Anticoncepcional injetável: o que é, como funciona e como usar

Atualizado em dezembro 2021

O anticoncepcional injetável é um tipo de método contraceptivo que pode ser indicado pelo ginecologista e que consiste na aplicação de uma injeção a cada mês ou a cada 3 meses com o objetivo de impedir o organismo de liberar óvulos e tornar o muco do colo do útero mais espesso, evitando, assim, a gravidez.

A injeção deve ser aplicada via intramuscular pelo ginecologista e pode ser constituída apenas por progesterona ou ser uma combinação de progesterona e estrogênio. Assim, alguns dos anticoncepcionais injetáveis que podem ser indicados pelo médico são Cyclofemina, Mesigyna, Perlutan, Ciclovular e Uno Ciclo.

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Como funciona

O anticoncepcional injetável funciona de forma semelhante à pílula contraceptiva. Devido à sua composição hormonal é capaz de inibir a liberação de óvulos, além de deixar o muco cervical mais espesso e diminuir a espessura do endométrio, impedindo a passagem dos espermatozoides e, consequentemente, a fecundação e a gravidez.

No entanto, apesar de evitar a gravidez, é recomendado que o preservativo seja utilizado em todas as relações sexuais, uma vez que esse método contraceptivo não previne contra infecções sexualmente transmissíveis. Além disso, caso uma das aplicações não seja feita, há risco de gravidez, já que os níveis de hormônios circulantes diminuem.

Anticoncepcional injetável mensal

O anticoncepcional injetável mensal deve ser aplicado até o 5º dia após o início do ciclo menstrual, devendo outra dose ser tomada após 30 dias, isso porque após a aplicação da injeção os níveis de estrogênio e progesterona vão variando ao longo do tempo, de forma que esses níveis precisam ser repostos para que se tenha o efeito anticoncepcional.

Apesar desse tipo de anticoncepcional ser constituído por progesterona e estrógeno, a quantidade de progesterona não é tão elevada e, por isso, é possível que a mulher tenha menos efeitos adversos.

Anticoncepcional injetável trimestral

O anticoncepcional injetável trimestral é normalmente composto apenas por progesterona, que é lentamente absorvida pelo organismo e garantindo o efeito anticoncepcional por mais tempo. Esse anticoncepcional deve ser aplicado até o 5º dia do início do ciclo menstrual e atua por até três meses no corpo da mulher, sendo necessário fazer novamente outra aplicação após esse período para manter o muco cervical mais espesso e diminuir os riscos de gravidez.

Apesar desse tipo de anticoncepcional ter como vantagem a aplicação a cada 3 meses, caso a mulher decida engravidar, a volta da fertilidade acontece de forma muito lenta, normalmente depois de meses após a aplicação da última injeção, além de também poder estar associado com uma quantidade maior de efeitos adversos. Entenda como funciona o anticoncepcional injetável trimestral.

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Como usar o anticoncepcional injetável

O anticoncepcional injetável deve ser usado de acordo com a orientação do ginecologista, variando de acordo com o ciclo menstrual da mulher e se ela faz uso de outro método contraceptivo.

Para mulheres com ciclo menstrual normal, que não usam a pílula nem outra injeção anticoncepcional, a primeira injeção deve ser tomada até o 5º dia do inicio da menstruação e as seguintes, devem ser administradas a cada 30 dias, mais ou menos 3 dias, independentemente da menstruação. Se houver atraso de mais de três dias para a nova injeção, a mulher deve ser orientada para uso de preservativo.

Para iniciar depois do parto, a mulher deve tomar a injeção entre o 21º e 28º dia depois do nascimento do bebê, e para começar a usar depois de um aborto ou depois de ter tomado a pílula do dia seguinte, pode-se tomar a injeção imediatamente.

Também se pode tomar a primeira injeção no mesmo dia que decidir trocar a pílula contraceptiva ou injeção trimestral. No entanto, se a mulher não usava nenhum método contraceptivo antes e teve relações sexuais, deve realizar o teste de gravidez antes de tomar a injeção. Saiba como trocar de anticoncepcional sem correr o risco de engravidar.

Quando não é indicado

A injeção anticoncepcional mensal não é indicada para pessoas com hipersensibilidade a qualquer componente da formulação do produto, grávidas, mulheres que estejam a amamentar até 6 semanas depois do parto, que possuem câncer de mama atual ou suspeita de malignidade hormônio-dependente. Além disso, mulheres que possuem dores de cabeça graves com sintomas neurológicos focais, hipertensão grave, doença vascular, histórico de tromboflebite ou distúrbio tromboembólico e histórico de cardiopatia isquêmica ou cardiopatia valvar complicada.

A injeção também não deve ser usada em mulheres com diabetes com nefropatia, retinopatia, neuropatia ou outra doença vascular ou diabetes com duração superior a 20 anos, lúpus eritematoso sistêmico com anticorpos antifosfolípides positivos, histórico de doenças do fígado, que tenham realizado uma cirurgia de grande porte com imobilização prolongada, que sofram de sangramento uterino ou vaginal anormal ou que fumem mais de 15 cigarros por dia, com idade acima de 35 anos.

Principais efeitos colaterais

A injeção anticoncepcional mensal pode levar ao surgimento de dor nas mamas, náuseas, vômitos, dor de cabeça, tontura e a mulher pode engordar.

Além disso, podem surgir alterações menstruais, e nestes casos a mulher deve ser avaliada por um ginecologista para realizar exames a fim de identificar se existe alguma outra causa para o sangramento, como a doença inflamatória pélvica, por exemplo. Se não houver nenhuma causa aparente para o sangramento abundante e a mulher não estiver confortável com este método, é aconselhado substituir esta injeção por algum outro método contraceptivo.

Confira ainda algumas dicas para aliviar a dor da injeção:

youtube image - BENZETACIL: como diminuir a dor da injeção

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