Calazar: o que é, sintomas, transmissão e tratamento

Atualizado em setembro 2023

O calazar é uma doença causada pelos protozoários Leishmania chagasi e Leishmania donovani e acontece quando um pequeno inseto da espécie Lutzomyia longipalpis, popularmente conhecido como mosquito-palha ou birigui, infectado por um dos protozoários, pica a pessoa e libera esse parasita na corrente sanguínea, resultando em doença.

Os sintomas dessa doença, também chamada de leishmaniose visceral ou esplenomegalia tropical, podem demorar dias a anos para aparecer, podendo ser notado calafrios, fraqueza, cansaço excessivo, perda de peso, palidez e aumento do abdômen devido ao aumento do baço e do fígado.

É importante que o tratamento para calazar seja iniciado assim que foram observados sinais e sintomas sugestivos da doença, sendo recomendado pelo médico o uso de medicamentos específicos para combater o parasita. Em alguns casos, pode ser necessário que a pessoa fique no hospital para ser devidamente monitorada e, assim, ser possível prevenir complicações.

Imagem ilustrativa número 2

Sintomas de calazar

Os principais sintomas de leishmaniose visceral são:

  • Febre alta, que vai e volta, de longa duração;
  • Calafrios;
  • Aumento do abdômen, devido ao aumento do baço e do fígado;
  • Fraqueza e cansaço excessivo;
  • Perda de peso;
  • Palidez, devido a anemia causada pela doença;
  • Sangramentos mais fáceis, pela gengiva, nariz ou fezes, por exemplo;
  • Infecções frequentes, por vírus e bactérias, devido à queda da imunidade;
  • Diarreia.

Após a picada do mosquito infectado que transmite a doença, os protozoários se espalham pela corrente sanguínea e por órgãos responsáveis pela formação das células do sangue e da imunidade do organismo, como baço, fígado, linfonodos e medula óssea, provocando os sintomas.

A leishmaniose visceral tem um período de incubação entre 10 dias até dois anos, e como não é uma doença comum e seus sintomas surgem aos poucos, eles podem ser confundidos com outras doenças como malária, febre tifoide, dengue ou Zika, por exemplo. Por isso, na presença destes sintomas, é importante procurar atendimento médico para que seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento adequado.

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Diagnóstico da leishmaniose visceral

O diagnóstico da leishmaniose visceral é feito por meio de exame parasitológico, em que é feita uma cultura de medula óssea, baço ou fígado com o objetivo de se observar uma das formas evolutivas do protozoário. Além disso, o diagnóstico pode ser feito por meio de exames imunológicos, como o ELISA, ou imunocromatográficos, que são popularmente conhecidos como testes rápidos.

Como acontece a transmissão

O principal reservatório dos protozoários responsáveis pelo calazar são os cachorros e, por isso, são também considerados a principal fonte de infecção do inseto. Ou seja, quando o inseto pica o cachorro infectado, adquire o protozoário, que se desenvolve em seu organismo e pode ser transmitido para a pessoa através da picada. Nem todos os cachorros são portadores da Leishmania chagasi ou Leishmania donovani, sendo isso mais comum de acontecer em cães que não são desparasitados regularmente ou não recebem o cuidado ideal.

Quando o parasita se encontra no organismo do inseto, pode-se facilmente desenvolver e depois se dirigir para as glândulas salivares. Quando o inseto infectado pica a pessoa, passa o parasita presente em suas glândulas salivares para a corrente sanguínea da pessoa, sendo facilmente espalhado pelos órgãos.

O calazar acontece com mais frequência em crianças com mais de 10 anos e adultos que possuem alguma carência nutricional, como falta de ferro, vitaminas e proteínas, e vivem em locais com condições de saneamento e higiene precários.

Como é feito o tratamento

O tratamento para o calazar deve começar o quanto antes e pode ser feito com o uso de medicamentos específicos, como os Compostos Antimoniais Pentavalentes, Anfotericina B e Pentamidina, que devem ser indicados pelo médico e usados de acordo com a sua orientação.

Ao iniciar o tratamento também é importante ter alguns cuidados, como a avaliação e estabilização das condições clínicas, como desnutrição e sangramentos, além do tratamento de outras infecções que acompanham. Pode ser necessário permanecer internado para uso de medicamentos na veia, mas, nos casos em que a infecção está estável e há acesso fácil ao hospital, o médico pode recomendar o tratamento em casa e ir ao hospital para acompanhamento.

Esta doença deve ser tratada rapidamente, pois se agrava em poucos dias e por isso a pessoa afetada pode sofrer risco de vida devido a complicações como infecção pulmonar, insuficiência respiratória, hemorragia digestiva, insuficiência circulatória ou por infecções oportunistas, por vírus e bactérias. Veja mais detalhes do tratamento para leishmaniose visceral.