas do paciente. 

Delírio e alucinação são a mesma coisa?

Delírio e alucinação são sintomas diferentes pois, enquanto o delírio é acreditar em algo impossível, as alucinações são percepções erradas, manifestadas através da visão, audição, tato ou olfato, como visualizar pessoas mortas ou monstros, ouvir vozes, sentir picadas ou sentir cheiros que não existem, por exemplo.

Estes sintomas podem surgir separadamente ou estar em conjunto numa mesma pessoa, e costumam surgir na presença de outros transtornos mentais, como esquizofrenia, depressão, transtornos esquizóides, psicose ou intoxicações por drogas, por exemplo.