Dedo em gatilho: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em fevereiro 2023

O dedo em gatilho é uma condição em que um dos dedos fica dobrado, mesmo quando se tenta esticar, causando dor intensa na mão. O dedo em gatilho, também conhecido como dedo engatilhado ou tenossinovite estenosante, acontece devido à inflamação no tendão responsável por dobrar o dedo, o que pode ser consequência da realização de atividades repetitivas ou de doenças como artrite e diabetes descompensada.

A inflamação crônica do tendão também pode ainda provocar a formação de um nódulo na base do dedo, que é responsável por um estalido, parecido com um gatilho, durante o fechamento e abertura do dedo.

O dedo em gatilho tem cura na maior parte das vezes através da realização de exercícios de fisioterapia, no entanto, nos casos mais graves, o ortopedista pode recomendar a realização de cirurgia.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas

Os principais sintomas do dedo em gatilho são:

  • Dedo dobrado que, ao tentar esticar, produz um estalido doloroso parecido com um gatilho;
  • Dor na base dos dedos ou na palma da mão;
  • Inchaço do dedo;
  • Limitação da movimentação do dedo;
  • Endurecimento do dedo.

Os sintomas do dedo em gatilho são mais comuns no dedo polegar médio e anelar, apesar de poder acontecer em qualquer dedo. Os sintomas são mais intensos durante a manhã, devido à inatividade e aumento do inchaço que geralmente acontece durante a noite. Além disso, quando não é devidamente tratado, pode haver o travamento do dedo na posição, o que pode causar dificuldade para a pessoa pegar um objeto.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico do dedo em gatilho deve ser feito pelo ortopedista a partir da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa, além de exame físico em que o dedo é observado e o médico pode fazer alguns movimentos com o dedo engatilhado para avaliar a gravidade da condição e, assim, indicar o tratamento mais adequado.

Causas de dedo em gatilho

O dedo em gatilho é mais comum de acontecer em pessoas que fazem atividades repetitivas com a mão e, por isso, é mais comum que pessoas que realizam atividades manuais relacionadas com a profissão.

Além disso, o dedo em gatilho acontece com mais frequência em pessoas que possuem problemas reumáticos, como a artrite, e que podem afetar a articulação, como no caso da diabetes descompensada. Algumas doenças infecciosas, quando não tratadas corretamente, podem também favorecer a ocorrência do dedo em gatilho, já que o microrganismo pode chegar na corrente sanguínea e causar inflamação da articulação, podendo desencadear o dedo em gatilho.

Apesar de existirem algumas possíveis causas para o dedo em gatilho, na maioria dos casos a causa é desconhecida, sendo o diagnóstico realizado pelo ortopedista por meio da observação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa e da realização de exames complementares de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética.

Dedo em gatilho congênito

O dedo em gatilho congênito é uma alteração que pode ser identificada após o nascimento, apesar de receber o nome congênito. Essa alteração está principalmente relacionada com alterações no desenvolvimento ósseo da criança, de forma que há maior chance de haver uma deformidade na articulação do dedo e a presença de um nódulo na região.

O tratamento para estes casos pode ser feito com fisioterapia, massagem e cirurgia após a criança fazer 1 ano. Alguns médicos preferem realizar logo a cirurgia, enquanto outros preferem tentar outras formas de tratamento e só depois cirurgia. Porém, a cirurgia é obrigatória quando há bloqueio de movimentos.

Como é feito o tratamento

O tratamento deve ser recomendado pelo ortopedista de acordo com a gravidade dos sintomas. Nos casos leves, é normalmente indicada a realização de fisioterapia, em que são realizados exercícios e massagens com o objetivo de fortalecer os músculos responsáveis por esticar a mão e os dedos, manter a mobilidade e aliviar o inchaço e a dor. Confira algumas opções de exercícios para dedo em gatilho.

Além da fisioterapia, outras formas de tratamento que podem ser indicadas são:

  • Fazer repouso por 7 a 10 dias, evitando atividades manuais repetitivas e que necessitem de esforço;
  • Usar uma tala própria durante algumas semanas que mantém o dedo sempre esticado;
  • Aplicar compressas quentes ou calor local com água morna, principalmente pela manhã, para aliviar a dor;
  • Usar gelo por 5 a 8 minutos no local para aliviar o inchaço durante o dia;
  • Passar pomadas anti-inflamatórias com Diclofenaco, por exemplo, para reduzir a inflamação e a dor.

Em casos graves, em que a dor é muito intensa e dificulta a realização de fisioterapia, o ortopedista pode aplicar uma injeção de cortisona diretamente sobre o nódulo. Este procedimento é simples e rápido e tem o objetivo de aliviar os sintomas, principalmente a dor. No entanto, pode ser necessário repetir o procedimento e não é aconselhável usá-lo muitas vezes porque pode ocorrer enfraquecimento do tendão e risco de ruptura ou infecção.

Quando é necessário cirurgia

A cirurgia para dedo em gatilho é realizada quando as outras formas de tratamento não resultam, sendo feito um pequeno corte na palma da mão que permite ao médico alargar ou liberar a porção inicial da bainha do tendão.

Geralmente, este tipo de cirurgia é feito com anestesia geral no hospital e, por isso, embora seja uma cirurgia simples e de baixo risco de complicações, pode ser necessário ficar internado uma noite no hospital para garantir que o efeito da anestesia passa completamente. Depois disso, a recuperação é bastante rápida, podendo-se voltar a realizar atividades leves com a mão em 1 a 2 semanas, segundo orientação do ortopedista.