Enxaqueca: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em novembro 2023

A enxaqueca é uma condição neurológica crônica que causa dor de cabeça moderada a intensa, além de outros sintomas como mal-estar geral, náuseas, vômitos, formigamento no corpo e sensibilidade à luz.

A dor da enxaqueca é mais comum em mulheres e, embora possa surgir logo desde a infância, é mais frequente na idade adulta. A enxaqueca pode aparecer em qualquer momento, mas tende a ser estimulada por situações específicas, como dormir mal, estar na TPM ou ter comido algum tipo de comida.

A enxaqueca é diferente da dor de cabeça comum, tendo causas diferentes e características específicas. Veja os principais tipos de dor de cabeça, como identificar e tratar cada um deles.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas

Os principais sintomas de enxaqueca são:

  • Dor de cabeça intensa e latejante;
  • Dor em apenas um dos lados da cabeça, na maioria dos casos.
  • Mal-estar geral;
  • Náuseas e vômitos;
  • Tonturas;
  • Formigamento no corpo;
  • Sensibilidade à luz e/ou ruídos.

A dor da enxaqueca costuma durar várias horas, piorar com o movimento do corpo e irradiar para o rosto e pescoço, o que acaba dificultando as atividades diárias.

Algumas pessoas podem também apresentar sinais de que uma crise de enxaqueca está chegando. Esses sinais aparecem 1 a 2 dias antes da crise e, embora possam variar de uma pessoa para a outra, geralmente incluem desejos por alguma comida específica, cansaço excessivo e sem causa aparente, irritabilidade ou rigidez do pescoço. Conheça mais sobre os sintomas de enxaqueca.

Enxaqueca com aura

A enxaqueca com aura é uma situação que pode aparecer alguns minutos antes dos sintomas clássicos e que se caracteriza por alterações na visão, como a presença de uma nuvem esbranquiçada e até pequenos pontos brilhantes no campo de visão. Em alguns casos, a enxaqueca com aura pode acontecer sem que, a seguir, a pessoa apresente a dor característica da enxaqueca. Veja mais sobre a enxaqueca com aura.

Enxaqueca crônica

A enxaqueca crônica é uma situação relativamente rara em que os sintomas da crise de enxaqueca se mantêm por mais de 15 dias. Embora não coloque a vida em risco, a enxaqueca crônica pode afetar gravemente as atividades diárias e a qualidade de vida, devendo-se, por isso, fazer o tratamento com um neurologista para aliviar os sintomas. Saiba mais sobre a enxaqueca crônica.

Teste online de sintomas

Para saber a possibilidade de ter enxaqueca, por favor, indique abaixo os sintomas que apresenta:

  1. 1. Dor de cabeça que dura entre 4 e 72 horas
  2. 2. Dor de cabeça latejante (pulsátil)
  3. 3. Dor de cabeça que afeta apenas um dos lados da cabeça
  4. 4. Dor de cabeça intensa
  5. 5. Dor de cabeça que piora com esforços físicos
  6. 6. Náusea e/ou vômitos
  7. 7. Necessidade de repouso em lugar escuro e silencioso

Este teste é uma ferramenta que serve apenas como meio de orientação. Portanto, não tem a finalidade de dar um diagnóstico e nem substituir a consulta com um neurologista ou clínico geral.

Fases da crise de enxaqueca

A maior parte das crises de enxaqueca desenvolve-se em 4 fases diferentes:

1. Pródromo

Acontece 1 a 2 dias antes do aparecimento dos sintomas clássicos de enxaqueca e pode ser identificada com mudanças nos níveis de energia, assim como alterações no humor, comportamento e apetite.

2. Aura

Tende a surgir imediatamente antes da dor de cabeça, 5 minutos a 1 hora antes, e é caracterizada por alterações na visão, especialmente o aparecimento de uma nuvem branca em redor do campo de visão, assim como pontos luminosos.

3. Crise de enxaqueca

Esta é a fase aguda da enxaqueca, em que surge a dor de cabeça intensa e todos os outros sintomas clássicos. Esta fase pode durar entre 3 horas a 3 dias.

4. Pósdromo

Acontece quando os sintomas começam a desaparecer e é descrita como um período de "ressaca", em que surge cansaço excessivo por alguns dias.

Como é feito o diagnóstico

Não existe um exame específico para fazer o diagnóstico da enxaqueca, por esse motivo é muito importante consultar um neurologista sempre que existir suspeita.

Para ajudar no diagnóstico, o neurologista poderá fazer questões relacionadas com os sintomas como:

  • A dor afeta um ou ambos os lados da cabeça?
  • É uma dor pulsante, como se o batimento cardíaco estivesse na cabeça?
  • A dor impede de continuar fazendo as atividades diárias normais?
  • A dor piora com o movimento do corpo?
  • Quanto tempo dura, em média, a dor?
  • Existe sensibilidade à luz ou ruídos?
  • A dor surge acompanhada de outros sintomas?

Além disso, o médico pode ainda investigar se existe alguma situação que pareça desencadear a crise de enxaqueca, assim como analisar os medicamentos que possam estar sendo utilizados. O ideal é que se faça um "diário da enxaqueca", onde se coloque as características de cada crise, para depois informar o médico e facilitar o diagnóstico.

Caso deseje, marque uma consulta com o médico mais próximo para que seja feita uma avaliação dos sintomas e investigada a possibilidade de enxaqueca:

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Causas da enxaqueca

As causas exatas da enxaqueca ainda não são conhecidas, porém é possível que a enxaqueca surja de uma atividade anormal a nível cerebral, que afeta os sinais nervosos assim como a atividade de vários neurotransmissores. Embora não exista uma causa específica, têm sido identificadas várias situações que parecem favorecer o aparecimento das crises, como:

  • Alterações hormonais;
  • Mudanças no padrão de sono;
  • Atividade física intensa;
  • Estresse e ansiedade;
  • Desidratação;
  • Uso prolongado de medicamentos;
  • Alterações rápidas no clima.

