Fibromialgia: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em abril 2023

A fibromialgia é uma condição neurológica crônica que causa dor generalizada em todo o corpo, além de aumentar a sensibilidade à dor. Uma vez que o desconforto causado pela doença pode se manter por meses ou anos, as pessoas que sofrem com fibromialgia também têm maior tendência para apresentar cansaço excessivo, problemas de sono e transtornos psicológicos.

Esta condição é mais comum em mulheres e os primeiros sintomas costumam aparecer na idade adulta, geralmente entre os 30 e 50 anos.

A fibromialgia não tem cura, mas o tratamento, orientado por um reumatologista, ajuda a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida, podendo ser indicada mudança nos hábitos alimentares, uso de medicamentos e prática de atividade física de forma regular.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas

Os principais sintomas de fibromialgia são:

  • Dor no corpo todo;
  • Maior sensibilidade em alguns pontos do corpo;
  • Cansaço excessivo;
  • Rigidez muscular;
  • Dor de cabeça recorrente;
  • Dificuldade para dormir;
  • Problemas de memória e concentração.

Em alguns casos, também podem surgir outros sintomas menos frequentes como formigamento nas mãos e/ou pés, dor na mandíbula ou problemas digestivos, especialmente síndrome do intestino irritável. Saiba reconhecer os principais sintomas da fibromialgia.

Também é relativamente comum o aparecimento de uma "névoa mental", na qual a pessoa sente dificuldade de pensamento, o que acaba afetando sua memória e capacidade de concentração. Por este motivo, pessoas com fibromialgia também apresentam um maior risco de desenvolver depressão ou outros transtornos psicológicos.

Pontos gatilho da fibromialgia

A fibromialgia é conhecida por provocar aumento da sensibilidade em alguns "pontos gatilho" do corpo:

  • Parte superior dos ombros;
  • Região da nuca;
  • Laterais do quadril;
  • Joelhos;
  • Cotovelos.

Estes pontos eram muito utilizados como forma de diagnosticar a fibromialgia, sendo que o médico realizava pressão sobre os pontos para identificar se a pessoa apresentava mais dor que o normal. Atualmente, o uso desses pontos tem sido menos frequente como forma de chegar no diagnóstico. Veja como identificar os pontos dolorosos da fibromialgia.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico de fibromialgia deve ser feito pelo clínico geral, neurologista ou reumatologista, mas pode ser demorado. Por esse motivo, muitas pessoas acabando sofrendo com a condição durante vários meses sem saber a verdadeira causa. Isso acontece porque não existe um exame capaz de identificar a fibromialgia.

Assim o médico precisa avaliar todos os sintomas e ir descartando outras condições clínicas que poderiam apresentar sintomas semelhantes, como hipotireoidismo ou polimialgia reumática. Os exames que são mais frequentemente pedidos para ajudar o médico a chegar ao diagnóstico são o raio X e os exames de sangue.

Cuidar da sua saúde nunca foi tão fácil!

Marque uma consulta com nossos Neurologistas e receba o cuidado personalizado que você merece.

Marcar consulta

Disponível em: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Sergipe e Ceará.

Foto de uma doutora e um doutor de braços cruzados esperando você para atender

O que causa a fibromialgia

A causa específica que leva ao aparecimento da fibromialgia ainda não é conhecida, no entanto, é possível que a condição seja causada por uma alteração a nível neuronal que afeta a forma como a dor é percebida pelo sistema nervoso.

Também existem alguns fatores que parecem aumentar o risco de desenvolver fibromialgia como:

  • Ter histórico familiar de fibromialgia;
  • Ter lúpus ou artrite reumatoide;
  • Viver situações muito estressantes;
  • Sofrer pancadas repetidas em alguma parte do corpo;
  • Ter tido alguma infecção viral.

Além disso, ser mulher e ter mais de 30 anos também parecem ser fatores importantes para o aparecimento da fibromialgia, embora a condição possa surgir em pessoas de todos os gêneros e em qualquer idade.

