Feridas na cabeça: 9 causas e o que fazer

Atualizado em junho 2023

As feridas na cabeça podem surgir devido à foliculite, dermatite, psoríase ou reação alérgica a produtos químicos, como tinturas ou químicas de alisamento, por exemplo, sendo muito raro que seja causada por uma situação mais grave, como um câncer de pele.

Para identificar a causa, é recomendado procurar um dermatologista, que poderá avaliar o couro cabeludo e, se necessário, solicitar exames para identificar o motivo e indicar o melhor tratamento de acordo com cada caso.

Assim, geralmente, o tratamento é feito com cuidados especiais para o couro cabeludo, como lavar regularmente ou evitar prender e usar chapéus com os cabelos molhados, além de usar xampus e pomadas que podem amenizar a inflamação e ajudar a cicatrizar as feridas, como a base de antifúngicos ou corticoides, por exemplo.

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Principais causas

As principais causas de feridas no couro cabeludo são:

1. Dermatite seborreica

Também conhecida como caspa ou seborreia, a dermatite seborreica é uma inflamação na pele que provoca descamação, vermelhidão, ferimentos em forma de crosta amarelada e coceira que pode surgir no couro cabeludo ou em outras áreas como face, como sobrancelhas, orelhas e cantos do nariz.

Apesar de suas causas não estarem totalmente esclarecidas, esta doença tem uma evolução crônica, com períodos de melhora e de piora, não havendo uma cura definitiva. A dermatite seborreica pode ser desencadeada por estresse emocional, alergias, oleosidade do couro cabeludo, consumo de bebidas alcoólicas, certos medicamentos ou infecção pelo fungo Pityrosporum ovale.

O que fazer: é necessário procurar um dermatologista para iniciar o tratamento, controlar a formação de feridas e evitar a queda de cabelo, através do uso de xampus ou pomadas à base de antifúngicos, corticoides ou outros componentes como ácido salicílico, selênio, enxofre ou zinco.

Também é recomendado interromper o uso de cremes e pomadas para o cabelo, que o deixam mais oleoso, fazer lavagens mais frequentes dos cabelos e evitar usar chapéus e bonés. Saiba mais sobre como identificar e tratar a dermatite seborreica.

2. Micose do couro cabeludo

A micose mais frequente do couro cabeludo é chamada de Tinea capitis, causada por fungos do gênero Trichophyton e Microsporum, e afeta principalmente crianças.

Os fungos da Tinea capitis afetam a haste e os folículos dos fios, e costumam provocar lesões circulares, descamativas, avermelhadas ou com crostas amareladas, que provocam queda do cabelo na região afetada.

O que fazer: o tratamento é orientado pelo dermatologista, com antifúngicos como Griseofulvina ou a Terbinafina, tomados por cerca de 6 semanas. Além disso, xampus a base de sulfato de selênio ou Cetoconazol podem ajudar a eliminar a infecção.

Confira mais detalhes sobre como prevenir e as formas de tratamento da micose do couro cabeludo.

3. Reação alérgica

A reação da pele como resposta ao contato de produtos químicos no couro cabeludo também podem provocar feridas na cabeça. Alguns dos produtos que podem causar este tipo de reação são tinturas para cabelo, produtos de escova progressiva ou definitiva, como hidróxido de amônio ou formol, ou qualquer tipo de produto que contenha substâncias que causam reação alérgica na pessoa.

As lesões podem surgir poucas horas ou dias após o contato com o produto, podendo haver descamação, vermelhidão, coceira ou ardor da região afetada.

O que fazer: o primeiro passo é encontrar a causa da reação, devendo-se evitar o contato com o produto novamente. O dermatologista poderá orientar uso de remédios corticoides, em comprimido, cremes ou pomadas, além de loções contendo anti-inflamatórios e cicatrizantes ao couro cabeludo.

Além disso, durante o uso de produtos para os cabelos, principalmente durante a realização de químicas como a escova progressiva, é recomendado evitar o contato direto do cosmético com o couro cabeludo, diminuindo as chances de irritação e ressecamento da área.

4. Foliculite

A foliculite é a inflamação da raiz dos pêlos, que costuma ser provocada pela infecção por bactérias e fungos que vivem na pele, provocando o surgimento de bolinhas avermelhadas, cheias de pus e que causam dor, queimação e coceira, que podem ainda causar a queda do cabelo.

