Anel vaginal (Nuvaring): o que é, como funciona e como usar

Atualizado em outubro 2022

O anel vaginal é um tipo de método contraceptivo em forma anel com cerca de 5 centímetros, que é feito de silicone flexível e que é inserido na vagina, todos os meses, de forma a impedir a ovulação e a gestação, através da liberação gradual de hormônios. O anel anticoncepcional é bastante confortável, pois é feito de um material flexível que se adapta aos contornos da região.

Este método deve ser utilizado durante 3 semanas seguidas e, depois desse tempo, deve ser retirado, devendo-se fazer uma pausa de 1 semana, antes de voltar a colocar um novo anel. Quando utilizado corretamente, este método anticoncepcional tem uma eficácia superior a 99% de proteção de uma gravidez indesejada.

O anel vaginal pode ser encontrado em farmácias com o nome comercial Nuvaring, e só deve ser usado se recomendado pelo ginecologista.

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Como funciona

O anel vaginal é feito de um tipo de silicone que contém hormônios sintéticos femininos, de progestágenos e estrogênios. Estes dois hormônios são liberados ao longo de 3 semanas e agem inibindo a ovulação, evitando a fecundação e, consequentemente, uma possível gravidez.

Após as 3 semanas de uso do anel, é necessário fazer uma pausa de 1 semana para permitir o surgimento da menstruação, antes de colocar o novo anel.

Como colocar o anel vaginal

O anel vaginal deve ser inserido na vagina no primeiro dia da menstruação. Para isso, deve-se seguir os seguintes passos:

  1. Verificar o prazo de validade da embalagem do anel;
  2. Lavar as mãos antes de abrir a embalagem e segurar o anel;
  3. Escolher uma posição confortável, como de pé com uma perna mais elevada e o pé pousado, ou deitada, por exemplo;
  4. Segurar o anel entre o indicador e o polegar, apertando-o até ficar com uma forma semelhante a um "8";
  5. Introduzir o anel suavemente na vagina e empurrar ligeiramente com o indicador.

O local exato do anel não é importante para seu funcionamento, por isso, cada mulher deve tentar posicioná-lo no local que for mais confortável.

Após as 3 semanas de uso, o anel pode ser retirado, introduzindo-se o dedo indicador na vagina e puxando-o suavemente para fora. Depois, deve ser colocado na embalagem e jogado no lixo.

Quando substituir o anel

O anel precisa ser retirado após 3 semanas de uso contínuo, no entanto, só deve ser substituído após 1 semana de descanso. Assim, ele deve ser colocado a cada 4 semanas.

Um exemplo prático é: se o anel for colocado num sábado, por volta das 21 horas, deve ser retirado 3 semanas depois, ou seja também num sábado às 21 horas. O novo anel deve ser colocado exatamente 1 semana depois, isto é, no próximo sábado às 21 horas.

Caso passem mais de 3 horas após o horário para colocação do novo anel, é recomendado utilizar outro método anticoncepcional, como o preservativo, durante 7 dias, pois o efeito do anel pode estar diminuído.

Principais vantagens e desvantagens

O anel vaginal é um dos vários métodos anticoncepcionais disponíveis e, por isso, possui vantagens e desvantagens que devem ser avaliadas por cada mulher na hora de selecionar um contraceptivo:

Vantagens Desvantagens
Não é desconfortável e não interfere na relação sexual. Possui efeitos colaterais como aumento do peso, náuseas, dor de cabeça ou acne.
Só precisa ser colocado uma vez por mês. Não protege conta doenças sexualmente transmissíveis.
Permite um esquecimento de até 3 horas, para substituir o anel. É importante introduzir o anel no mesmo horário para não prejudicar o efeito.
Ajuda a regular o ciclo e a reduzir as dores menstruais e o fluxo. Pode sair durante as relações sexuais
  Não pode ser usado em pessoas com certas condições, como problemas no fígado ou pressão alta.

Conheça outros tipos de métodos contraceptivos e saiba quais as vantagens e desvantagens de cada um.

O que fazer se o anel sair

Em alguns casos, o anel vaginal pode sair involuntariamente para a calcinha, por exemplo. Nesses casos, as orientações variam de acordo com o tempo que o anel esteve fora da vagina:

  • Menos de 3 horas: O anel deve ser lavado com água e sabão e depois reaplicado no interior da vagina. Até 3 horas, o efeito deste método continua protegendo contra uma possível gravidez e, por isso, não é necessário utilizar outro método contraceptivo.
  • Mais que 3 horas na 1ª e 2ª semana de uso: Nestes casos, o efeito do anel pode estar comprometido e, por isso, além de lavar e voltar a recolocar o anel na vagina, deve-se utilizar outro método contraceptivo, como preservativo, durante 7 dias. Se o anel sair durante a primeira semana, e tiver acontecido uma relação íntima desprotegida existe risco de uma possível gravidez.
  • Mais que 3 horas na 3ª semana: Neste caso, a mulher deve jogar o anel no lixo e depois iniciar o uso de um novo anel ou fazer uma pausa de 7 dias e inserir um novo anel em seguida, sendo importante seguir a orientação do ginecologista.