Como é feito o tratamento

Não existe uma cura para a fibromialgia, porém com o tratamento adequado, orientado por um reumatologista, é possível aliviar os sintomas e controlar a doença, melhorando a qualidade de vida. Os tratamentos mais utilizados incluem:

1. Remédios para fibromialgia

Existem três tipos principais de remédios que podem ser indicados pelo médico no tratamento da fibromialgia:

  • Antidepressivos, como amitriptilina ou fluoxetina: aumentam a concentração de alguns neurotransmissores, como a serotonina, o que ajuda no controle da dor;
  • Relaxantes musculares, como a ciclobenzaprina: aliviam a rigidez muscular, facilitando o relaxamento do corpo e ajudando no alívio da dor;
  • Analgésicos, como o tramadol: atuam diretamente na dor.

Quando o tratamento com estes medicamentos não apresenta o efeito desejado, o médico pode ainda avaliar o uso de outras substâncias, como os remédios antiparkinsonianos, que atuam no sistema nervoso central e que podem ajudar a diminuir a dor causada pela fibromialgia.

2. Terapia cognitivo-comportamental

A terapia cognitivo-comportamental é um tipo de psicoterapia que tem como objetivo ajudar a pessoa com fibromialgia a identificar emoções e situações do dia a dia que parecem piorar a dor da fibromialgia. Este tipo de terapia é importante para diminuir os níveis de estresse, que, quando estão elevados, podem ser um fator de agravamento dos sintomas de fibromialgia.

3. Atividade física regular

A atividade física também para tratar a fibromialgia é importante, porém deve-se seguir as indicações do médico e do educador físico, realizando exercícios que ajudem a aliviar a dor e fortalecer e alongar os músculos, como caminhada, natação e hidroginástica, 3 a 5 vezes por semana, durante 30 a 60 minutos.

4. Fisioterapia

Para melhorar os movimentos, o médico também pode indicar realizar sessões de fisioterapia para fibromialgia, pelo menos 2 vezes por semana. Essas sessões podem incluir massagens terapêuticas, alongamentos e exercícios de relaxamento e ajuda a reduzir os sintomas promovendo a analgesia local e melhorando a circulação sanguínea.

Veja no vídeo a seguir alguns exercícios de fisioterapia para fibromialgia:

youtube image - Como aliviar a dor na Fibromialgia

5. Alimentação anti-inflamatória

A dieta anti-inflamatória pode ser uma boa opção para quem sofre com fibromialgia, já que ajuda a diminuir possíveis inflamações nos nervos ou músculos. Assim, é recomendado ter uma alimentação rica em magnésio, potássio e ômega 3, para ajudar a aliviar os sintomas:

  • Magnésio, presente em alimentos como abacate, alcachofra e sementes: ajudam a relaxar os músculos e melhoram a circulação;
  • Potássio, em alimentos como banana, maçã, beterraba e ervilhas: ajudam a evitar a fraqueza muscular e as cãibras;
  • Ômega 3, presente na sardinha, salmão e sementes de chi: têm ação anti-inflamatória e aliviam os sintomas de dor.

Assim, é interessante que a pessoa seja acompanhado regularmente pelo nutricionista para que sejam feitos ajustes na alimentação que ajudem a aliviar os sintomas e promover a qualidade de vida.

6. Acupuntura

A acupuntura consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo para aliviar a dor. No entanto, ainda não existe consenso sobre sua utilidade e ação terapêutica na fibromialgia e, por isso, pode ter resultado em alguns pacientes e noutros não.

Tratamento natural para fibromialgia

O tratamento natural com plantas medicinais é outras das terapias que pode ser indicada para complementar o tratamento recomendado pelo médico. Algumas das plantas mais utilizadas são o hipericão, que possui um efeito semelhante ao de alguns antidepressivos, o ginkgo biloba, que aumenta a oxigenação e a circulação sanguínea, e a cúrcuma, que possui forte ação anti-inflamatória e analgésica.

Possíveis complicações da fibromialgia

A principal complicação da fibromialgia é a "névoa mental" que acontece quando a dor é constante e acaba afetando a capacidade de raciocínio, fazendo com que a pessoa com fibromialgia tenha maior dificuldade para pensar, se concentrar e até para guardar memórias. Dessa forma, também existe um risco maior de desenvolver transtornos psicológicos, como depressão.

Além disso, pessoas com fibromialgia também apresentam uma taxa maior de internamento por outros problemas de saúde.