Dieta para incontinência fecal

Atualizado em janeiro 2020

A incontinência fecal é uma condição que se caracteriza pela perda involuntária ou a incapacidade de controlar a eliminação de fezes e gases pelo ânus. Por esse motivo, a alimentação tem um papel fundamental no tratamento da condição, já que é possível melhorar a consistência das fezes e, assim, ajudar a diminuir o esforço que o esfincter anal, que está flácido, tem que fazer para evitar o escape das fezes.

Para isso é importante evitar o consumo de alimentos que irritam ou estimulam a mucosa intestinal, como é o caso do café, chocolate, pimenta ou das bebidas alcoólicas, por exemplo, assim como regular a quantidade de fibra que é ingerida, uma vez que seu consumo excessivo pode ter o efeito contrário e piorar a incontinência.

Alguns estudos neste tema têm demonstrado que quase metade das pessoas pode ter uma melhora da incontinência fecal com a orientação profissional sobre os hábitos alimentares, além do tratamento indicado pelo médico. Assim, é aconselhado que pessoas que sofram com este tipo de incontinência façam consultas regulares com um nutricionista.

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Alimentos que podem ser evitados

Existem alimentos que têm maiores chances de causar gases e diarreia e que, por isso, devem ser evitados por quem sofre com incontinência fecal. Alguns exemplos incluem:

  • Café, bebidas energéticas, chocolate, bebidas achocolatadas, refrigerantes, chá preto, chá verde ou chá mate que  são ricos em cafeína que irrita a mucosa intestinal;
  • Alimentos com edulcorantes, como sorbitol, manitol ou xilitol: são conhecidos pode causar a produção de gases e agravar situações de diarreia;
  • Açúcar e alimentos muito doces, como balas, biscoitos, bolos e outros;
  • Leguminosas, como ervilhas, lentilhas, grão de bico e feijão: são conhecidos por provocar gases. Veja uma lista de outros alimentos que causam gases.
  • Crucíferas, como o brócolis, a couve de bruxelas ou a couve-flor.
  • Alimentos picantes
  • Bebidas alcoólicas.

Além disso, leite e derivados podem causar mais gases e provocar fezes mais moles difíceis de controlar, devido à presença da lactose especialmente em pessoas com intolerância à lactose. 

Para fazer uma melhor adaptação alimentar é sempre aconselhado consultar um nutricionista, já que podem ser utilizadas várias técnicas, como registrar num diário alimentar o que e quando se come e o momento da perda fecal, e assim onde se poderá identificar padrões que ajudarão a definir quais os alimentos que realmente devem ser evitados em cada caso.

Alimentos permitidos

Os alimentos que podem ser consumidos em maior quantidade são aqueles que são de fácil digestão, como:

  • Arroz;
  • Macarrão;
  • Tapioca;
  • Abóbora;
  • Inhame;
  • Banana verde;
  • Pão branco;
  • Biscoito cream cracker;
  • Batata;
  • Maisena;
  • Carnes brancas, como frango ou peru;
  • Peixe.

No caso das frutas e vegetais, deve-se dar preferência para a pera, a maçã, o pêssego sem pele, a banana verde, a cenoura cozinhada, a abobrinha e a berinjela.

Além disso, como muitas pessoas com incontinência fecal também podem sofrer de síndromes de má absorção intestinal, é ainda importante consultar o nutricionista para avaliar a necessidade de fazer suplementação com um multivitamínico.

O consumo de água também é importante para evitar a desidratação que pode ser causada pela eliminação frequente de fezes. Pode ainda ser recomendado preferir tomar o soro caseiro quando se sofre com diarreia crônica. 

Tratamentos para curar incontinência fecal

Como nada se resolve apenas com uma abordagem, além de cuidados alimentares exercícios, medicamentos ou tratamentos podem ser muito muito importantes para controlar e curar a incontinência fecal. Por isso, confira nesse vídeo o que a fisioterapeuta especialista ensina a respeito:

É possível ingerir fibras em casos de incontinência fecal?

Embora a fibra seja muito importante na alimentação, por ajudar no correto funcionamento do intestino, o seu consumo excessivo pode levar ao aparecimento de sintomas como inchaço abdominal, excesso de gases e, inclusive, diarreia. Dessa forma, o consumo de fibra não deve ser eliminado, mas sim, corretamente regulado.

Existem dois tipos de fibras: as solúveis e as insolúveis. Idealmente, as fibras insolúveis devem ser evitadas, uma vez que o seu consumo excessivo pode acelerar bastante os movimentos do intestino e resultar em crises de diarreia. Já as fibras solúveis podem trazer benefícios para quem tem incontinência fecal, pois podem melhorar a consistência das fezes, tornando-as menos moles, além de reduzirem ligeiramente a velocidade do trânsito intestinal.

Alguns estudos indicam ainda que pessoas que têm incontinência fecal e um a diminuição da capacidade do cólon e do reto para armazenar fezes, sofrem muitas vezes de diarreia crônica e, por isso, devem evitar ao máximo o consumo de fibras. Já as pessoas que apresentam uma capacidade normal para armazenas fezes no cólon e reto, podem beneficiar da suplementação com 15 gramas de fibra solúvel de psyllium, por exemplo, que ajuda a melhorar a consistência das fezes.

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