Espasticidade: o que é, causas, sintomas e tratamento

Atualizado em fevereiro 2022

A espasticidade é em uma condição caracterizada pelo aumento involuntário da contração muscular, podendo surgir em qualquer músculo, o que pode dificultar que a pessoa faça as atividades do dia-a-dia, como falar, se movimentar e comer, por exemplo.

Esta condição acontece por causa de algum dano na parte do cérebro ou medula espinhal que controla os movimentos voluntários dos músculos, o que pode ser devido a um acidente vascular cerebral ou ser consequência de paralisia cerebral. No entanto, dependendo da alteração cerebral, a espasticidade pode ser mais leve, afetando um pequeno conjunto de músculos, ou ser mais extensa e levar à paralisia de um dos lados do corpo.

A espasticidade é uma condição crônica, ou seja, não tem cura, mas é possível reduzir os sintomas através de fisioterapia, uso de remédios indicados pelo neurologista, como relaxantes musculares, ou por meio de aplicações localizadas de botox

Imagem ilustrativa número 1

Causas da espasticidade

A espasticidade pode surgir em uma pessoa com paralisia cerebral, pois o dano no cérebro que acontece nestes casos afeta o tônus muscular, que é a força que o músculo faz para se movimentar, prejudicando os movimentos dos braços e pernas, por exemplo.

Pessoas que sofreram um traumatismo cranioencefálico, por causa de algum acidente, podem desenvolver a espasticidade, que aparece devido lesões no cérebro ou cerebelo, e isto faz com que as terminações nervosas não sejam capazes de enviar mensagem para movimentação dos músculos.

A espasticidade é também muito comum em pessoas com esclerose múltipla, pois esta doença auto-imune provoca um comprometimento do sistema nervoso afetando os movimentos musculares. Confira o que é esclerose múltipla, sintomas e tratamento.

Além disso, outras situações que podem causar a espasticidade são encefalite, meningite grave, acidente vascular cerebral, esclerose lateral amiotrófica, fenilcetonúria e adrenoleucodistrofia, também conhecida como doença de Lorenzo.

Principais sintomas

Os sintomas de espasticidade dependem da gravidade das lesões no cérebro ou medula espinhal, porém podem surgir:

  • Contração involuntária dos músculos;
  • Dificuldade para dobrar as pernas ou braços;
  • Dor nos músculos afetados;
  • Cruzamento involuntário das pernas;
  • Deformidades nas articulações;
  • Espasmos musculares.

Por causa das alterações musculares a pessoa com espasticidade pode ficar com a postura incorreta, com os braços dobrados, pernas e pés esticados e cabeça inclinada para um lado.

Os sintomas da espasticidade apresentados pela pessoa são importantes para que o médico consiga verificar a gravidade da alteração e, assim indicar o tratamento mais adequado. Dessa forma, a gravidade é avaliada de acordo com a escala de classificação de Ashworth em:

  • Grau 0: o paciente não apresenta contração do músculo;
  • Grau 1: leve contração muscular;
  • Grau 2: aumento da contração muscular, com alguma resistência a movimentos;
  • Grau 3: grande aumento da concentração muscular, com dificuldade em dobrar os membros;
  • Grau 4: músculo rígido e sem possibilidade de movimento.

Assim, de acordo com a gravidade, é possível iniciar o tratamento mais adequado, de forma que o grau de espasticidade diminua ao longo do tempo e seja promovida a qualidade de vida da pessoa.

Como é feito o tratamento

O tratamento para espasticidade deve ser orientado por um neurologista, pois é necessário avaliar a causa neurológica que está provocando o surgimento do problema, bem como a gravidade da alteração. As opções incluem:

1. Remédios

Normalmente são utilizados remédios para espasticidade, como baclofeno ou diazepam, que ajudam os músculos a relaxar e aliviam os sintomas de dor, por exemplo. Outros remédios que também podem ser indicados são benzodiazepínicos, clonidina ou tizanidina, que reduzem a transmissão de estímulos e facilitam o relaxamento muscular.

2. Fisioterapia

Para melhorar os sintomas de espasticidade também é recomendado fazer fisioterapia para manter a amplitude das articulações e evitar outras complicações, como rigidez articular, devido à falta de uso da articulação do membro afetado. A fisioterapia na espasticidade pode ser feita com a utilização de:

  • Crioterapia: aplicação de frio nos músculos afetados para reduzir temporariamente o sinal de reflexo que provoca a contração do músculo;
  • Aplicação de calor: permite o relaxamento temporário do músculo, reduzindo a dor;
  • Cinesioterapia: técnica para ensinar a pessoa a viver com a espasticidade, através de exercícios ou uso de órteses;
  • Estimulação elétrica: estimulação com pequenos choques elétricos que ajudam a controlar a contração muscular.

Os exercícios de fisioterapia devem ser feitos 2 vezes por semana, pelo menos, com um fisioterapeuta e pode-se fazer os exercícios ensinados todos os dias em casa. Este tratamento serve para reduzir os sintomas de espasticidade e facilitar a realização das atividades diária.

3. Aplicações de botox

As injeções de botox, também chamada de toxina botulínica, podem ser usadas para diminuir a rigidez muscular e facilitar a movimentação das articulações, ajudando a pessoa a realizar as atividades diárias e até mesmo as sessões de fisioterapia.

Estas injeções devem ser indicadas pelo médico e agem diminuindo as contrações musculares involuntárias, porém sua ação tem um tempo determinado, entre 4 meses a 1 ano, sendo mais comum ter que recorrer a uma nova dose desta substância após 6 meses da primeira aplicação. O botox também pode ser indicado para tratar a espasticidade em crianças. Veja mais outras aplicações do botox.