Se existir esquecimento da recolocação do anel e a pausa for superior a 7 dias, é aconselhado colocar o novo anel assim que lembrar e iniciar as 3 semanas de uso a partir desse dia. É também importante usar outro método contraceptivo por, pelo menos, 7 dias para evitar a gravidez. Caso tenha acontecido contato íntimo desprotegido durante a pausa, existe risco de gravidez, devendo-se consultar o ginecologista. Saiba como identificar os primeiros sintomas de gravidez.

Possíveis efeitos colaterais

Como qualquer outro remédio com hormônios, o anel possui efeitos colaterais que poderão surgir em algumas mulheres, como:

  • Dor de barriga e náuseas;
  • Infecções vaginais frequentes;
  • Dor de cabeça ou enxaqueca;
  • Diminuição do desejo sexual;
  • Aumento do peso;
  • Períodos menstruais dolorosos.

Além disso, existe ainda um risco aumentado de surgirem problemas como pressão arterial alta, infecção urinária, retenção de líquidos e formação de coágulos.

Quem não deve utilizar o anel

O anel anticoncepcional não deve ser utilizado por mulheres que têm doenças que afetam a coagulação do sangue, que estejam acamadas devido a alguma cirurgia, tenham sofrido um infarto ou AVC, sofram de angina de peito, tenham diabetes grave, pressão alta, colesterol elevado, algum tipo de enxaqueca, pancreatite, doenças no fígado, tumor no fígado, câncer de mama, hemorragia vaginal sem causa ou alergia ao etinilestradiol ou ao etonogestrel.

Dessa forma, é aconselhado consultar o ginecologista antes de utilizar este método contraceptivo, para avaliar a segurança do seu uso.

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Dúvidas comuns sobre o anel vaginal

A seguir estão indicadas as principais dúvidas relacionadas com o uso do anel vaginal:

1. Posso engravidar utilizando o anel?

O anel vaginal é um método contraceptivo bastante confiável que impede a ovulação e que, por isso, quando utilizado corretamente, apresenta chances de gravidez inferiores a 1%. Dessa forma, possui uma eficácia quase tão boa quanto o preservativo.

No entanto, se o anel ficar fora da vagina por mais de 3 horas ou se não for substituído da forma certa, é possível que a mulher possa ovular. Dessa forma, se tiver relações desprotegidas nos 7 dias antes ou depois da colocação do anel, existe a possibilidade de engravidar.

2. Posso ter contato íntimo desprotegido?

O efeito de proteção contra uma possível gravidez começa após 7 dias de uso contínuo do anel vaginal. Dessa forma, caso tenha relação sexual durante o intervalo entre a retirada e a colocação do anel vaginal, é possível ocorrer gravidez. Por isso, mulheres que não pretendem engravidar só devem praticar sexo desprotegido após esse período.

No entanto, se a mulher não tiver apenas um parceiro sexual, é sempre recomendado utilizar também o preservativo, uma vez que o anel não protege contra possíveis infecções sexualmente transmissíveis.

3. Posso usar o anel sem pausa?

Não, pois ao fim de 3 semanas não há liberação de hormônios em quantidade suficiente para inibir a ovulação, havendo risco de gravidez caso existe relação sexual desprotegida. No entanto, caso não se deseje ter a menstruação, é possível, ao fim de 3 semanas, inserir um novo anel vaginal, mantendo os níveis hormonais. No entanto, é importante consultar o ginecologista para que seja feita uma orientação mais adequada.

4. Quem não pode tomar pílula, pode usar o anel?

Mulheres que não podem tomar a pílula devido à presença de hormônios não devem utilizar o anel, pois também contém o mesmo tipo de hormônios que a pílula.

No entanto, se o problema está no surgimento de efeitos colaterais intensos com o uso do anticoncepcional, o anel pode ser uma solução, pois possui um tipo de progesterona diferente da maioria das pílulas, diminuindo o risco de surgimento de efeitos colaterais como inchaço, aumento do peso, dor de cabeça ou inchaço dos seios.

5. Posso usar o anel junto com a pílula?

Assim como a pílula anticoncepcional, o anel vaginal utiliza hormônios para impedir a ovulação e evitar uma gravidez indesejada. Por isso, uma mulher que utiliza o anel não deve tomar também a pílula, pois estará aumentando a concentração de hormônios no organismo, o que pode levar ao surgimento de mais efeitos colaterais.

6. Usar o anel vaginal engorda?

Como qualquer outro remédio com hormônios, o anel pode causar alterações que levam ao aumento do apetite e à retenção de líquidos em todo o corpo, favorecendo o ganho de peso. O risco de surgimento destes tipos de efeitos, normalmente, é menor no anel, podendo ser usado como substituto em mulher que teve aumento de peso com a pílula, mas que precisa continuar a usar hormônios.

7. O anel pode causar sangramento fora do período?

Devido ao uso de hormônios, o anel possui o risco de causar sangramentos fora do período menstrual, no entanto, é uma alteração que não provoca qualquer risco para a saúde da mulher.

No entanto, se os sangramentos forem se tornando mais frequentes ou mais abundantes é recomendado informar o ginecologista para avaliar a necessidade de trocar de método contraceptivo.

8. O anel vaginal é oferecido pelo SUS?

O anel anticoncepcional não é um dos métodos contraceptivos oferecidos pelo SUS e, por isso, deve ser comprado nas farmácias convencionais quando indicado pelo ginecologista.

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