Isquemia cerebral: o que é, sintomas, causas, tipos e tratamento

Atualizado em dezembro 2022

A isquemia cerebral é interrupção ou diminuição do fluxo sanguíneo e oxigênio para o cérebro, devido a uma obstrução ou entupimento de uma artéria cerebral por um coágulo ou fechamento repentino de uma artéria que irriga o cérebro, resultando em danos ou morte dos neurônios e tecido cerebral, e sintomas, como perda de força, fraqueza ou formigamento em um lado do corpo, boca torta ou fala embolada, por exemplo.

A isquemia cerebral, também conhecida como AVC isquêmico, pode acontecer a qualquer momento, durante atividade física ou até mesmo dormindo, sendo mais comum de acontecer em pessoas que tem diabetes, aterosclerose, pressão alta ou anemia falciforme.

O tratamento da isquemia cerebral deve ser feito o mais rápido possível em um hospital pelo clínico geral ou neurologista, pois é uma emergência médica que necessita de atendimento imediato, para evitar sequelas, coma e até morte, caso não seja identificada e tratada logo que surgem os primeiros sintomas.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de isquemia cerebral

Os sintomas da isquemia cerebral incluem:

  • Perda da força nos braços e pernas;
  • Tonturas;
  • Formigamento;
  • Boca torta;
  • Dificuldade em falar ou fala embolada;
  • Dor de cabeça;
  • Náusea e vomito;
  • Pressão alta;
  • Falta de coordenação;
  • Inconsciência;
  • Fraqueza em um ou nos dois lados do corpo.

É importante procurar pronto socorro mais próximo imediatamente, caso surjam os sintomas, uma vez que o tecido cerebral para de funcionar em segundos após a diminuição ou interrupção do fluxo de oxigênio, podendo sofrer necrose até 5 minutos após a interrupção total de oxigênio e glicose para o cérebro, e causar dano cerebral permanente. 

O que é a isquemia cerebral transitória?

A isquemia cerebral transitória, também chamada de AIT ou mini-AVC, acontece quando há diminuição da circulação sanguínea no cérebro num curto período de tempo, com sintomas de início súbito e geralmente desaparece em cerca de 24h, e exige cuidados imediatos pois pode ser o início de uma isquemia cerebral mais grave.

A isquemia transitória deverá ser tratada de acordo com as orientações médicas e normalmente é feito com o tratamento de comorbidades, como diabetes, hipertensão, colesterol alto, e com mudanças de hábitos alimentares e de vida, como a prática de exercícios físicos e diminuição da ingestão de gorduras e álcool, além de evitar fumar. Saiba como identificar e tratar um mini-AVC.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da isquemia cerebral é feito no hospital pelo clínico geral ou neurologista através da avaliação dos sintomas, bem como do seu início, e avaliação do histórico de saúde, exame neurológico e exames laboratoriais, como hemograma completo, glicemia, fatores de coagulação no sangue e enzimas cardíacas.

Além disso, para confirmar o diagnóstico, o médico deve solicitar a realização de exames de imagem, como tomografia computadorizada, angiografia por ressonância magnética, que permitem ao médico identificar a área do cérebro afetada e o tipo de isquemia cerebral.

Outros exames que o médico pode solicitar são eletrocardiograma, ecocardiograma e angiografia, para ajudar a identificar a causa da isquemia cerebral.

Tipos de isquemia cerebral

Existem 2 tipos principais de isquemia cerebral:

  • Isquemia focal: esse tipo de isquemia cerebral ocorre em uma região específica do cérebro quando um coágulo obstrui um vaso sanguíneo cerebral e impede ou diminui a passagem de sangue para uma região do cérebro;
  • Isquemia global: ocorre quando existe o fluxo sanguíneo para o cérebro é diminuído ou interrompido, geralmente devido a uma parada cardíaca, comprometendo a irrigação sanguínea para todas as partes do cérebro, o que pode levar a danos cerebrais permanentes.