O que fazer: o tratamento é orientado pelo dermatologista, e pode incluir o uso de xampus antifúngicos, como Cetoconazol, ou aplicação de antibióticos, como Eritromicina ou Clindamicina, de acordo com a causa identificada pelo médico.

Veja mais sobre as causas de foliculite nos diversos locais do corpo e como tratar.

5. Infestação por piolhos

Também conhecida pelo nome científico de pediculose, a infestação por piolhos é mais comum em crianças de idade escolar, provocada por parasitas que podem viver e se multiplicar no couro cabeludo, alimentando-se de sangue.

As picadas do parasita podem provocar pequenos pontos inflamados no couro cabeludo, no entanto, as feridas podem surgir devido à intensa coceira que esta infecção provoca, levando à formação de arranhões e crostas no couro cabeludo.

O que fazer: para eliminar a infestação por piolhos, recomenda-se o uso de xampus específicos, pentes finos e, se necessário, medicamentos antiparasitários, como Ivermectina, orientada pelo médico. Se houver infecção das feridas, pode ser necessário o uso de antibióticos também.

Para prevenir a pediculose, é orientado evitar compartilhar escovas, pentes, chapéus e óculos, e preferir permanecer de cabelos presos em caso de aglomerações de pessoas. Também existem sprays repelentes que podem ser aplicados nos cabelos, vendidos na farmácia. Saiba mais em como acabar com piolhos e lêndeas.

6. Psoríase do couro cabeludo

A psoríase é uma doença crônica, inflamatória e relacionada a alterações da imunidade, que provoca o surgimento de manchas vermelhas com uma intensa descamação seca esbranquiçada ou acinzentada.

Além da pele, também pode afetar unhas, que ficam grossas e descoladas, assim como inchaço e dor nas articulações. A psoríase do couro cabeludo causa intensa coceira e descamação de pele morta, semelhante à caspa, além de queda do cabelo.

O que fazer: o tratamento para psoríase é feito conforme recomendação do dermatologista e do reumatologista, com loções que contém corticoides, como Betametasona, Ácido salicílico ou propionato de clobetasol.

Confira mais detalhes sobre como é feito o tratamento para psoríase do couro cabeludo.

7. Líquen plano

O líquen plano é uma doença inflamatória que pode afetar a pele, unhas, couro cabeludo e mucosas da boca e da região genital.

Essa doença é caracteriza pelo aparecimento de lesões avermelhadas, que podem apresentar pequenas estrias brancas de aparência enrugada, que apresentam brilho característico e podem estar acompanhadas por coceira intensa e inchaço. Veja mais sobre o líquen plano.

O que fazer: o tratamento para líquen plano deve ser indicado pelo dermatologista e é feito com medicamentos que ajudam a aliviar a coceira, como anti-histamínicos e pomadas a base de corticoesteroides.

8. Esclerodermia

A esclerodermia é uma doença autoimune crônica em que há produção excessiva de colágeno, o que provoca o endurecimento da pele e afeta as articulações, músculos, vasos sanguíneos e alguns órgãos como pulmões e coração.

Os principais sintomas da esclerodermia são queda de cabelo, coceira constante da região afeta, manchas escuras e claras na pele, além de engrossamento e rigidez da pele. Confira outros sintomas de esclerodermia.

O que fazer: a esclerodermia não tem cura, de forma que o tratamento tem como objetivo prevenir a progressão da doença, aliviar os sintomas e promover a qualidade de vida.

9. Lúpus

O lúpus é uma doença autoimune caracterizada pela produção de anticorpos que atuam contra o próprio organismo, provocando inflamação em várias partes do corpo, como pele, rosto e couro cabeludo.

Os principais sintomas de lúpus são queda de cabelo devido a diminuição da espessura do fio, principalmente no couro cabeludo, barba, sobrancelhas e cílios.

O que fazer: o tratamento do lúpus deve ser orientado pelo reumatologista, que pode indicar o uso de medicamentos como anti-inflamatórios, corticoides ou imunossupressores com o objetivo de aliviar os sintomas e diminuir a ação do sistema imunológico.