Retinopatia da prematuridade: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em fevereiro 2024

Retinopatia da prematuridade é o crescimento anormal de vasos sanguíneos na retina do bebê, que é a parte do olho que detecta a luz e envia sinais ao cérebro através do nervo óptico, formando imagens.

Geralmente, a retinopatia da prematuridade (RDP) não causa sintomas, sendo detectada pelo neonatologista no hospital através de exames de rotina no bebê, uma vez que essa condição afeta bebês prematuros que nascem antes das 30 semanas de gestação ou peses menos de 1,5 Kg.

A maior parte dos recém-nascidos com retinopatia da prematuridade evoluem favoravelmente sem complicações graves, no entanto, caso tenha um risco aumentado de descolamento da retina, o médico pode indicar o tratamento com laser, injeção de bevacizumabe ou cirurgia.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de retinopatia da prematuridade

A retinopatia da prematuridade não causa sintomas, sendo detectada sendo detectada no exame de fundo de olho feito pelo oftalmologista na UTI neonatal.

No entanto, quando a retinopatia da prematuridade está em estágios mais avançados, pode ocorrer descolamento de retina, que são percebidos através de sintomas como olhos tremendo ou com movimentos incomuns, o bebê não consegue acompanhar o movimento de objetos ou as pupilas podem parecer brancas.

Esse descolamento da retina pode causar perda da visão ou cegueira.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da retinopatia no bebê prematuro é feito pelo oftalmologista através do exame de fundo de olho, com a aplicação de um colírio no olho do bebê para dilatar a pupila e observar o fundo do olho, onde se encontra a retina.

Após a alta hospitalar, alguns bebês podem necessitar fazer um acompanhamento com um pediatra e um oftalmologista.

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Este tipo de exame é feito em todos os bebês prematuros com peso igual ou menor que 1,5 Kg e tenham nascido com menos de 30 semanas de gestação.

O primeiro exame para a retinopatia da prematuridade é feito por volta dos 30 dias após o nascimento, sendo repetido a cada 1 a 3 semanas, conforme indicação do neonatologista.

Possíveis causas

A retinopatia da prematuridade é causado pelo desenvolvimento incompleto dos vasos sanguíneos da retina, em bebês que nascem antes das 30 semanas de gestação ou nascem com peso igual ou menor que 1,5 Kg.

Isto porque o desenvolvimento normal dos vasos sanguíneos da retina do bebê, inicia-se por volta da 14ª semana de gestação e termina após o nascimento do bebê a termo.

Desta forma, o desenvolvimento incompleto dos vasos sanguíneos da retina e o uso de oxigênio suplementar na UTI, fazem com que os vasos sanguíneos normais parem de se desenvolver, passando o bebê a desenvolver vasos sanguíneos anormais na retina que podem crescer em direções erradas, favorecendo o descolamento da retina, o que pode causar cegueira.

O risco de desenvolvimento de retinopatia é maior conforme menor for a idade gestacional do bebê ao nascimento, não sendo influenciado por fatores externos como luzes ou flashes de máquina fotográfica, por exemplo.

Como é feito o tratamento

Na maioria das vezes, a retinopatia da prematuridade não precisa de nenhum tratamento específico, sendo apenas mantida uma avaliação regular do neonatologista.

Porém, nos caos em que o neonatologista considera que existe risco de cegueira, pode encaminhar o bebê a um oftalmologista para indicar o tratamento mais adequado, que inclui:

  • Fotocoagulação a laser: é a forma de tratamento mais utilizada quando a retinopatia é diagnosticada precocemente e consiste na aplicação de raios laser no olho para parar o crescimento anormal de vasos sanguíneos que puxam a retina para fora do seu lugar;
  • Medicamentos inibidores do crescimento endotelial vascular (anti-VEGF): pode ser indicado em alguns casos, sendo feito através de uma injeção intravítrea, ou seja injeção no olho do bebê, para interromper o crescimento anormal dos vasos sanguíneos na retina;
  • Colocação de uma faixa cirúrgica no olho: é usada em casos avançados de retinopatia quando a retina se encontra afetada e começa a descolar do fundo do olho. Neste tratamento, é colocada uma pequena faixa em volta do globo ocular para permitir que a retina permaneça no lugar certo;
  • Vitrectomia: é uma cirurgia usada nos casos mais avançados do problema e serve para retirar o gel com cicatrizes que está no interior do olho e substituí-lo por uma substância transparente. Conheça melhor como é feita a vitrectomia.

Após o tratamento, o bebê pode precisar utilizar um curativo no olho, principalmente no caso de ter feito um vitrectomia ou ter colocado a faixa cirurgia no globo ocular.

Como é a recuperação

Após fazer o tratamento para a retinopatia da prematuridade o bebê precisa ficar internado, pelo menos, 1 dia até que esteja completamente recuperado dos efeitos da anestesia, podendo voltar para casa após esse tempo.

Durante a primeira semana após a cirurgia os pais devem aplicar diariamente os colírios prescritas pelo médico no olho do bebê, para evitar o desenvolvimento de infecções que podem alterar o resultado da cirurgia ou agravar o problema.

O bebê com diagnóstico de retinopatia da prematuridade, deve manter o acompanhamento com o oftalmologista até que este o considere curado. Estas reavaliações podem acontecer durante a internação ou após a alta do recém-nascido.

Em alguns casos, o bebê só precisará de intervenção cirúrgica após alta, sendo necessária sua reinternação.