O tipo de isquemia cardíaca é identificado pelo médico no hospital através dos exames de diagnóstico, sendo tratado imediatamente, de forma a evitar sequelas, coma ou até morte.

Possíveis causas

A isquemia cerebral é causada por um entupimento ou obstrução de uma artéria cerebral por coágulos de sangue, ou fechamento repentino ou redução do diâmetro de uma artéria que irriga o cérebro, como aorta ou carótida, por exemplo, levando a uma interrupção do fluxo de sangue, oxigênio e glicose para o cérebro, resultando nos sintomas.

Alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento de uma isquemia cerebral, como:

  • Histórico pessoal anterior de ataque isquêmico transitório;
  • Pressão alta;
  • Colesterol alto;
  • Aterosclerose;
  • Diabetes;
  • Obesidade;
  • Distúrbios de coagulação sanguínea;
  • Síncope vasovagal;
  • Arritmias cardíacas;
  • Fibrilação atrial;
  • Síndromes de taquicardia postural;
  • Trombose ou embolia;
  • Malformações congênitas cardíacas;
  • Malformações em vasos sanguíneos;
  • Policitemia;
  • Pressão sanguínea baixa durante um infarto agudo do miocárdio;
  • Parada cardíaca;
  • Tumor cerebral;
  • Infecções ou inflamações no cérebro;
  • Hábito de fumar.

Além disso, as pessoas que têm anemia falciforme também possuem mais chance de sofrerem com a diminuição da oxigenação do cérebro, pois a forma alterada das hemácias não permite que haja transporte correto de oxigênio. 

Os problemas relacionados à coagulação, como empilhamento plaquetário e distúrbios na coagulação, também favorecem a ocorrência de isquemia cerebral, pois há maiores chances de ocorrer obstrução de um vaso cerebral.

Como é feito o tratamento

O tratamento da isquemia cerebral deve ser feito com a orientação do clínico geral ou neurologista, no hospital, com o objetivo de normalizar a respiração, os batimentos cardíacos e a pressão sanguínea, e restaurar o fluxo sanguíneo para o cérebro, com a utilização de medicamentos trombolíticos para diluir o coágulo sanguíneo, como o alteplase, ou a realização de cirurgia para desobstruir o vaso sanguíneo.

No hospital também devem ser feitos o monitoramento da pressão arterial e da pressão intra-craniana, evitando assim possíveis complicações.

Além do uso de medicamentos, é importante buscar ajuda de um fisioterapeuta, fonoaudiólogo ou terapeuta ocupacional para melhorar a qualidade de vida da pessoa e evitar danos permanentes. Veja como é feita a fisioterapia para AVC.

Após a alta hospitalar, deve-se manter bons hábitos para que o risco de ocorrer um novo quadro de isquemia cerebral seja mínimo, ou seja, deve-se ter atenção à alimentação, evitando alimentos gordurosos e com muito sal, realizar atividades físicas, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e parar de fumar, além de fazer o tratamento indicado pelo médico para diabetes, pressão alta ou colesterol alto, por exemplo.

Sequelas da isquemia cerebral

A isquemia cerebral pode deixar sequelas, como:

  • Enfraquecimento ou paralisia de um braço, perna ou face;
  • Paralisar de todo ou um lado do corpo;
  • Perda da coordenação motora;
  • Dificuldade para engolir;
  • Problemas de raciocínio;
  • Dificuldade de falar;
  • Problemas emocionais, como a depressão;
  • Dificuldades na visão;
  • Dano cerebral permanente.

As sequelas da isquemia cerebral variam muito de pessoa para pessoa e dependem de onde ocorreu a isquemia e do tempo que foi levado para iniciar o tratamento, sendo muitas vezes necessário o acompanhamento de um fisioterapeuta, fonoaudiólogo ou terapeuta ocupacional para melhorar a qualidade de vida e evitar que as sequelas sejam permanentes.