Esôfago de Barrett: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em março 2022

O esôfago de Barrett é considerado uma complicação da doença do refluxo gastroesofágico, pois a exposição frequente da mucosa do esôfago ao conteúdo do estômago causa uma inflamação crônica e uma alteração do tipo de célula que compõe o tecido desta região, levando ao surgimento de uma condição chamada de metaplasia intestinal.

Esta condição nem sempre provoca sintomas, no entanto, podem aparecer sinais de refluxo gastroesofágico que é a azia, queimação e arrotos constantes. O diagnóstico do esôfago de Barrett é feito por um gastroenterologista através da realização de endoscopia digestiva alta e o tratamento indicado baseia-se, principalmente, no uso de medicamentos para diminuir a acidez do estômago.

Assim que o esôfago de Barrett for identificado é importante seguir as orientações de tratamento, além de fazer alterações na dieta para melhorar os sintomas e reduzir a inflamação no local, pois as pessoas com esta condição situação têm um risco aumentado ao desenvolvimento de câncer de esôfago. Também recomenda-se um acompanhamento regular com o médico, para fazer reavaliações da lesão.

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Principais sintomas

Apesar de nem sempre provocar sintomas, a pessoa com esôfago de Barrett pode apresentar sintomas de refluxo gastroesofágico, que são:

  • Azia;
  • Sabor amargo ou metálico na boca;
  • Regurgitação;
  • Arrotos constantes;
  • Sensação de queimação;
  • Tosse frequente;
  • Rouquidão.

Além disso, a dor no meio do peito, próximo ao estômago, costuma ser frequente nestes casos, pois com o no refluxo gastroesofágico ocorre o retorno do conteúdo gástrico, irritando a mucosa do esôfago. Entenda melhor o que é e como identificar o refluxo gastroesofágico.

Esôfago de Barrett é câncer?

O esôfago de Barrett não é câncer, mas leva ao surgimento de lesões chamadas de metaplasia intestinal, que podem ser consideradas pré-cancerígenas, por isso pessoas que têm esôfago de Barrett têm risco aumentado de desenvolver o câncer de esôfago.

Também é importante que pessoas com fatores de risco associados ao surgimento de esôfago de Barrett e que tenham casos de câncer de esôfago na família, façam exames de rastreamento frequentemente, para detectar precocemente qualquer alteração na parede do esôfago.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico do esôfago de Barrett é feito através de endoscopia, um exame no qual é inserido um tubo através da cavidade oral e que permite a observação do revestimento do esôfago, e a confirmação é feita com a análise da biópsia colhida durante a realização deste exame, com uma pequena amostra do tecido do esôfago, que depois é analisada pelo médico em laboratório. Veja mais sobre como é feita a endoscopia.

Uma promessa para agilizar e evitar endoscopias repetidas para o diagnóstico do esôfago de Barrett, é o exame feito com cápsulas, como o Cytosponge, que consiste em engolir uma cápsula guiada que percorre o trato gastrointestinal e é capaz de colher amostras de tecidos. Entretanto, este método ainda passa por testes e não é feito de rotina.

Possíveis causas

O esôfago de Barrett é mais comum em pessoas com história de refluxo gastroesofágico, que é piorado por fatores de risco, como maus hábitos alimentares, consumo excessivo de frituras ou de refrigerantes, uso de cigarro e obesidade.

Por isso, é recomendado ir ao médico se aparecer sintomas de refluxo, como azia ou sensação de queimação, por exemplo, ou se tiver histórico familiar desta doença, para investigar se há este tipo de complicação e fazer o tratamento correto.

Opções de tratamento

O esôfago de Barrett é um tipo de lesão do esôfago causada por episódios repetidos de refluxo gastroesofágico, e o tratamento desta condição é indicada pelo gastroenterologista depois da confirmação do diagnóstico e consiste, geralmente, no uso de medicamentos para diminuir a acidez no estômago, como:

  • Omeprazol, Pantoprazol, Lanzoprazol ou Esomeprazol, classificados como inibidores da bomba de prótons, e são os mais eficazes;
  • Famotidina ou Cimetidina, classificados como antagonistas do receptor 2 de histamina, também muito úteis e mais baratos.

Além disso, também é muito importante adotar hábitos saudáveis de alimentação, com uma dieta que facilite a digestão e diminua a ocorrência do refluxo.

Entretanto, se o tratamento através de remédios e dieta não forem suficientes pode ser indicada a realização a ablação por radiofrequência, para eliminar as lesões no esôfago ou cirurgia, seja para construir uma nova válvula gastroesofágica, ou operações mais complexas para a remoção do revestimento interno do esôfago.

Como deve ser a alimentação

O controle da alimentação é um importante passo para ajudar no tratamento do esôfago de Barrett, sendo recomendado:

  • Fazer uma dieta pobre em gorduras e pobre em alimentos de difícil digestão ou apimentados, como feijoada, churrasco ou salgadinhos, pois são alimentos que ficam mais tempo no estômago, causando má digestão e aumentando as chances de refluxo;
  • Evitar bebidas com gás, como água com gás ou refrigerantes, pois aumentam as chances de refluxo, aumentando a produção de gases e agredindo a parede do estômago;
  • Pessoas sensíveis ao café ou a chás com cafeína, como chás mate ou preto, devem evitar este tipo de bebida, pois podem piorar os sintomas de refluxo;
  • Evitar tomar líquidos durante as refeições para o estômago não ficar muito cheio;
  • Esperar pelo menos 1 hora antes de ir deitar depois de comer, para facilitar a digestão;
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.

Outra dica importante na alimentação é comer devagar e mastigar bem os alimentos, pois este cuidado facilita a digestão e pode ajudar a prevenir o refluxo. Saiba mais sobre o que alimentos causam azia em alimentação para evitar azia.

Veja um vídeo com ótimas dicas de tratamento natural para refluxo gastroesofágico:

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