O consumo de determinados alimentos também parece ser um fator que pode contribuir para o aparecimento das crises de enxaqueca em algumas pessoas. Os alimentos com maior risco de causar enxaqueca são, por exemplo, a pimenta, o café, as bebidas alcoólicas, o chocolate ou as frutas cítricas. Confira outros alimentos que aumentam o risco de enxaqueca.

Enxaqueca menstrual

A enxaqueca menstrual é aquela que acontece 2 dias antes até 3 dias depois da menstruação e é provocada pelas alterações hormonais que acontecem no corpo da mulher durante esse período. Além da forte dor de cabeça, também podem surgir outros sinais comuns da TPM, como aumento da retenção de líquido, irritabilidade, cólicas e dor nas mama. Veja mais sobre a enxaqueca menstrual.

Enxaqueca na gravidez

Por ser um período de grandes alterações hormonais, a gravidez também pode desencadear crises de enxaqueca mais frequentes, principalmente durante o 1º trimestre. Este tipo de enxaqueca tende a melhorar depois do 2º trimestre e geralmente desaparece no 3º trimestre.

Como é feito o tratamento

Não existe cura para a enxaqueca, porém existem diferentes tipos de tratamento que devem ser indicados pelo médico e que ajudam a aliviar os sintomas, reduzindo o tempo de cada crise.

1. Remédios para enxaqueca

Os remédios mais usados para aliviar os sintomas e tratar a crise de enxaqueca são:

  • Anti-inflamatórios e analgésicos, como paracetamol ou ibuprofeno;
  • Triptanos, como naratriptano ou zolmitriptano;
  • Antieméticos, como metoclopramida;
  • Corticoides, como prednisona ou dexametasona.

Estes medicamentos devem ser sempre prescritos pelo neurologista, pois o tipo de remédio a utilizar assim como a dose, variam de acordo com os sintomas apresentados e sua intensidade. Veja mais detalhes dos remédios indicados para enxaqueca.

2. Descanso e técnicas de relaxamento

Descansar num local escuro e com poucos estímulos é uma das melhores formas naturais para aliviar os sintomas. Além disso, dormir também parece ajudar bastante a lidar com a crise de enxaqueca. Algumas pessoas podem ainda apresentar diminuição da intensidade dos sintomas com o uso de técnicas de relaxamento, como meditação, ioga ou massagem.

3. Acupuntura para enxaqueca

Alguns estudos feitos com acupuntura no tratamento da enxaqueca demonstram que fazer 10 sessões durante um período de 5 a 8 semanas pode ser uma ótima forma de aliviar os sintomas da crise de enxaqueca.

4. Alimentação para enxaqueca

Durante a crise é recomendado fazer uma dieta adaptada para enxaqueca, com alimentos de fácil digestão, que tenham propriedades anti-inflamatórias e que melhorem a circulação sanguínea, como os peixes, o gengibre ou as castanhas, por exemplo.

É também importante evitar a ingestão de todos os alimentos com potencial para piorar a crise, como é o caso do café, dos chás com cafeína, dos produtos industrializados ou das frutas cítricas. Confira mais detalhes da alimentação para enxaqueca.

Veja, no vídeo a seguir, mais dicas sobre o que comer e o que evitar em caso de enxaqueca:

youtube image - Alimentos que causam ENXAQUECA

Tratamento natural para enxaqueca

O tratamento natural para enxaqueca é baseado no uso de plantas medicinais para aliviar os sintomas ou evitar o surgimento de novas crises. As plantas podem ser ingeridas na forma de suplemento alimentar, mas também como chás, embora o uso regular dos suplementos apresente maior efeito.

Algumas plantas que demonstram funcionar contra a enxaqueca são o gengibre, a valeriana ou o tanaceto. O ideal é que o tratamento natural da enxaqueca seja orientado por um fitoterapeuta, um médico ou por outro profissional acostumado com o uso das plantas medicinais, já que é importante adequar as plantas aos sintomas apresentados. Veja mais detalhes do tratamento natural para enxaqueca.

Como prevenir a crise de enxaqueca

Uma forma muito utilizada para tentar prevenir o aparecimento ou, pelo menos, diminuir a frequência das crises de enxaqueca é utilizar a medicação profilática, como o Lisinopril, o Propranolol ou o Topiramato. Estes remédios devem ser indicados pelo neurologista e podem demorar até 3 meses para apresentar o efeito esperado.

Porém, como os remédios podem apresentar vários efeitos colaterais, o médico também pode sugerir a adoção de alguns cuidados que parecem ajudar na prevenção da enxaqueca:

  • Evitar as situações que tendem a desencadear uma crise de enxaqueca;
  • Fazer exercício físico regular, pelo menos 3 a 5 vezes por semana, e por 30 minutos;
  • Manter-se bem hidratado durante o dia, bebendo a quantidade de água recomendada;
  • Ter uma alimentação saudável e equilibrada, com poucos produtos industrializados;
  • Praticar técnicas de relaxamento, como ioga ou meditação;
  • Dormir pelo menos 8 horas por noite.

Além disso, novas terapias estão sendo estudadas para ajudar na prevenção da enxaqueca, como é o caso da aplicação de botox ou da estimulação do nervo vago, por exemplo. Assim, o recomendado é sempre consultar um neurologista para saber o melhor plano de ação.

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