Fisioterapia para incontinência urinária

Atualizado em maio 2023

Na fisioterapia existem ótimas opções de tratamento para controlar a urina, que são indicados antes ou depois da cirurgia.

A fisioterapia consiste em fortalecer os músculos do assoalho pélvico para impedir a perda involuntária da urina, mas para que tenha o efeito esperado deve ser realizada diariamente em casa, além de ir à clínica, pelo menos, 1 vez por semana.

Na fisioterapia para incontinência urinária podem ser usados os exercícios de Kegel, a eletroestimulação, o biofeedback e os cones vaginais. Esse tipo de tratamento pode ser indicado para todos os casos de incontinência, seja de urgência, de esforço, em homens, mulheres, crianças, e até mesmo após a retirada da próstata.

Imagem ilustrativa número 1

Como é feita a fisioterapia

Algumas técnicas que podem ser realizadas na fisioterapia para incontinência urinária são:

1. Exercícios de Kegel

Para realizar os exercícios de Kegel primeiro deve identificar quais são os músculos do assoalho pélvico: basta tentar segurar o xixi enquanto estiver urinando. Se conseguir, pelo menos, diminuir um pouco o jato de urina, isso significa que está contraindo os músculos certos.

Para realizar estes exercícios deve esvaziar a bexiga, fazendo xixi, e depois deverá deitar de barriga para cima e fazer essa contração 10 vezes seguidas, e depois deve descansar por 5 segundos. Depois deve-se fazer mais 9 repetições dessa série, totalizando 100 contrações.

Depois de alguns dias pode-se adicionar uma bola entre as pernas ou faixas elásticas para ajudar a manter a concentração e facilitar a realização da série completa corretamente.

2. Exercícios hipopressivos

Para realizar esses exercícios deverá ficar sentado ou de pé, e encolher ao máximo a barriga, enquanto suga também os músculos do assoalho pélvico. Durante a realização desse exercício deverá respirar normalmente, mas para garantir que os músculos do interior da vagina estão sendo contraídos corretamente, pode-se associar ao uso da eletroestimulação.

3. Cones vaginais

Algumas semanas após conseguir realizar o exercícios de Kegel corretamente, o fisioterapeuta poderá indicar a introdução de pequenos cones dentro da vagina, para fortalecer ainda mais os músculos do assoalho pélvico. Os cones possuem pesos diferentes, e primeiro deve iniciar com o mais leve. Para melhores resultados o fisioterapeuta pode indicar que o exercício seja realizado em posições diferentes, sentado, deitado ou de pé, com o objetivo de não deixar o cone cair da vagina.

Os primeiros exercícios devem ser realizados com a mulher deitada e depois a intensidade dos exercícios deve ir aumentando até que a mulher consiga manter o cone dentro da vagina por pelo menos 5 segundos na posição de pé, e depois ao realizar um agachamento, por exemplo. Um outro exercício é inserir o cone na vagina e não deixar cair enquanto caminha por 15 a 20 minutos.

5. Eletroestimulação

A eletroestimulação é um outro recurso em que o aparelho é colocado dentro da vagina ou em volta do pênis e este emite uma leve corrente elétrica, totalmente suportável, que realiza a contração do períneo involuntariamente. Estudos têm comprovado que este não traz um grande benefício no tratamento, mas pode ser de grande ajuda para as mulheres que não sabem exatamente que músculo devem contrair, sendo uma boa opção para as primeiras sessões.

5. Biofeedback

Assim, como na eletroestimulação, deve ser introduzido um pequeno aparelho dentro da vagina, ligado à um computador, que irá gerar imagens e sons, durante a contração do períneo. Esse aparelho pode ser útil para a mulher conseguir identificar os músculos que deve contrair, tendo mais consciência da força que precisa realizar durante cada movimento.

6. Boa postura sentado

Também faz parte do tratamento manter sempre a boa postura sentado, porque assim há menos pressão sobre o assoalho pélvico, o que contribui para a cura da incontinência mais rápido. Para ficar sentando na postura correta deve-se sentar sempre em cima dos ossinhos do bumbum, sem cruzar as pernas, e manter uma pequena contração dos abdominais. Nessa posição os músculos do assoalho pélvico são naturalmente fortalecidos.

Tempo de tratamento da incontinência urinária

O tempo de tratamento da incontinência urinária depende do grau de comprometimento do períneo e do empenho da pessoa ao realizar os exercícios. A duração média de tratamento varia de 6 meses à 1 ano, e em aproximadamente 6 a 8 semanas é possível notar os primeiros resultados. Mas após esse período é aconselhado continuar realizando os exercícios semanalmente, para garantir os resultados por longos períodos.

Em alguns casos o médico pode recomendar a cirurgia para curar a incontinência, mas em aproximadamente 5 anos, é comum o ressurgimento dos mesmos sintomas, sendo necessário recorrer à fisioterapia novamente.

Como saber se o tratamento está tendo efeito

Para conseguir confirmar que o tratamento realizado está tendo o efeito esperado o fisioterapeuta pode usar o perineômetro (teste de Wilcoxon) e o teste onde são introduzidos 2 dedos na vagina, sendo solicitada a contração do períneo (teste de Wilcoxon). Assim é possível avaliar a capacidade de contração destes músculos desde a primeira sessão.

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