Fêmur curto congênito: o que é, como identificar e tratamento

Atualizado em janeiro 2021

O fêmur curto congênito é uma má formação óssea caracterizada pela diminuição do tamanho ou ausência do fêmur, que é o osso da coxa e o maior osso do corpo. Essa alteração pode acontecer como consequência do uso de algum medicamento durante a gravidez ou e alguma infecção viral, no entanto as causas para essa má formação ainda não são totalmente esclarecidas.

O fêmur curto congênito pode ser identificado ainda durante a gestação, a partir do segundo trimestre, por meio da realização do exame de ultrassom, e pode ser indicativo de doenças como síndrome de Down, nanismo ou acondroplasia, ou ser apenas encurtamento desse osso. A partir do momento em que é feito o diagnóstico de fêmur curto, o médico pode estabelecer o tratamento a ser seguido após o nascimento do bebê.

Imagem ilustrativa número 3

Como identificar

O fêmur curto congênito pode ser identificado ainda durante a gravidez por meio da realização de ultrassonografia realizada durante o pré-natal, em que é feita a medição do tamanho do fêmur, que varia de acordo com a idade gestacional.

O bebê com 24 semanas tem, em média 42 mm, enquanto que na semana 36 tem 69 mm e na semana 40 de gestação, 74 mm.​​​​​​ Estas medidas são aproximadas e por isso, em alguns casos, o bebê pode estar com o crescimento dentro do esperado mesmo com o tamanho do fêmur menor para a sua idade, sendo importante que o médico faça o acompanhamento regular o desenvolvimento do bebê.

Após identificar que o fêmur é menor que deveria o médico também deve observar que tipo de alteração o bebê possui, que pode ser:

  • Tipo A: Uma pequena parte do fêmur, debaixo da cabeça do fêmur é deficiente ou está ausente;
  • Tipo B: A cabeça do fêmur está unida a parte mais inferior do osso;
  • Tipo C: A cabeça do fêmur e o acetábulo, que é o local de encaixe no quadril também está afetado;
  • Tipo D: A maior parte do fêmur, acetábulo e parte do quadril estão ausentes.

Muitas vezes uma pequena alteração é encontrada no final da gestação, mas também deve ser levado em consideração a altura dos pais e também da família porque se os pais não são muito altos, seu bebê também não deve ser e isso não indica nenhum problema de saúde.

Além disso, em alguns casos não são identificadas alterações durante a gestação, apenas depois do nascimento através de exames realizados pelo pediatra, podendo ser identificado pelo médico alteração no comprimento do fêmur devido no encaixe incorreto desse osso no osso do quadril, caracterizando a displasia congênita do quadril. Entenda o que é a displasia congênita do quadril.

Possíveis causas

As causas do fêmur curto congênito ainda não são muito bem esclarecidas, no entanto acredita-se que pode estar relacionada com infecções durante a gravidez, uso de drogas e/ou exposição à radiação durante a gestação.

Além disso, o uso da talidomida, por exemplo, poderia também favorecer o desenvolvimento dessa alteração, isso porque esse medicamento está relacionado com má formações fetais.

Como é feito o tratamento

O tratamento do fêmur curto congênito é bastante demorado, tem como objetivo melhorar a qualidade de vida do bebê e deve ser orientado pelo pediatra de acordo com o tipo de encurtamento.

Além disso, o tratamento é indicado de acordo com a estimativa do tamanho do fêmur na vida adulta, podendo ser indicado nos casos mais leves, em que o encurtamento é de até 2 cm, o uso de calçados com elevação na sola ou palmilhas especiais para compensar a diferença e prevenir complicações como escoliose, dor nas costas e compensação das articulações, por exemplo.

Outras possíveis indicações de tratamento para o fêmur curto são:

  • Para encurtamento entre 2 e 5 cm em adulto: pode ser realizada uma cirurgia para cortar o osso da perna saudável para que fiquem do mesmo tamanho, fazer cirurgia para alongamento femoral ou tibial e enquanto aguarda o momento ideal da cirurgia, pode-se usar apenas compensação com calçado adequado ou prótese de perna;
  • Para encurtamento com mais de 20 cm em adulto: pode ser necessário amputar a perna e usar uma prótese ou muletas por toda a vida. Nesse caso, a cirurgia é o tratamento mais eficaz e tem como objetivo acrescentar próteses ao osso para que a pessoa continue andando normalmente. A cirurgia deve ser realizada, preferencialmente, antes dos 3 anos de idade.

Em todo caso a fisioterapia é sempre indicada para diminuir as dores, facilitar o desenvolvimento e evitar compensações musculares ou preparar para cirurgia, por exemplo, mas cada caso deve ser analisado pessoalmente porque o tratamento fisioterapêutico será diferente para cada pessoa porque as necessidades de um podem não ser as do outro.