Déjà vu: porque acontece e o que significa

Atualizado em abril 2023
Evidência científica

Déjà vu é o termo francês que significa "já visto". O termo déjà vu é usado para designar a sensação que a pessoa tem de já ter vivido no passado um exato momento pelo qual está passando no presente, ou de sentir que um local estranho é familiar.

É a sensação estranha em que a pessoa pensa "Eu já vivi esta situação antes" e geralmente não é considerada um problema, estando relacionada ao cansaço ou ansiedade. No entanto, quando o déjà vu é recorrente, prolongado, acompanhado de sensações como medo ou raiva, ou sintomas como dor de cabeça, pode indicar doenças neurológicas como enxaqueca ou epilepsia. Entenda melhor o que é epilepsia e suas causas.

Caso se suspeite que o déjà vu possa estar sendo causado por epilepsia ou enxaqueca é importante procurar um neurologista para uma avaliação. Embora não exista uma explicação científica única para a causa do déjà vu, quando causado por uma dessas doenças é possível tratá-las.

Imagem ilustrativa número 1

Porque acontece o déjà vu

Algumas teorias, embora possam ser de certa forma complexas, podem explicar porque o déjà vu ocorre:

1. Acionamento acidental do cérebro

Nesta teoria é usada a suposição de que o cérebro segue dois passos quando observa uma cena familiar:

  1. Procura em todas as memórias por alguma outra que contenha elementos semelhantes;
  2. Caso identifique uma memória semelhante ao que está sendo vivenciado, avisa que é uma situação semelhante.

Porém, este processo pode dar errado e o cérebro pode acabar indicando que uma situação é semelhante a outra que já foi vivida, quando na verdade não é.

2. Mal funcionamento da memória

Esta é uma das teorias mais antigas, na qual os investigadores acreditam que o cérebro passa à frente das memórias de curto prazo, chegando imediatamente nas memórias mais antigas, confundindo-as e fazendo acreditar que as memórias mais recentes, que podem ainda estar sendo construídas sobre o momento que está sendo vivido, são antigas, criando a sensação de que já se viveu a mesma situação antes.

3. Duplo processamento

Esta teoria está relacionada com a forma como o cérebro processa a informação que chega dos sentidos. Em situações normais, o lobo temporal do hemisfério esquerdo separa e analisa a informação que chega ao cérebro e depois envia para o hemisfério direito, sendo que essa informação depois volta ao hemisfério esquerdo.

Assim, cada informação passa duas vezes pelo lado esquerdo do cérebro. Quando essa segunda passagem demora mais tempo para acontecer, o cérebro pode ter maior dificuldade para processar a informação, achando que se trata de uma memória do passado.

4. Memórias de fontes erradas

O nosso cérebro guarda memórias vívidas de vária fontes, como a vida diária, filmes que assistimos ou livros que lemos no passado. Assim, esta teoria propõe que, quando um déjà vu acontece, na verdade o cérebro está identificando uma situação semelhante a algo que assistimos ou lemos, confundindo com algo que realmente aconteceu na vida real.

O que pode significar

Na maioria dos casos, o déjà vu significa apenas cansaço, ansiedade ou estresse. No entanto, quando o déjà vu ocorre com muita frequência, é prolongado ou acompanhado de apagões, sensações, como medo, raiva ou euforia, ou sintomas, como coração acelerado, palidez, e movimentos repetitivos com o corpo, pode indicar uma crise epiléptica. 

Além disso, algumas vezes o déjà vu pode ser um sintoma que acompanha uma crise de enxaqueca, podendo ocorrer antes ou durante o episódio de dor de cabeça. Neste caso, outros sintomas como visão embaçada ou ver luzes também podem ocorrer. Entenda melhor o que é enxaqueca e outros sintomas que podem surgir. 

Em caso de suspeita de epilepsia ou enxaqueca é importante consultar um neurologista para uma avaliação detalhada e início do tratamento apropriado.