Espironolactona: para que serve, como tomar e efeitos colaterais

Atualizado em outubro 2023

A espironolactona é um diurético e antihipertensivo que age aumentando a eliminação de água através da urina, sendo indicado para o tratamento da hipertensão arterial, inchaço relacionado com problemas no funcionamento do coração ou doenças no fígado e rins, hipopotassemia ou no tratamento do hiperaldosteronismo, por exemplo.

Em alguns casos, este remédio pode ser receitado para o tratamento da acne e para prevenir a queda de cabelo, porém estas aplicações não fazem parte das indicações principais da espironolactona, nem vêm mencionadas na bula do medicamento.

A espironolactona pode ser comprada em farmácias ou drogarias na forma de comprimidos em diferentes doses de 25 mg, 50 mg e 100 mg, com o nome comercial Aldactone, com o nome similar Diacqua, ou como genérico espironolactona, e deve ser usada com indicação médica.

Imagem ilustrativa número 1

Para que serve

A espironolactona é indicada para:

  • Hipertensão essencial;
  • Inchaço causado por insuficiência cardíaca, cirrose hepática ou doença renal como a síndrome nefrótica;
  • Inchaço sem motivo aparente;
  • Terapia auxiliar na hipertensão maligna;
  • Hipopotassemia, caracterizada pela diminuição dos níveis de potássio no sangue, quando outras medidas forem consideradas impróprias ou inadequadas;
  • Prevenção da perda de potássio (hipopotassemia) e magnésio (hipomagnesemia) em pessoas que tomam diuréticos;
  • Diagnóstico e tratamento do hiperaldosteronismo primário.

É importante que a espironolactona seja usada com indicação médica, pelo tempo de tratamento e nas doses recomendadas pelo médico. Veja outros tipos de diuréticos que podem ser indicados pelo médico

Como tomar

A espironolactona deve ser tomada por via oral, com um pouco de água, antes ou após a refeição, e nos horários estabelecidos pelo médico.

As doses da espironolactona variam de acordo com a condição a ser tratada e incluem: 

1. Hipertensão essencial

A dose recomendada para o tratamento da hipertensão arterial é de 50 a 100 mg por dia. Essa dose pode ser aumentada pelo médico de forma gradual, em intervalos de duas semanas, até 200 mg por dia, nos casos graves ou que não respondem bem às doses iniciais. 

O tratamento com a espironolactona deve ser mantido por no mínimo duas semanas de forma a garantir uma resposta adequada ao tratamento. No caso de ser necessário ajustar a dose da espironolactona, deve-se fazer somente conforme orientação médica. 

2. Insuficiência cardíaca congestiva

A dose inicial recomendada de espironolactona para insuficiência cardíaca congestiva é de 100 mg por dia. A dose pode ser aumentada pelo médico de forma gradual podendo variar entre 25 mg e 200 mg por dia, de acordo com a resposta ao tratamento ou a gravidade da doença. 

3. Cirrose hepática

Se a relação sódio urinário e potássio na urina for maior que 1, a dose usual recomendada para cirrose hepática é de 100 mg por dia. Se essa relação for menor do que 1, a dose recomendada é de 200 a 400 mg/dia. A dose da espironolactona deve sempre ser orientada pelo médico de forma individualizada.  

4. Síndrome nefrótica

A dose usual da espironolactona para síndrome nefrótica em adultos é de 100 a 200 mg por dia, conforme orientação médica.

5. Edema

A dose habitual para adultos é de 100 mg por dia. Para crianças, a dose deve ser calculada pelo pediatra. A dosagem deverá ser ajustada com base na resposta e tolerância ao tratamento, conforme avaliação médica.

6. Hipopotassemia ou hipomagnesemia

A dose recomendada é de 25 a 100 mg por dia no tratamento da hipopotassemia e/ou hipomagnesemia causadas pelo uso de diuréticos, quando os suplementos orais de potássio e/ou magnésio não forem adequados.

7. Hiperaldosteronismo primário

Quando o diagnóstico de hiperaldosteronismo for bem estabelecido por testes mais definitivos, a espironolactona pode ser administrada em doses diárias de 100 a 400 mg como preparação para a cirurgia.

8. Hipertensão Maligna

A espironolactona para hipertensão maligna só deve ser usada como terapia auxiliar e quando houver excesso de secreção de aldosterona, hipopotassemia e alcalose metabólica. A dose inicial é de 100 mg por dia, que pode ser aumentada, quando necessário, em intervalos de duas semanas, até 400 mg por dia.

Possíveis efeitos colaterais

Alguns efeitos colaterais que podem surgir durante o tratamento com espironolactona são náuseas, mal estar, dor ou formação de caroço nas mamas, cãibras nas pernas, perda de cabelo, crescimento de pêlos, coceira ou formação de bolhinhas na pele, insuficiência renal ou síndrome de Stevens-Johnson. Entenda o que é a síndrome de Stevens-Johnson

Além disso, é importante procurar ajuda médica no caso de surgirem sintomas de alterações dos níveis de potássio ou outros eletrólitos no sangue, como fraqueza, sensação de formigamento no corpo, perda do movimento, dor muscular, dor no peito, batimentos cardíacos irregulares, aumento da sede ou da urina, ou confusão mental. 

Quem não deve usar

A espironolactona não deve ser usada por pessoas que tenham alergia à espironolactona ou aos componentes da fórmula, pessoas que tenham  insuficiência renal aguda, diminuição significativa da função renal, perda da capacidade de urinar, aumento dos níveis sanguíneos de potássio, doença de Addison, hipercalemia ou que estejam usando o remédio eplerenona.