Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): o que é, sintomas e tratamento

Atualizado em agosto 2021

O transtorno obsessivo-compulsivo, popularmente conhecido como TOC, é um distúrbio psicológico caracterizado pela presença de 2 tipos de comportamento:

  • Obsessões: são pensamentos impróprios ou desagradáveis, recorrentes e persistentes, que surgem de forma indesejada, causando ansiedade e sofrimento, como por exemplo, entrar em contato com um vírus ou bactéria e ficar infectado. Podem ainda existir tiques como puxar os cabelos, morder as unhas ou acumular objetos;
  • Compulsões: são comportamentos ou atos mentais repetitivos, como lavar as mãos, organizar objetos, verificar fechaduras, orar ou contar, que não conseguem ser evitados e que, se não forem feitos, podem causar extrema ansiedade.

O tratamento do TOC pode ser realizado com medicamentos antidepressivos, prescritos pelo psiquiatra, mas também deve incluir terapia psicológica, para ajudar a pessoa a desenvolver ferramentas que ajudem a reduzir e/ou eliminar os pensamentos e comportamentos característicos do transtorno.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas

Os sintomas de TOC são mais comuns em pessoas que convivem com alto nível de estresse, como jovens e desempregados, por exemplo. Alguns dos principais sintomas são:

Sintomas obsessivos Sintomas compulsivos
Necessidade de que as coisas estejam em ordem ou dispostas simetricamente. Necessidade de fazer contagem excessiva de coisas/objetos.
Medo de contaminação ou de microrganismos em geral. Lavar as mãos ou tomar banho várias vezes ao dia.
Pensamentos agressivos. Verificar as coisas várias vezes em pouco tempo.
Pensamentos indesejados de natureza sexual ou religiosa. Ordenar objetos de uma forma particular.
Sentir ansiedade por algo que estava corretamente feito, como fechar a porta de casa ou desligar o gás. Ter uma rotina diária muito rígida.

Estes sintomas podem ser acompanhados de outros comportamentos, como distúrbios alimentares, acúmulo de objetos, presença de tiques ou o hábito de roer as unhas, por exemplo.

É importante estar atento a sintomas que possam indicar que a pessoa sofre de TOC, para que receba tratamento psiquiátrico.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico do transtorno obsessivo-compulsivo é feito pelo psicólogo, ou psiquiatra, por meio de uma avaliação psicológica na qual são avaliados os comportamentos e pensamentos da pessoa.

Durante essa avaliação, o profissional pode descartar outros problemas físicos que podem estar relacionados ao comportamento das pessoas.

Principais tipos de TOC

O conteúdo dos pensamentos ou compulsões da pessoa com TOC podem variar de pessoa para pessoa, podendo ser de diversos tipos, como:

  • Verificação: a pessoa sente uma necessidade compulsiva de checar e verificar algo, como forma de evitar danos, como incêndios ou vazamentos. Algumas verificações mais comuns incluem o fogão, gás, torneiras de água, alarme da casa, fechaduras, luzes da casa, carteira ou bolsa, a rota de um caminho, pesquisa de doenças e sintomas na internet ou realização de auto-exames.
  • Contaminação: há uma incontrolável necessidade de limpar ou lavar, e de evitar contaminações e sujeiras. Alguns exemplos são lavar as mãos várias vezes ao dia, não conseguir cumprimentar outras pessoas ou frequentar ambientes como banheiros públicos ou recepção de consultórios médicos, pelo medo de contrair germes, além da necessidade de limpar excessivamente a casa, principalmente cozinha e banheiro;
  • Simetria: necessidade de corrigir frequentemente a posição de objetos, como livros, além de desejar que tudo esteja ordenado milimetricamente, como arrumar roupas e sapatos com o mesmo padrão. Também é possível haver simetria em toques ou esbarrões, como ter de tocar com a mão direita naquilo que foi tocado com a esquerda ou vice-versa;
  • Contagem ou repetição: trata-se de repetições mentais, como somas e divisões desnecessárias, repetindo várias vezes este ato ao longo do dia;
  • Agressividade: nestes casos, as pessoas apresentam medo excessivo de cometer atos impulsivos, que surgem em pensamentos, como ferir, matar ou prejudicar alguém ou a si mesmo, sem querer. Estes pensamentos geram muita angústia, e é comum evitar ficar sozinho ou manusear certos objetos, como facas ou tesouras, não havendo confiança em si mesmo;
  • Acumulação: trata-se da incapacidade de descartar alguns bens, considerados inúteis, como embalagens, notas fiscais antigas, jornais ou outros objetos.

Também existem outras categorias diversas, que incluem variedades de compulsões como cuspir, gesticular, tocar, dançar ou rezar, por exemplo, ou de obsessões, como palavras, imagens ou músicas que são intrusivas e recorrentes.

Como é feito o tratamento

O tratamento do TOC é realizado principalmente com técnicas comportamentais, sendo a mais utilizada a dessensibilização sistemática, ou seja, o profissional poderá expor a pessoa gradualmente a fatores que antes poderiam causar ansiedade, angústia ou uma grande vontade de realizar alterações no ambiente, como arrumar objetos assimétricos ou limpar uma mancha de copo em uma mesa, para que a reversão destes hábitos possa ser desenvolvida.

Outra das técnicas mais utilizadas é a terapia cognitiva comportamental, que é realizada por um psicólogo, onde a pessoa será direcionada a entender melhor porque os pensamento obsessivos aparecem e qual o resultado racional de não realizar as compulsões.

Nos casos em que a ansiedade além de desencadear o TOC, causa outros sintomas como inquietação e dificuldade para respirar, o psiquiatra pode complementar o tratamento com remédios ansiolíticos ou antidepressivos como:

  • Clomipramina;
  • Isocarboxazida
  • Paroxetina;
  • Fluoxetina;
  • Sertralina;
  • Buspirona;
  • Citalopram.

Estes remédios podem ser usados diariamente, ou de acordo com a orientação do médico, e podem demorar entre 6 a 12 semanas para fazer o efeito desejado. Por isso, a cada 4 ou 8 semanas de tratamento, o psiquiatra pode fazer reavaliações e considerar a necessidade de adaptar a dose.

Como o TOC pode interferir diretamente na vida da pessoa, é importante que família e amigos sejam orientados sobre a evolução dos sintomas e os tipos de tratamento disponíveis.

Nos casos mais graves, em que o tratamento convencional não trouxe melhora após 5 anos seguidos, e após várias tentativas, pode ser indicado a neurocirurgia.

Opções de tratamento natural

O tratamento natural para o transtorno obsessivo compulsivo passa por usar técnicas e comportamentos que a pessoa pode recorrer sempre que precisar aliviar os sintomas do TOC, como meditação, ioga, shiatsu ou reiki, por exemplo.

Confira outras dicas de dieta para combater o estresse e a ansiedade.

Possíveis complicações do TOC

As complicações mais comuns nos casos de transtorno obsessivo-compulsivo são a incapacidade de trabalhar, de estar em locais públicos ou de manter um bom relacionamento com outras pessoas em qualquer ambiente. Além disso, quando não tratado adequadamente, o TOC pode continuar se agravando, podendo ser um fator para o início de depressão, transtorno do pânico, fobia social ou ansiedade generalizada.

Nos casos extremos, onde o transtorno já está muito avançado, o TOC pode se parecer com psicose ou esquizofrenia, pelo grau de incapacidade que traz a pessoas nos momentos de crise.